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Mais Abraços // Quarta-feira 24 Abril, 2024 // #transtorno do espectro autista, #autismo, #bebês
Apesar de ser cada vez mais falado, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) ainda gera muitas dúvidas — e os sinais de autismo em bebês compõem um dos tópicos mais intrigantes. Por conta da pouca idade da criança e da limitada interação com outras pessoas, os pais têm dificuldade em reconhecer as características do quadro.
“O Transtorno do Espectro Autista é um distúrbio de neurodesenvolvimento cerebral que acaba influenciando o comportamento, a comunicação, a interação social e apresenta alguns padrões restritivos de atividades na rotina dos bebês”, explica o neuropediatra Tarcizio Brito Santos.
A seguir, listamos sinais que podem ajudar a identificar o autismo em bebês e mostramos como buscar o apoio especializado para que sejam feitos os adequados diagnóstico e tratamento.
Para reconhecer os sinais de autismo em bebês de 1 ano, Tarcizio recomenda que a triagem do TEA seja feita a partir dos 18 meses de idade, porém antes disso já é possível observar alguns sinais.
“A principal característica nessa fase é a dificuldade em dar as mãozinhas para ir para o colo dos pais, às vezes [a criança] tem dificuldade de manter a atenção no rosto de algumas pessoas”, conta.
Ele complementa explicando que os bebês, à medida que vão crescendo, costumam ter um repertório de, no mínimo, cinco ou seis palavras para conseguir formar uma frase simples. O que se percebe muito nos casos de criança com autismo é um atraso de fala, uma dificuldade de manter uma conversa ou repetir algumas palavras, entender expressões faciais e expressões de linguagem.
Para o médico, quando a criança entra em idade escolar, o autismo vai ficando mais nítido. “É nessa fase que os pais começam a olhar para o coleguinha e compará-lo com o filho. A professora pode mandar recados para os pais contando que aquela criança tem dificuldade social de interagir, de se comunicar ou que não está conseguindo acompanhar as atividades”.
Algumas campanhas, como o “Abril Azul”, tem como objetivo justamente incentivar o diagnóstico precoce através da observação dos sinais, além de promover a inclusão e quebrar o preconceito.
O movimento tem como símbolo um laço azul porque, segundo o Ministério da Educação, o autismo atinge muito mais meninos do que meninas na proporção de 4 meninos para 1 menina.
Mantém pouco ou nenhum contato visual;
Não responde ao sorriso ou a outras expressões faciais dos pais;
Não olha para objetos ou eventos para os quais os pais estão olhando ou apontando;
Não entende que será pego no colo;
Troca pouco ou nenhum olhar com as pessoas;
Não responde ao próprio nome;
Sente incômodo quando é tocada por estranhos;
Brinca com objetos aleatórios que não são feitos para crianças;
Não aponta para objetos ou eventos para fazer os pais olharem para ele;
Não leva itens de interesse pessoal para mostrar aos pais;
Não costuma apresentar expressões faciais adequadas;
É incapaz de perceber o que os outros estão pensando ou sentindo ao observar suas expressões faciais;
Não consegue fazer amigos ou não se interessa por fazê-lo;
Andar na ponta dos pés.
Vale lembrar que, segundo o Ministério da Saúde, o autismo funciona em níveis, ou seja, ele pode se manifestar de forma leve até uma forma mais severa e a relação entre sinais e o diagnóstico só pode ser estabelecida pelo profissional da saúde. Portanto, esses sinais podem variar e apenas um especialista poderá dar a palavra final.
Será que existe um tempo certo para a criança começar a andar? Saiba como estimular seu filho a andar e prepare-se para viver esse momento inesquecível da maternidade.
Não aponta para as coisas a fim de indicar necessidades ou compartilhar coisas com outras pessoas;
Não fala palavras soltas aos 16 meses;
Repete exatamente o que os outros dizem sem entender o significado (o que geralmente recebe o nome de repetição mecânica ou ecolalia);
Não responde quando chamado pelo nome, mas responde a outros sons (como a buzina de um carro ou o miado de um gato);
Refere a si mesmo como "você" e aos outros como "eu" e pode misturar pronomes;
Muitas vezes parece não querer se comunicar;
Não consegue iniciar ou continuar uma conversa;
Não usa brinquedos ou outros objetos para representar pessoas ou a vida real em jogos simulados;
Pode ter boa memória, especialmente para números, letras, músicas, comerciais de TV ou um tópico específico;
Pode perder a linguagem ou outras conquistas sociais, geralmente entre 15 e 24 meses (o que é denominado de regressão).
Ainda antes de o bebê começar a falar, ele se comunica com você de diferentes formas. Aprenda quais são os 4 sinais que podem indicar que seu bebê pronunciará as suas primeiras palavras em pouco tempo.
Além dos padrões de comportamento citados acima, há outra característica que pode ajudar os pais a desconfiarem do autismo em bebês: as “estereotipias” em crianças com autismo. São movimentos repetitivos sem função nenhuma, como balançar os braços ou a cabeça.
Elas podem estar ligadas também a algumas outras condições neurológicas e geralmente se concentram em balançar as mãos, os braços, a cabeça, bater palmas e balançar objetos repetitivamente.
