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Mais Abraços // Quinta-feira 28 Novembro, 2024 // #saúde, #cuidados, #criança
Seu filho está fazendo xixi na cama enquanto dorme ou tem escapes durante o dia? Se sim, ele pode estar com enurese, um quadro urológico que faz com que as crianças tenham perda involuntária de urina.
A enurese pode ser do tipo diurna ou noturna e causada por origem orgânica (infecções ou distúrbios metabólicos) ou psíquica (problemas psicológicos).
Para entendermos melhor o que é enurese noturna e diurna, conversamos com especialistas. Assim, esperamos que mães e pais possam lidar com a situação de maneira adequada e com bastante carinho e acolhimento.
A enurese, conhecida popularmente como “xixi na cama”, é considerado um quadro urológico caracterizado pela perda involuntária de urina enquanto a criança dorme ou em episódios diurnos.
É bastante comum em crianças que estão na fase do desfralde noturno e aprendendo a controlar a vontade de fazer xixi à noite, mas pode acontecer em qualquer idade.
“Podemos definir enurese como um quadro em que a criança não consegue controlar a diurese e, por vezes, pode ser patológico, ou seja, relacionado a doenças”, diz Nelson Douglas Ejzenbaum, pediatra e neonatologista.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatra, existem dois tipos de enurese, a primária ou a secundária. Na primária, são crianças que nunca conseguiram deixar de usar fraldas durante a noite. Na secundária, são as que pararam de usar fraldas por mais de seis meses, mas depois de algum tempo voltaram a fazer xixi na cama.
A enurese também pode acontecer quando a criança está na fase do desfralde, pois ainda está em processo de entendimento de que a fralda não está mais ali para absorver o xixi.
Nelson explica que essa adaptação do desfralde varia de criança para criança. “Há crianças que estão prontas e outras não. Então, a minha dica é que os pais avaliam o momento certo para ter uma boa evolução e evitar quadros de enurese. Nestes casos em que a criança não se adapta, pode acontecer o desfralde tardio”.
Saiba qual é o momento certo para fazer o desfralde da criança e maneiras de se prepara para esta nova etapa cheia de alegrias e descobertas do seu pequeno.
A enurese pode ter origens múltiplas ou até mesmo desconhecidas. Os fatores mais investigados são os genéticos, fisiológicos e psicológicos.
“Dentre as causas genéticas, podemos destacar as crianças de pais que também tiveram enurese. Portanto, elas têm maior risco de apresentar o problema”, conta Tâmara Marques Kenski, psiquiatra e mãe do pequeno David, de 1 ano e 6 meses.
A médica complementa que outro fator que contribui para a enurese é a produção de urina de cada criança. Por exemplo, crianças que produzem mais urina à noite, podem ter mais propensão.
Outra questão relacionada é a característica do sono. “Quando a criança entra num sono tão profundo, pode acontecer de não acordar para fazer xixi e, juntando com o fato da falta do controle dos esfíncteres, não consegue controlar a diurese”, diz. E, por fim, pode ser causada por fatores emocionais, como estresse e ansiedade. A especialista aponta que há casos de enurese por conta do divórcio dos pais, a chegada de irmão, uma mudança de casa e outros estresses, o que ocasiona o xixi na cama. “Felizmente, a condição é comum em crianças e costuma melhorar com o tempo e, quando persiste, os pais precisam de avaliação e orientação médica”, alerta a profissional.
Tâmara explica que, para identificar a enurese, é importante os pais observarem se a perda involuntária de urina acontece quando a criança não diz que quer fazer xixi, ou seja, não manifesta desejo de ir ao banheiro e acaba perdendo a urina à noite.
Além disso, a criança pode apresentar aumento da sede e do consumo de água e, por consequência, perder o controle da urina. Ela recomenda também que haja uma observação mais cautelosa se a criança está passando por alguma situação de estresse, um acontecimento diferente na rotina e a frequência destes episódios. Preste atenção se acontece mais de duas vezes por semana e quantas vezes aconteceu no último mês. Esse olhar atento é importante. Se o quadro não se repetir, aguarde um pouco.
Se acontecer mais de duas vezes ao mês, é importante que os pais a levem para consultas com um pediatra e, se diagnosticada, com um psicólogo ou psiquiatra especialista em urologia pediátrica.
Ao identificar a enurese, é essencial dar um pouco mais de atenção à criança. "Caso a situação esteja mais frequente, não brigue com a criança, ao contrário, tente acolhê-la, mostrar que ela é amada, converse, mostre apoio e se disponha a ajudar”.
Felizmente, a enurese tem cura! Nelson conta que o tratamento pode ser feito com medicações que podem ser indicadas somente pelo pediatra da criança. Todas elas desempenham a função de ajudar no controle da bexiga.
Em alguns casos, é indicado o uso de alarmes para controle de enurese noturna. Esse alarme tem um sensor que é acionado quando a roupinha íntima da criança estiver molhada. Ele toca no pulso, fazendo com que a criança acorde. Para usá-lo, basta colocar o alarme no pulso da criança e o sensor dentro da roupa íntima.
E, claro, caso haja evidências de problemas emocionais e psicológicos, a criança deve ser tratada por um psicólogo. Os tratamentos psicológicos variam de acordo com a causa da enurese e da necessidade da criança e da família.
“As abordagens mais comuns são a TCC (Terapia Cognitivo Comportamental) e a terapia familiar, que vai abordar a dinâmica familiar para trabalhar a promoção de um ambiente de apoio e acolhimento”, diz Tâmara
Para ela, é muito importante que, na terapia, sejam aplicadas as técnicas de reforço positivo (elogiar e incentivar), treinamento de controle de bexiga e terapia de exposição, que ajuda a criança a enfrentar os medos e a ansiedade, fatores que estão associados a enurese.
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