Almofada de amamentação: benefícios e formas de usar

Por um lado, dar de mamar requer apenas duas coisas: o leite materno e bebê. Por outro, o momento de alimentar o recém-nascido pode virar um momento difícil sem alguns cuidados. Nesse contexto, as almofadas de amamentação vêm ganhando popularidade como uma forma de garantir um conforto extra às mamães — e até como uma ferramenta para prevenir dores e lesões no período pós-parto. 

Mas quais são os benefícios das almofadas de amamentação? E quais são as formas de utilizá-las? Preparamos um guia para te ajudar a escolher e a usar esse acessório. 

O que é a almofada de amamentação? 

Falamos aqui de uma peça fofa e confortável que é usada por muitas mães na hora de alimentar os bebês. Geralmente elas têm formato de “U”, podendo ser usadas ao redor da cintura da mulher quando sentada.  

O objetivo dela é relativamente simples de entender: a almofada de amamentação dá suporte e conforto, permitindo que a mulher consiga dar de mamar por mais tempo sem cansar ou ficar desconfortável. E isso tudo faz ainda mais sentido quando lembramos que as sessões de amamentação podem durar vários minutos e se repetem várias vezes ao longo do dia. 

Quais são os benefícios da almofada de amamentação? 

De forma simples, esse dispositivo promete dar conforto e prevenir as dores nas mulheres que estão amamentando. Para se ter ideia da importância do conforto materno na amamentação, uma pesquisa realizada pelo Departamento de Inovações dos Laboratórios Lansinoh, no Reino Unido, calcula que até 5% das mães deixam de amamentar pelo tempo indicado em razão de dores que acometem partes diferentes do corpo. 

Um estudo feito pela Faculdade de Enfermagem Universitas, na Indonésia, concluiu que o uso das almofadas de amamentação foi capaz de reduzir o desconforto da mulher na hora de amamentar. “Dispositivos que dão suporte, como é o caso das almofadas de amamentação, são necessários para garantir o conforto maternal e para aumentar o tempo de alimentação do bebê, o que assegura o aporte de nutrientes necessário”, concluem os autores. 

Portanto, contar com uma almofada de amamentação permite que a mulher: 

1. Ajuste a postura e mantenha a coluna alinhada; 

2. Diminua a tensão de músculos espalhados por todo o corpo; 

3. Evite formigamentos nas mãos e nos braços; 

4. Apoie as costas com mais conforto; 

5. Garanta que o bebê esteja numa posição adequada. 

Como usar a almofada de amamentação? 

De acordo com especialistas em amamentação, é preciso ter alguns cuidados ao começar a usar as almofadas de amamentação. Isso porque ela pode diminuir o contato pele a pele entre mãe e bebê, que tem grande importância nos primeiros meses de vida. Além disso, a peça pode elevar excessivamente o bebê, impedindo que ele fique em uma posição boa para que a pega da boca no mamilo materno seja adequada, como explica a consultora de amamentação pelo International Board of Lactation Consultant Examiners (IBCL) em seu site, Breastfeeding Support, que reúne informações baseadas em evidência sobre amamentação.  

Em entrevista ao site Today’s Parent, o enfermeiro canadense Tory Hamilton sugere que, durante os primeiros meses, a mulher segure o bebê diretamente e use a almofada de amamentação como um apoio para as costas, o braço, o cotovelo, o pulso e a mão, ou seja, seja encaixado pelas costas, e não pela barriga.  

Mais para a frente, é possível segurar a almofada e colocar o bebê em cima desse acessório. Mas vale sempre ficar de olho se o bebê está bem alinhado e fazendo a sucção corretamente, até para evitar machucados nos mamilos que podem ser bem dolorosos. 

De toda forma, o ideal é sempre conversar com um profissional de saúde ou um especialista em amamentação, principalmente se houver dificuldade na amamenta.ção. Assim, você consegue recomendações personalizadas, que podem se adaptar melhor às suas necessidades e particularidades. 

Qual a melhor almofada de amamentação? 

Aqui não há uma resposta pronta: existem diversos modelos, que vão se encaixar exatamente nas preferências de cada pessoa. Há mães que adoram os modelos mais firmes. Outras, por sua vez, curtem as almofadas bem fofas e maleáveis. A regra mais importante aqui é sentir-se confortável e fugir das dores. 

Geralmente, os modelos vêm em formato de “U”. Assim, eles “abraçam” o corpo da mulher e dão suporte às costas. Alguns também trazem pequenos suportes pensados especificamente para ajeitar a cabeça do bebê. 

Outros vão além e vêm com bolsos para que a mulher possa guardar garrafas d’água, livros e outros objetos que serão utilizados durante o processo de amamentação. 

Dá pra deixar o bebê dormindo na almofada de amamentação? 

A resposta para essa pergunta é um sonoro “não”. 

Uma investigação jornalística realizada pelo site Consumer Reports, dos Estados Unidos, revelou casos de 28 bebês que morreram entre 2012 e 2018 depois de dormirem em almofadas de amamentação ou pequenos colchonetes. 

A reportagem foi tão impactante que levou o governo americano a criar novas recomendações sobre o uso desse acessório, orientando os pais a nunca usá-los como suporte para o sono dos recém-nascidos. 

Segundo a apuração, o problema é que as almofadas de amamentação não oferecem o suporte adequado para essa faixa etária dormir com segurança. Com isso, os bebês podem rolar e ficar de barriga para baixo durante o sono — e, nessa posição, ficam sob maior risco de sufocamento.  

Por isso, esses apoios só devem ser usados para aquilo que elas foram desenvolvidos: amamentar. Ou seja, o bebê deve sempre estar acordado e ter a supervisão de um adulto enquanto está em cima de uma peça dessas.  

Com esses cuidados básicos (e o suporte de uma boa almofada), a amamentação tem tudo para se transformar em um momento especial, de conexão entre mãe e filho. E isso é muito importante, até para o futuro da criança: o Ministério da Saúde aponta que “o aleitamento materno reduz em 13% a mortalidade até os cinco anos, evita diarreias e infecções respiratórias, diminui o risco de alergias, diabetes, colesterol alto e hipertensão, leva a uma melhor nutrição e reduz a chance de obesidade. Além disso, o ato contribui para o desenvolvimento da cavidade bucal do pequeno e promove o vínculo afetivo”.