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Mais Abraços // Segunda-feira 25 Setembro, 2023 // #bebe, #fezes do bebe
Assim como a alimentação é essencial, evacuar, claro, também é importantíssimo para a saúde intestinal. Mas muitos pais podem se espantar ao descobrir quão intensa pode ser a constipação em bebês. O sintoma, no entanto, não é tão complicado de resolver ou, ao menos, aliviar. Entenda a seguir o que pode estar por trás da travada na barriguinha do seu bebê e como ajudá-lo a fazer o número dois.
A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) define a constipação em bebês como “a dificuldade para evacuar, ou a evacuação de fezes duras, de largo calibre e/ou ressecadas, que necessitam de muito esforço, com frequência evacuatória de duas ou menos vezes por semana”.
Embora não exista uma definição única do que é normal quando pensamos na frequência e na consistência das fezes em bebês, o Manual MSD, site que reúne informações médicas, aponta que recém-nascidos evacuam cerca de quatro vezes por dia — ou até mais.
Durante o primeiro ano, essa média vai diminuindo aos poucos e os bebês passam a fazer cocô de duas a quatro vezes a cada 24 horas. Esse número pode variar segundo a dieta: crianças alimentadas com leite materno costumam sujar mais fraldas do que aquelas que são alimentadas por meio de fórmulas infantis.
Durante os primeiros meses, é normal que o cocô tenha um aspecto mais macio ou mole, embora ele seja ligeiramente diferente de uma diarreia.
Em linhas gerais, os principais indícios de constipação em bebês incluem:
Ficar sem fazer cocô por dois ou três dias;
Fezes duras;
Sensação de dor durante a evacuação;
Fezes muito grandes, diferentes das demais;
Gotas de sangue na parte exterior das fezes;
O Hospital Pequeno Príncipe, de Curitiba, no Paraná, acrescenta que alguns bebês constipados também apresentam diminuição do apetite, sensação de saciedade precoce (eles param de comer antes do esperado) e infecções urinárias repetidas.
Segundo o Hospital Pediátrico Mercy, dos EUA, em 95% das ocasiões, a constipação está relacionada a dois fatores principais: problemas na dieta ou questões comportamentais.
Esses episódios de dificuldade para fazer cocô costumam se concentrar em três momentos específicos da primeira infância: primeiro, quando cereais e alimentos sólidos são introduzidos na dieta do bebê; segundo, na época do treinamento no uso do vaso sanitário; terceiro, na hora de iniciar ou retornar à creche ou à escolinha.
Os problemas na dieta que podem levar à constipação envolvem um consumo baixo de líquidos ou fibras (componentes essenciais ao sistema digestivo que estão presentes em frutas, verduras e cereais).
Já os problemas comportamentais envolvem justamente o estresse — como quando há uma mudança de rotina, a chegada de um irmão mais novo, o início do ano letivo… Em muitos casos, essas questões fazem a criança “travar” o intestino. E isso, por sua vez, inicia um círculo vicioso.
As fezes retidas perdem água e ficam mais secas e duras (o que dificulta ainda mais a passagem pelo reto e o ânus). Esse cocô ressecado pode chegar a formar uma espécie de tampão, que bloqueia a passagem de uma nova leva de fezes mais moles.
Mas se os problemas alimentares e comportamentais representam 95% dos casos de constipação, o que acontece nos outros 5%?
O Hospital Pequeno Príncipe explica que aqui entram doenças específicas, que precisam ser avaliadas e diagnosticadas por um médico, tais como:
Hipercalcemia (excesso de cálcio no sangue);
Hipocalemia (falta de potássio no sangue);
Hipotireoidismo (tireoide funcionamento mais devagar do que deveria);
Doença celíaca (dificuldade de absorção do glúten pelo intestino);
Fibrose cística (doença genética grave);
Doença de Hirschsprung (que afeta partes do intestino);
Doenças neurológicas como a paralisia cerebral;
Reação ao uso de alguns medicamentos, como codeína e antiácidos;
Contato com toxinas, como chumbo;
Defeitos congênitos no ânus.
