Tem certeza de que deseja excluir o produto Vale-presente?
Mais Abraços // Segunda-feira 13 Novembro, 2023 // #bebe, #alergia
Alergia em bebê é algo comum e que leva preocupações e dúvidas a mamães e papais. Será que aquelas bolinhas na pele são por causa de alguma alergia? Ou os espirros, será que também têm fundo alérgico?
Entenda o que é alergia e detalhes, como causas, sintomas e tratamento, dos tipos mais frequentemente vistos de alergia em bebê.
Alergias são reações imunológicas do organismo contra substâncias que, por si só, são inofensivas. Elas podem acontecer ao comer, respirar ou tocar nessas substâncias, os alérgenos.
Mas nem tudo que chamamos assim é, de fato, uma alergia. "Existe uma confusão com o termo alergia, né? Todo mundo acredita que aquilo que coça ou que causa um vermelhão na pele é alergia. Isso nem sempre é verdade", explica Herberto Chong Neto, presidente do Departamento de Alergia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
"Para ser alergia tem que ter participação de um anticorpo chamado imunoglobulina E, e a gente tem como fazer pesquisa desse anticorpo, identificando o alérgeno que está trazendo a interferência na doença alérgica desta criança."
No caso dos bebês e das crianças muito pequenas, por exemplo, as urticárias, placas vermelhas que se espalham pelo corpo e causam muita coceira, muitas vezes não são reações alérgicas.
"Em geral, as urticárias na criança e, principalmente, em bebês são de origem infecciosa, especialmente de vírus", diz Neto. Alguns estudos colocam mais de 70% das urticárias agudas em crianças na categoria de infecciosas.
Mas se nem tudo o que coça e chamamos de alergia é realmente uma, quais são os tipos de alergia mais comuns em bebês?
"Em geral, os bebês podem ter alergias cutâneas e alergias respiratórias", explica Neto. "As mais comuns entre os bebês são as alergias cutâneas, principalmente a dermatite atópica."
A pele sensível do bebê pode ficar irritada por diversos fatores. "Um sabonete com pH mais ácido, o uso de tecidos sintéticos, que são geralmente agressivos à pele do bebê, e, eventualmente, até cremes um pouco perfumados podem interferir na irritação da pele", lista o médico.
Outro tipo de alergia que, segundo o pediatra, merece atenção e também é frequente nos pequenos são as alergias alimentares. Elas ocorrem, principalmente, com a mudança de hábitos dietéticos com a saída do aleitamento. Entre os alimentos mais alergênicos estão ovos, leite, amendoim e outras oleaginosas, como as nozes.
As alergias alimentares são bastante comuns e é preciso estar atento aos sintomas como cólica, diarreia, chiadoe lesões avermelhadas na pele. Em caso de suspeita de alergia alimentar, o mais indicado é consultar um médico para o adequado tratamento.
Como explica o médico, a dermatite atópica é uma doença alérgica crônica, com participação do sistema imunológico. "É uma das primeiras manifestações de alergia a acontecer no bebê: podendo aparecer por volta do sexto mês de idade", afirma o pediatra.
A coceira é o principal sintoma, mas também aparecem lesões avermelhadas e descamativas, principalmente na face, nas dobras do braço e nas dobras da perna.
O pediatra destaca o fato de que a dermatite atópica é uma condição que pode, sim, ser controlada. A hidratação é muito importante para reduzir a coceira e a inflamação.
No caso das alergias respiratórias, explica Neto, as mais comuns entre as crianças são a rinite e a asma. "A prevalência é bem alta. Nós temos em torno de 20% das crianças brasileiras com rinite e 10% das crianças com asma".
Os sintomas da rinite, normalmente, são congestão nasal, coceira no nariz e espirros. O quadro também pode estar associado a sintomas oculares, como lacrimejamento e coceira no olho. Já a asma se manifesta com falta de ar, aperto e chiado no peito, além de tosse.
O primeiro passo quando se tem um quadro de alergia respiratória, assim como em qualquer outra alergia em bebê ou em outra idade, é evitar aquilo que causa a alergia.
Voltando a falar sobre as alergias respiratórias, os casos mais comuns estão relacionados aos ácaros, "principalmente os ácaros da poeira de dentro de casa", explica Neto. "Algumas pessoas no Sul do Brasil, especialmente, podem ter sintomas provocados por pólens de gramíneas, pólens de plantas", continua o médico.
E não para por aí. Os animais domésticos também estão na lista de possíveis gatilhos para as alergias respiratórias, principalmente a rinite, assim como baratas, fungos e manchas de mofo dentro de casa.
Em termos de medicamentos, explica Neto, a rinite pode ser tratada com o uso de corticoides tópicos nasais na forma de spray ou mesmo de anti-histamínicos, popularmente chamados de antialérgicos. "E para asma, os antiinflamatórios são os corticoides na forma de bombinha, que são os melhores tratamentos para controlar a doença".
Já a alergia alimentar é uma reação do organismo ao consumo de certos alimentos. No Brasil, as principais causas são as proteínas do leite e do ovo. "Tem crescido o número de crianças alérgicas a outros alimentos, como castanhas, amêndoas, amendoim, trigo e soja, mas em especial o leite e o ovo são os grandes vilões para as crianças brasileiras", conta Neto.
Quando o bebê tem uma reação grave a esses alimentos – como é o caso da anafilaxia, uma reação alérgica aguda que envolve, entre outros sintomas, inchaço e dificuldade respiratória – o primeiro passo é afastá-lo da substância. "Ele não deve entrar em contato nem ingerir esse alimento de forma alguma", reforça o pediatra.
No caso de alergia alimentar em bebês lactentes, também pode ser preciso cuidar da alimentação da mãe. "Em crianças com alergia que se manifeste de maneira mais leve, esse alimento não deve ser excluído pela mãe, mas em uma criança com reações graves, ele deve ser, sim, evitado."
Segundo Neto, alguns estudos têm sugerido tratar as alergias alimentares com a chamada imunoterapia oral. "Que nada mais é do que oferecer o alimento em quantidades crescentes para a criança em um ambiente controlado, sob supervisão médica", explica o pediatra.
Entretanto, esse tratamento deve ser feito com cautela, pois, como o médico ressalta, há o risco de ocorrer eventos adversos, que podem ir de reações pequenas até a reação anafilática, a mais grave.
Em resumo, diante de um possível quadro de alergia em bebê, afaste a criança do que está causando a alergia e procure orientação médica para entender o melhor tratamento para o pequeno.
Compartilhe: