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Mais Abraços // Terça-feira 20 Setembro, 2022 // #pais, #filhos, #desenvolvimento
O educador Robert Gloton, em seu livro L'activité créatrice chez l'enfant (Atividade criativa na criança, sem edição no Brasil) diz: “A criança tem uma necessidade natural de expressar o que pensa, o que sente, para si mesma e para os outros. Não é preciso imaginar uma estratégia para conduzi-la a isso. Tudo o que importa é que ela possa exteriorizar aquilo que deseja expressar no momento em que sente necessidade disso e também favorecer essa atividade através da criação de situações motivadoras”.
Esse trecho foi citado no livro Educação Artística: Luxo ou Necessidade?, de Louis Porcher (Summus Editorial, 1982), obra dedicada a tratar de um tema muito importante: o encontro entre a arte e a educação. A relevância desse encontro é tanta que, atualmente, toda formação pedagógica passa por disciplinas que debatem o papel da arte no educar. Além disso, há especializações específicas em Arte-Educação. Mas qual é a ligação entre arte e desenvolvimento infantil?
Assim como todos os outros órgãos da criança, o cérebro está em constante desenvolvimento e crescimento. Por isso mesmo, a neuroplasticidade — termo dado à capacidade elástica do cérebro de armazenar mais informações — é tão evidente e maior do que a de um cérebro já maduro.
Mas, para que o cérebro se desenvolva de forma saudável, é preciso que seja estimulado. Quando falamos de estimulação, não se trata somente do modelo rígido proposto pela educação convencional, de longos textos e provas avaliativas. Esse modelo, é claro, tem o seu valor, mas funciona melhor com crianças mais velhas, que já possuem uma maior e mais esclarecida sistematização das informações.
Com crianças menores, é preciso ser lúdico, visual e auditivo. É preciso estimular todos os sentidos dos pequenos e abrir as portas de sua criatividade e imaginação, principalmente fazendo-os colocar a mão na massa. Essa é a importância da arte na educação infantil. É justamente aí que a arte pode ser uma fiel escudeira dos educadores e dos tutores, afinal, a educação não se dá somente em ambiente escolar, é fundamental também nos espaços familiares.
Segundo a fonoaudióloga e pedagoga Elen Campos Caiado, em artigo para o Brasil Escola, colocar a criança para desenhar, atividade aparentemente banal, tem um potencial grandioso. “O desenho tem papel fundamental na formação do conhecimento e requer grande consideração no sentido de valorizar desde o início da vida da criança, considerando a bagagem que traz de casa, assim como seu próprio dia a dia. [...] A criança ao desenhar desenvolve a autoexpressão e atua de forma afetiva com o mundo, opinando, criticando, sugerindo, através da utilização das cores, formas, tamanhos, símbolos, entre outros”, escreve.
Para Maria Alice Amaral dos Santos e Zuleika Costa, autoras do estudo “A arte na educação infantil: sua contribuição para o desenvolvimento”, não basta incluir a arte sem contextualizá-la. “Promover arte na educação infantil é possibilitar, é dar liberdade, mas estar atento à reação da criança durante as atividades, observando o processo como recurso, explorando os potenciais de criação para que esta venha a contribuir na aprendizagem”, pontuam.
Em casa, com seus filhos, você pode colocar, por exemplo, uma música cheia de sons diferentes e tentar reproduzi-los com eles. Isso irá estimulá-los a, por meio da audição, buscar sons similares e resoluções. Ou comprar tintas e pintar um quadro usando os próprios dedinhos, para trabalhar de forma manual, incentivando o tato e a visão ao mesmo tempo. Assistir a desenhos animados e ir fazendo perguntas às crianças sobre o que estão vendo é também uma possibilidade.
Dentro da escola, é papel dos educadores trazer a arte para a rotina, propor práticas lúdicas que fujam dos tradicionais desenhos com giz e lápis de cor — que são importantíssimos, vale dizer, mas não são as únicas opções. A dança, o teatro, a música: essas e outras propostas são valiosas para brincar com o sentido, trabalhar a timidez e desenvolver a coordenação motora, a sociabilidade, a sua capacidade de encontrar resoluções e, de quebra, a criatividade — ferramenta que será valiosa por toda a vida.
Use e abuse da sua imaginação para contribuir com o desenvolvimento dos seus pequenos. E quer ajudante melhor para isso do que o infinito universo da arte?
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