Na grande maioria das vezes (ou 95%, para ser exato), não. Trata-se de algo passageiro, que melhora depois de algum tempo com algumas mudanças alimentares e comportamentais. Nos 5% restantes, é importante fazer uma investigação mais aprofundada para checar se existe uma doença de base e, se sim, tratá-la adequadamente. Geralmente, é possível manejar a constipação e garantir um fluxo intestinal mais adequado.
O Departamento de Saúde do Governo da Austrália orienta que um médico deve ser procurado se os quadros de constipação se repetem com frequência e os tratamentos caseiros não estão funcionando. Outros sinais de alerta incluem:
Nenhuma evacuação nas primeiras 24 a 48 horas após o nascimento;
Perda de peso;
Redução do apetite;
Sangue nas fezes;
Febre que não baixa;
Vômitos constantes;
Inchaço e/ou dor no abdômen;
Perda de tônus muscular em bebês (que parecem flácidos e fracos);
Em crianças mais velhas, incontinência urinária (liberação involuntária do xixi), dor nas costas, fraqueza ou dificuldades para se locomover.
Se a constipação estiver relacionada às causas mais raras citadas anteriormente, é preciso tratar o problema de origem. Agora, se a dificuldade para fazer cocô tem a ver com problemas alimentares e comportamentais, é possível realizar mudanças na rotina.
Segundo a UFRGS, crianças constipadas que ainda não iniciaram a dieta com alimentos sólidos podem receber pequenas quantidades de sucos de maçã, pera ou ameixa (com a devida orientação de um profissional de saúde, claro).
Já para aquelas que já passaram pela introdução alimentar, é possível ofertar purês de legumes, frutas e cereais, que são ricos em fibras.
Pais e responsáveis também podem investir em mudanças comportamentais, como encorajar a criança a sentar-se no vaso sanitário logo após as refeições, ou aliviar o estresse relacionado a mudanças na rotina.
Uma receita caseira muito conhecida orienta a dar um banho morno no bebê. Embora não existam estudos científicos comprando a eficácia dessa estratégia — e tampouco ela seja mencionada em manuais de medicina — a tática pode ajudar a relaxar e favorecer a evacuação.
Isso porque a água ligeiramente quente ajuda a relaxar a musculatura do abdômen e da pelve, que pode ser um dos fatores por trás da dificuldade.
Em casos um pouco mais severos, pode ser necessário usar alguns medicamentos, como supositórios ou laxantes, com a orientação de um profissional da saúde. A meta aqui é deixar o cocô mais fluido e com uma boa capacidade de transitar bem pelo trecho final do intestino.
Não existe nenhuma evidência científica de que dar água morna para o bebê ajude a amolecer as fezes e a prática, apesar de popular, tampouco é recomendada por qualquer sociedade médica.
Um dos únicos estudos a avaliar essa possibilidade foi feito na Universidade de Agricultura na China. Segundo os especialistas, a água numa temperatura ligeiramente elevada até auxilia a tratar a constipação por agir diretamente na microbiota intestinal, mas seus resultados, obtidos através de testes em animais, são muito iniciais e, portanto, não podem ser aplicados com precisão na saúde humana.
Mas, é claro, beber bastante líquido é fundamental para a hidratação e, consequentemente, para uma boa saúde intestinal. Nos seis primeiros meses, o bebê deve ser alimentado exclusivamente com leite materno, que já provê a quantidade de água necessária. Depois disso, é possível introduzir a água em temperatura ambiente (nem quente, nem gelada) aos poucos ou até alguns sucos e chás sem adição de açúcar que facilitam o trânsito intestinal, como aqueles que incluem ameixa, fruta rica em fibras. E lembre-se: a introdução dessas bebidas deve sempre ser conversada com o pediatra e outros profissionais de saúde que acompanham o bebê.
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