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Mais Abraços // Segunda-feira 19 Setembro, 2022 // #saude mental, #emocoes, #filhos, #cuidados
Saúde mental é tema mais do que em alta, principalmente depois desse tempo de isolamento em que o bem-estar de nossas mentes foi tão comprometido e ficou tanto em evidência. Até mesmo as empresas já estão ligadas na saúde mental de seus funcionários e, recentemente, a síndrome de burnout — conhecida por ser um esgotamento físico e mental proveniente do excesso de trabalho — se tornou doença oficial pela OMS e pode ser usada até mesmo em processos trabalhistas.
Mas e com relação à saúde mental infantil, estamos falando sobre ela? Um novo estudo, realizado por Sheri Madigan, professora associada de psicologia clínica e cadeira de pesquisa canadense em determinantes do desenvolvimento infantil na Universidade de Calgary, trouxe resultados reveladores. Estima-se que um em cada quatro adolescentes em todo o mundo esteja experimentando sintomas de depressão clinicamente elevados, enquanto um em cada cinco jovens esteja experimentando sintomas de ansiedade clinicamente elevados. A autora ainda pontuou que “os resultados desta análise sugerem que a pandemia provavelmente instigou uma crise global de saúde mental na infância e adolescência”.
A meta-análise — publicada na JAMA Pediatrics, revista norte-americana de pediatria — revisou 29 estudos com um total de mais de 80.000 participantes em todo o mundo, com idades entre 4 e 17 anos e média de 13 anos. Os estudos, que usaram dados clínicos empíricos sobre depressão e ansiedade em crianças, foram realizados no Leste Asiático, na Europa, na América do Norte, no Oriente Médio e nas Américas do Sul e Central, como informa a CNN.
“Eu acredito que o primeiro passo para falar sobre saúde mental com as crianças é dialogando, com uma linguagem acessível, de acordo com a capacidade de compreensão de cada idade. As crianças são curiosas e observam tudo o que acontece à sua volta. É a maneira que elas têm de entender o mundo”, explica Tânia Regina de Jesus, pedagoga há mais de 30 anos — 18 deles trabalhando como psicopedagoga clínica — e especialista em neuropsicopedagogia.
Se as emoções são inerentes aos seres humanos, temos de incentivar as crianças a mostrarem seus sentimentos a amigos, familiares e — por que não? — professores e funcionários de sua escola. “Sabemos que, no ambiente escolar, é onde ela [a criança] vivencia a maior parte do seu tempo e onde o seu desenvolvimento fica mais evidente e acentuado. Portanto, a escola deve ser um lugar seguro para que temas como esse [sentimentos e emoções] sejam abordados sem tabus e onde ela se sinta à vontade para falar também”, diz.
Além disso, a escola é um dos principais ambientes de socialização das crianças, é o local onde elas costumam ter os primeiros contatos com pessoas que não fazem parte da sua família, e que podem ter crenças, estilos de vida e características físicas e comportamentais distintas das que essas crianças estão habituadas a conviver. “As percepções dessas diferenças devem ser tratadas desde cedo, ensinando às crianças que as pessoas não são iguais, que devemos respeitar os outros e que comentar a aparência do amiguinho não é legal e pode deixá-lo triste, por exemplo”, continua.
Novamente, voltamos à educação, que é a chave de tudo e a porta de entrada para diversos temas importantes. É preciso que as universidades, incluindo as que têm o curso de Pedagogia, estejam atentas à saúde mental de seus alunos para que, então, o assunto seja abordado na formação de futuros professores, de forma que estes estejam mais atentos e preparados para lidar com o tema.
Mas de nada adianta a escola estar preparada para fazer rodas de diálogo, estar atenta aos mínimos sinais de cada criança e ter o auxílio de uma psicopedagoga que também acompanhe o dia a dia delas se, ao chegar em casa, essa mesma criança for negligenciada. A educação é uma via de mão dupla, que deve ser desempenhada pela escola e também pelos pais. E isso não só em disciplinas teóricas ou conteúdos sobre o corpo físico. É preciso que a casa da criança também seja um ambiente seguro para se falar sobre angústias, medos e outras sensações. Para isso, os pais podem demonstrar suas próprias sensibilidades e “fraquezas”, assim, a criança verá que são normais e que seus tutores também não se sentem bem todos os dias.
Enquanto não falarmos sobre a saúde mental das crianças, inclusive com elas, as próximas gerações continuarão a sentir os efeitos externos do mundo e de seu próprio crescimento, mas sem mecanismos para lidar com essas questões. E, ao alcançarem a vida adulta, podem enfrentar problemas. “Quanto mais olharmos para essas crianças e pensarmos formas para que elas possam se apropriar da realidade e se expressar à sua maneira, mais estaremos cuidando das saúdes mental e emocional delas”, conclui Tânia.
Que tal abrir esse diálogo de forma leve e construtiva em um próximo jantar ou passeio? Seja o apoio de que seus filhos precisam para enfrentar o mundo que os aguarda nos próximos anos!
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* A especialista consultada sobre esta matéria foi ouvida como fonte jornalística, não se utilizando do espaço para a promoção de qualquer produto ou marca.
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