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Mais Abraços // Segunda-feira 11 Março, 2024 // #Crianças, #Bebês
Se você tem filhos em idade escolar e percebeu algumas manchas avermelhadas se espalharem pelo rosto, saiba que esse pode ser um sinal de eritema infeccioso.
Embora a irritação também acometa adultos, segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) , a doença atinge, na maioria dos casos, crianças maiores de três anos, principalmente entre os 5 e 7 anos, sendo incomum abaixo desta idade.
A seguir, o médico pediatra e neonatologista Nelson Douglas explica o que é eritema infeccioso, quais são os principais sintomas, as causas e o tratamento para que os pequenos fiquem livres desta incômoda erupção cutânea.
De acordo com o pediatra, o eritema infeccioso é uma irritação causada pelo parvovírus humano B19 e caracterizada como uma doença exantemática da infância (quadro que causa lesões na pele após uma infecção, assim como rubéola, sarampo e escarlatina).
“As crianças que têm de 5 e 7 anos são as mais afetadas pela erupção e a estação mais propícia para seu acometimento é no final do inverno e começo da primavera”, ressalta.
O médico explica que, normalmente, a maioria dos adultos costuma ser imune porque já tiveram eritema infeccioso na infância. Por outro lado, os adultos que não apresentaram a condição na infância estão expostos a doença da mesma forma que crianças.
Ainda há a possibilidade de transmissão da doença para crianças em fase de gestação, que vamos falar mais adiante.
Antes de mais nada, é preciso identificar alguns sinais importantes na pele da criança para, depois, encaminhá-la a um médico pediatra. Portanto, conheça os principais sintomas de eritema infeccioso, segundo o especialista:
Febre;
Mal-estar (dor de cabeça, no corpo, na garganta e calafrios);
Vermelhidão que deixa as bochechas bem coradas;
Erupção cutânea que pode se espalhar pelos braços, pernas, tronco. palmas das mãos e nas solas dos pés.
Por ser um vírus, detalha Nelson Douglas, a transmissão pode ocorrer por contato com gotículas de saliva e outras secreções respiratórias, além de compartilhamento de agulhas com o sangue contaminado.
Além de crianças, gestantes também podem ter contato com a doença. Segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), a maioria das infecções agudas durante a gestação não apresentam consequências para o feto e não há evidências de sequelas no desenvolvimento neuropsicomotor a longo prazo nas crianças.
Porém, em algumas situações, o quadro pode comprometer a gestação, como explica o especialista:
“Nos casos mais graves, a mãe que não foi acometida com eritema infeccioso na infância fica exposta à condição e, se for contaminada, pode sofrer perda fetal causada por hidropsia [acúmulo anormal de líquido no feto], principalmente nos casos de infecção durante a primeira metade da gestação."
Mais dados da Febrasgo revelam que a incidência de infecção aguda em gestantes é de 3,3 a 3,8%, com certa variação de acordo com a ocupação de cada gestante, sendo maior entre professoras escolares, por exemplo.
Gestantes com exposição recente ao vírus ou com sintomas compatíveis com a infecção devem fazer os testes de imunoglobulinas IgM e IgG através de coleta de amostra de sangue.
Como as primeiras 20 semanas de gestação são consideradas de “alto risco” (quando há maior chance de perda fetal e hidropsia) é indicado cumprir o calendário do pré-natal e, se houver suspeita de eritema infeccioso fetal, o médico pode indicar os testes de IgM e IgG para a mulher.
Nos casos de IgM positivo, a mãe deve ser observada com mais atenção e o médico pode pedir avaliação com ultrassonografia seriada semanal a partir de 22 semanas para vigilância de sinais de hidropsia.
Para os casos de IgM negativo e IgG negativo, é indicado que a gestante evite contato com pessoas com sintomas que possam sugerir infecção por parvovírus B19 e lave bem mãos e evite compartilhar alimentos e bebidas.
Se a paciente for suscetível e tiver história recente de possível exposição ao vírus, deve-se proceder a investigação médica, pois há risco de infecção aguda mesmo com exame IgM negativo.
O tratamento do eritema infeccioso é possível e iniciado após o diagnóstico médico. O exame feito para detectar a doença é, normalmente, o exame físico simples, por ser uma condição bastante visível.
“No caso de crianças imunossuprimidas (com o sistema imunológico comprometido) ou que apresentam um quadro mais severo, são pedidos um hemograma e um painel viral para diagnosticar o quadro”, diz Nelson.
O pediatra explica ainda que não existe um tratamento específico ou vacina para o eritema infeccioso, até por ser condição autolimitada, isto é, que pode ser tratada com remédios, como antitérmicos (para baixar a febre) e analgésicos (para diminuir as dores musculares) enquanto o corpo elimina a infecção, justamente porque traz danos severos raros, tanto na criança, como na gestante.
Lembre-se sempre que é essencial consultar um especialista para um diagnóstico preciso e evitar medicar as crianças por conta própria.
E, se você pretende ter filhos ou já quer acompanhar de perto a saúde dos pequenos, fique por dentro das doenças mais comuns na infância e evite surpresas na convivência com a criança.
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