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Mais Abraços // Terça-feira 9 Maio, 2023 // #sono do bebê, #apneia do sono, #apneia do sono em bebês
Muitas pessoas sofrem de apneia do sono. Mas quando temos um quadro de apneia do sono em bebê, a situação pode se tornar assustadora para os pais. Imagina o frio na barriga ao notar que o pequeno faz uma pausa na respiração quando está dormindo!
Calma, papai e mamãe, essa não é uma emergência. Ainda assim, é preciso estar atento. A apneia do sono no bebê pode diminuir a qualidade do sono, interferir no humor e até no crescimento da criança.
A apneia do sono é uma condição em que uma pessoa para de respirar por um período de tempo enquanto dorme. Ela é mais frequente em adultos, mas também pode afetar crianças pequenas e ser vista como um sintoma de distúrbio de sono do bebê, embora na faixa pediátrica seja mais comum entre os 2 e os 7 anos.
Existem dois tipos de apneia do sono: a apneia central, quando a respiração é interrompida devido a um problema no sistema nervoso, e a apneia obstrutiva, quando a respiração é interrompida devido a um bloqueio na passagem do ar.
A apneia obstrutiva é mais comum e acontece, em parte, por conta do relaxamento muscular ao dormir. "Esse relaxamento muscular predispõe que a região da garganta fique mais estreita", explica o médico Gustavo Moreira, presidente do Departamento de Medicina do Sono da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
A consequência pode ser ronco ou mesmo apneia. "Vai diminuir o tamanho da garganta, vai fazer barulho (o ronco) e, em algumas pessoas, vai fechar completamente", diz o especialista.
O fechamento dura, normalmente, alguns segundos. "Fecha como se alguém estivesse dando um caldo na pessoa. Ela tem que sair do caldo", explica Moreira. "Então a pessoa desperta: não chega a ficar consciente, mas é o suficiente para abrir a boca, respirar e o oxigênio do sangue, que caiu durante a apneia, voltar a subir."
Feito isso, a pessoa volta a dormir – e também a roncar, a ter apneia e a despertar. "Fica um ciclo", comenta o médico. "Quem tem apneia obstrutiva do sono não tem só uma apneia por noite, tem múltiplas apneias."
No final, são múltiplos despertares. Essa interrupção do sono do bebê ou da criança diminui a qualidade do descanso e pode, até mesmo, interferir no crescimento e no desenvolvimento dos pequenos.
Ainda falando sobre apneia do sono em bebês, temos a apneia da prematuridade, em que o recém-nascido prematuro pode apresentar episódios de pausas breves na respiração. "Mas essa é uma apnea diferente da obstrutiva. É o cérebro que ainda está imaturo", explica Moreira.
A apneia da prematuridade costuma ocorrer em cerca de 25% dos bebês que nascem antes das 37 semanas de gestação. À medida que o centro respiratório cerebral amadurece, os episódios se tornam menos frequentes e desaparecem.
Em crianças, o principal fator de risco que provoca apneia obstrutiva do sono é o aumento da adenoide, conhecida como "carne esponjosa", e das amígdalas. "Se crescer demais numa garganta pequena de uma criança, aquilo pode dar apneia do sono", explica o médico especialista em sono.
"Já o adulto já não tem mais amígdala. A garganta fica estreita porque, geralmente, o adulto está acima do peso."
Mas a obesidade infantil, um problema que tem crescido muito no Brasil, também pode provocar apneia obstrutiva em crianças. Além disso, algumas síndromes genéticas, como a Síndrome de Down, são fatores de risco. E crianças que têm alergias respiratórias, como asma e rinite, também têm mais chance de ter apneia de sono.
O principal sintoma da apneia do sono em bebês é o ronco. Segundo Moreira, não há apneia noturna sem ronco – embora o ronco não seja um sintoma definitivo. "A gente sabe que uns 10% das crianças tem história de ronco habitual – que é o ronco em mais da metade das noites", explica o pediatra. "Desses que roncam com frequência, em torno de 20% tem apneia".
Existem outros sintomas, também, como as pausas na respiração durante o sono e roncos altos, com respiração ofegante. Além disso, a criança pode ter sonolência excessiva durante o dia, dificuldade de ganhar peso e até dor de cabeça ao acordar. Também é comum que os pequenos fiquem agitados.
"O adulto com apneia do sono costuma ficar sonolento, já a criança vai ter hiperatividade e falta de atenção", compara Moreira.
Como nas crianças o quadro costuma estar relacionado com a hipertrofia das amígdalas ou da adenoide, o tratamento mais comum para a apneia obstrutiva do sono é uma cirurgia. "O primeiro tratamento é cirurgia, que vai lá e remove o par de amígdalas mais a adenoide", explica Moreira.
Se além disso a criança tiver obesidade infantil, a redução de peso também será necessária. E, para os alérgicos, é indicado seguir com tratamento da asma ou da rinite.
Em alguns casos mais complexos, as crianças podem precisar usar aparelhos respiratórios para dormir, os CPAPs. "Esse é um tratamento de exceção na criança. Mas quando há uma síndrome genética, uma doença neuromuscular ou uma alteração craniofacial importante, aí, nesse caso, algumas delas vão precisar de CPAP."
Ao notar apneia do sono em bebês e crianças, o melhor é conversar com o pediatra e entender os caminhos para tratar a condição. E para que o pequeno tenha um sono de qualidade, veja ainda 10 recomendações para fazer com que o sono do seu bebê dure a noite toda.
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