Existem ainda comportamentos sensoriais estereotípicos: fixar o olhar em alguns objetos específicos, ficar olhando a rodinha do carrinho, ficar rodando, organizar, alinhar ou empilhar brinquedos de maneira repetitiva.
E se você já observou situações como “meu bebê dá tapas na própria cabeça”, saiba que, segundo o especialista, este também é uma estereotipia, ou seja, um movimento sem propósito. Caso desconfie de algum sinal assim que se diferencie do comportamento esperado de um bebê, consulte um especialista.
“Há também uma questão sensorial em que a criança, muitas vezes, tem sensibilidade a alguns estímulos, como pisar em texturas diferentes (na grama ou areia), ou apresentar irritabilidade com sons muito altos ou barulho intenso”, afirma Tarcizio.
Por conta dessa hipersensibilidade, o bebê pode até apresentar uma seletividade alimentar, que também está ligada a essa parte sensorial. Além disso, ele pode criar apego a objetos específicos e à rotina: "Quando mudam de tarefas ao longo do dia há grandes chances de ter uma crise de irritabilidade”, esclarece ele.
Ouvir música com seu bebê influencia positivamente no seu desenvolvimento cognitivo e intelectual! Por isso, leia nosso artigo em que listamos todos os benefícios do som na rotina da criança para vocês aproveitarem cada momento sono com muita diversão.
<H2>Possíveis causas do autismo em bebês</H2>
Tarcizio diz que essa é uma resposta bem complexa, porque não há como diagnosticar o autismo em bebês por alguma causa específica. Para ele, existem fatores genéticos, biológicos e ambientais que desempenham um papel importante na causa do Transtorno do Espectro do Autismo.
“Dificilmente você consegue encontrar um gene específico que seja responsável por algum quadro de Transtorno de Espectro do Autismo. É uma herança genética bem complexa”, afirma. Além disso, o médico conta que existem algumas mutações genéticas em alguns cromossomos que aumentam o risco de autismo.
Em relação ao ambiente, alguns fatores de risco são:
Exposição a alguns medicamentos na gravidez;
Exposição a algumas toxinas ambientais;
Infecções virais durante a gravidez e durante o parto;
Falta de oxigênio durante o parto, que pode alterar algumas condições necessárias para o desenvolvimento cerebral;
Pais com mais de quarenta anos têm mais chances de gerar uma criança com Transtorno do Espectro Autista.
Afinal, como os pais podem ficar atentos a esses sinais de autismo em bebês no dia a dia? Basicamente, são sinais cotidianos, veja quais:
Observe como a criança se comporta na presença de outras;
Atente-se a maneira como ela interage com os pais, se vai para o colo quando a mãe der os braços;
Avalie se tem dificuldade de fixar o olhar no rosto de outras pessoas;
Acompanhe seu comportamento na creche com a professora e os colegas.
“Além das observações dos pais serem extremamente importantes, o que eu sempre pratico, como profissional, antes de dar o diagnóstico de autismo em bebês, é fazer uma análise mais demorada. Eu costumo pedir vídeos da criança brincando com outras para avaliar como é a parte de interação, o que é que ela está comendo, como é o sono, se é um sono mais agitado ou se não é”, esclarece o neuropediatra.
E claro, não é necessário que a criança já nasça fazendo um acompanhamento com neuropediatra, mas o próprio neuropediatra pode realizar uma triagem nas consultas de puericultura e encaminhar a criança para o psicólogo, fonoaudiólogo, pedagogo e fisioterapeuta, pois cada caso pede um tratamento específico.
Brincar com a criança é extremamente importante para o desenvolvimento infantil. São esses momentos que fazem os pequenos verbalizarem emoções e criarem limites. Confira 5 atividades para bebês com desenvolvimento atípico.
Segundo Tarcizio, após a confirmação do diagnóstico, o próximo passo dos pais em relação a criança com autismo é, principalmente, procurar estimular seu desenvolvimento.
“Uma das formas de tratar a condição neurológica que eu indico é fazer uma terapia chamada ABA (feita para criar habilidades e diminuir comportamentos não funcionais), que é baseada na análise comportamental. É uma das terapias com mais evidência para o tratamento de reabilitação das crianças que têm diagnóstico”, recomenda o médico.
Porém, existem vários outros tratamentos. O mais importante é que os pais procurem profissionais que sejam especializados no assunto, com experiência e conhecimento. Os profissionais envolvidos devem conversar entre si, oferecendo um tratamento individualizado.
Quanto ao convívio com os pais, o especialista aconselha que respeite a rotina da criança, pois ela terá mais dificuldades de lidar com mudanças, além de manter os hábitos do sono, colocando o bebê para dormir sempre no mesmo horário, com luzes baixas e sem ruídos ao redor.
Recentemente, o uso de um cordão com desenhos de girassóis ao redor do pescoço foi instituído por lei como símbolo nacional de identificação das pessoas com deficiências ocultas, ou seja, que não podem ser imediatamente visualizadas, como é o caso do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Medidas como esta visam integrar pessoas com deficiência na sociedade garantindo que suas particularidades sejam vistas e respeitadas.
Você sabia que a estimulação precoce dos bebês ajuda a fortalecer as capacidades motoras, assim como o desenvolvimento intelectual? Veja como incentivar as habilidades do seu bebê para aumentar sua aprendizagem.
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