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Mais Abraços // Segunda-feira 18 Dezembro, 2023 // #alergia, #bebe, #suor
A pele das crianças e dos bebês é suscetível a uma série de condições que se apresentam com inchaços, áreas avermelhadas e coceira, mas embora exista na linguagem corrente a tendência a chamar esses sintomas de "alergia", muitas vezes essa não é a explicação mais adequada. A alergia é uma reação imunológica contra uma substância – como quando o corpo da criança reage de forma exacerbada ao comer leite ou ovos.
Esse não é o mesmo caso das alterações cutâneas causadas pelo calor. "Não há alergia ao suor, não produzimos anticorpos contra o suor, mas o suor é um irritante para a pele", explica Herberto José Chong Neto, presidente do Departamento Científico de Alergia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Segundo o pediatra, o suor pode provocar coceira e lesões, como as pápulas eritematosas (bolinhas vermelhas) e as urticas. Entenda mais a seguir!
"Alergia ao suor" é um nome popular que se dá para um tipo de urticária, a urticária colinérgica, que aparece em situações de aumento da temperatura corporal – seja pelo calor do ambiente, por banhos quentes, ou pela prática esportiva. Como as outras urticárias, a colinérgica tem uma ligação com o sistema imunológico, embora o consenso científico seja que a maior parte delas não são alergias: as urticárias ocorrem com a liberação de uma substância chamada histamina, que age nos vasos sanguíneos e na pele.
Assim, as urticárias são, geralmente, tratadas com remédios anti-histamínicos, o que deve ser feito sempre com acompanhamento médico.
As urticárias causadas pelo calor são raras na primeira infância: um estudo de 2008 estima que as urticárias crônicas, cujos sintomas duram mais de seis semanas e da qual a colinérgica faz parte, afeta apenas de 0,1 a 0,3% das crianças. Mais comum entre os pequenos é a urticária aguda, de duração mais curta. Nesses casos, a maioria está ligada a uma infecção, principalmente virais, mas também por fungos, parasitas ou bactérias – alguns estudos colocam mais de 70% das urticárias agudas em crianças nessa categoria.
O suor também é um fator no surgimento das pápulas eritematosas – as bolinhas vermelhas da famosa "brotoeja", nome popular da miliária, que também é conhecida como "dermatite do calor" – e é uma condição causada pelo suor bem mais comum em bebês.
A miliária, assim como a urticária, também não é uma reação alérgica: ela é causada pelo entupimento parcial de ductos glândulas de sudoríparas e é desencadeada por situações que favoreçam a transpiração, como o calor, febres e o uso exacerbado de roupas. A brotoeja é comum nas dobras de pele e na área que fica em contato com a fralda – e é importante, nesse caso, não confundir com a dermatite das fraldas, a popular assadura –, mas também pode surgir em qualquer outro ponto da pele, como a face e as dobrinhas do pescoço e axilas.
Normalmente, a miliária é uma condição que se resolve de forma espontânea, e o tratamento consiste em evitar o aquecimento do corpinho do bebê, utilizando roupas adequadas ao clima e mantendo os ambientes arejados. Quando há incômodo exagerado, o pediatra pode recomendar o uso de loções.
A dermatite atópica é uma doença crônica que causa muita coceira, faz surgirem áreas inflamadas e avermelhadas na pele, principalmente nas dobras dos cotovelos e dos joelhos e pode ser confundida com a alergia ao suor.
Ela pode ou não estar associada a doenças alérgicas — como asma, rinite e alergia alimentar —, mas banhos longos e com água quente e a mudança de temperatura do ambiente também estão entre os fatores que contribuem para o surgimento das lesões na pele. Assim como no caso das outras condições, é importante consultar um pediatra para ter um diagnóstico preciso e tratamento adequado.
Com a chegada do verão, é importante cuidar da temperatura corporal dos bebês. "O calor sem dúvidas piora estas lesões que aparecem com o aumento da temperatura da pele", explica o pediatra. Tanto no caso das urticárias causadas pelo calor, quanto no caso da miliária, o jeito mais simples de prevenir o aparecimento das lesões é manter a criança em ambiente fresco, sem exposições excessivas ao sol e ao calor e sempre com a pele seca e em temperatura adequada.
Aparelhos de ar-condicionado e ventiladores podem ser utilizados com certos cuidados, evitando por exemplo que o fluxo de ar esteja direcionado para a criança e garantindo que eles estejam sempre limpos e com a manutenção em dia. Também é bom evitar exercícios físicos intensos e favorecer banhos frescos em dias quentes. E, no caso de o pequeno desenvolver algum problema de pele causado pelo calor, é importante consultar o pediatra para receber informações precisas e, caso necessário, tratamentos adicionais.
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