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Mais Abraços // Terça-feira 18 Abril, 2023 // #pais, #filhos, #desenvolvimento
A primeira infância é um momento muito importante e único para o crescimento do ser humano, em que todas as dimensões do desenvolvimento – a linguagem, a motricidade, a sociabilidade e a cognição – dão saltos consideráveis. O período do nascimento aos 3 anos é um dos mais intensos, e as brincadeiras e atividades lúdicas cumprem um papel importante de estimular esses avanços.
Mas é importante considerar que as necessidades de estímulos mudam de acordo com a faixa etária, enquanto os pequenos crescem. Sendo assim, se as brincadeiras para bebês entre 7 e 12 meses procuravam estimular movimentos mais simples de coordenação motora, à medida que as crianças se desenvolvem é esperado que as brincadeiras também mudem.
Assim como cada etapa tem suas conquistas e desafios, cada criança tem o momento de alcançar novos objetivos. O mais importante é estar ao lado dos pequenos, incentivando e acolhendo-os enquanto eles descobrem o mundo ao seu redor.
Para Isabel Rey Madeira, membro do Departamento Científico de Pediatria Ambulatorial da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e professora associada do Departamento de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), as atividades lúdicas são importantes para a formação e constituição psicológica do ser humano. "As brincadeiras são elementos fundamentais para a socialização, aprendizagem e desenvolvimento", diz a pediatra.
Além disso, a pediatra também afirma que "brincar é compartilhar, socializar, interagir". "Não apenas com o cuidador, mas com o mundo ao redor.” Isabel cita a psicanalista austríaca Melanie Klein, que afirma que nas brincadeiras se dão representações simbólicas que possibilitam elaborações afetivas. "A simbolização permite que a criança transfira interesses, fantasias, ansiedades e culpa a outros objetos, além de pessoas. Essa projeção da atividade psíquica na brincadeira permite ao adulto acessar o mundo interior das crianças", explica a pediatra.
Os benefícios das brincadeiras para as crianças são bastante documentados em pesquisas feitas em todo o mundo e incluem, entre outros, o desenvolvimento de:
Isabel destaca que, para todas as idades, são importantes as atividades de lazer ao ar livre, em contato com a natureza, em locais como jardins, praças e parques. Além disso, criar, contar histórias e conversar é uma maneira de estimular o universo lúdico entre os pequenos.
Em relação ao contato com as telas, ela explica que o melhor é evitar antes de a criança completar 24 meses. Depois desse período, o indicado é permitir 1 hora ou menos por dia para os pré-escolares, apresentando conteúdos educativos.
Isabel destaca ainda que é preciso acompanhar as crianças nas condições delas. "Nas brincadeiras e passeios, é importantíssimo respeitar o ritmo das crianças, deixá-las mostrarem o que desejam fazer e observar", ela diz.
Para a faixa etária que vai de 12 a 36 meses, segundo o Grupo de Trabalho Saúde e Natureza da Sociedade Brasileira de Pediatria, o foco deve ser o livre brincar e a promoção de experiências sensoriais, com objetos simples, como bolas.
Na hora de escolher os brinquedos, uma dica é optar pelos de madeira. Isso porque eles ajudam a mostrar às crianças diferentes pesos e texturas, e também costumam ser mais resistentes e seguros do que os brinquedos de plástico.
Em relação à segurança é fundamental evitar brinquedos com peças muito pequenas e que possam ser ingeridas ou inaladas pelas crianças. “Cabe a regra de que qualquer objeto que passa dentro de um rolo de papel higiênico é potencialmente perigoso", alerta a pediatra. "Brinquedos testados pelo INMETRO, de material não tóxico, e de tamanhos adequados para crianças com 36 meses ou menos trazem essas informações na embalagem”, ressalta.
Para crianças com 12 meses, é necessário ter um espaço seguro dentro de casa para engatinhar e depois andar.
Já para os de 18 meses ou mais, correr é essencial. "É importante que a criança desta faixa etária brinque no quintal, ou no pátio do prédio, ou no parquinho perto de casa pelo menos uma hora diariamente. O contato com animais domésticos também é importante", diz.
O manuseio de objetos coloridos, que fazem barulho e que podem ser levados à boca, como chocalhos, é importante para os de 12 meses. Para os mais velhos, ela recomenda carrinho, boneca e blocos de montar.
Ela também cita que existem inúmeras "atividades ditas sensoriais" para crianças menores de 24 meses, como a cesta de tesouros, a mesa de luz, a mesa de experimentação, a caixa de estimulação sensorial, o painel sensorial, garrafas sensoriais e o tapete de atividades sensoriais. "Esses brinquedos são um universo à parte. Embora não sejam essenciais, são bastante interessantes e têm propostas específicas", diz a pediatra.
Entre 24 e 36 meses, diz a Isabel, a criança já tem interesse em aprender canções, poemas, dançar, ouvir música, brincar com água e areia, pular e correr, brincar de imitar adultos, tocar e experimentar objetos. "Além de observar o que acontece ao redor", ela afirma.
Nesta faixa etária a pediatra cita como exemplos de atividades para a educação infantil:
Você também pode inventar brincadeiras junto com os pequenos. Essa é uma maneira de aumentar o vínculo e criar momentos únicos com quem você ama.
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