Tem certeza de que deseja excluir o produto Vale-presente?
Mais Abraços // Quinta-feira 4 Maio, 2023 // #bebe, #desenvolvimento
De repente o seu recém-nascido, que era um ser completamente frágil, parece abrir os olhos para o mundo – e isso vem acompanhado de choro, despertares noturnos e uma nova relação com a amamentação. Bem-vindos à crise dos três meses!
A crise dos três meses é um período durante o qual os bebês passam por mudanças significativas, geralmente entre as idades de 8 e 12 semanas.
"Há um conjunto de desenvolvimentos (orgânicos, neurológicos e psicológicos) muito evidentes, que saltam aos olhos e que tornam o bebê uma nova criatura, diferente do recém-nascido que era até então", explica Marco Aurélio Ferrari, pediatra na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Vera Cruz, gerenciada pelo CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisa “João Amorim”. Não é à toa que algumas pessoas chamam o momento de "segundo nascimento".
"Até então, o grau de interação do bebê com a mãe era puramente fisiológico. Além disso, o bebê era mole, não sustentava a cabeça, chorava por fome e dor, não enxergava nada ao redor", diz Ferrari. "A partir dos 3 meses, o bebê enxerga, sorri para pessoas que se aproximam (não só a mãe) e descobre, conscientemente, o choro como ferramenta."
Alterações no sono, no apetite e no comportamento estão entre os sinais de que o bebê está na crise dos três meses. Entretanto, segundo Ferrari, as principais mudanças ocorrem nos padrões do sono e nas mamadas.
Os bebês passam a acordar mais frequentemente durante a noite e também podem ter dificuldade para pegar no sono e despertar mais cedo do que o normal. Esses sintomas da crise dos três meses podem ser frustrantes para os pais, que já estão cansados devido à privação do sono.
Ao mesmo tempo, diz Ferrari, os bebês passam a mamar com menos frequência – porém com mais volume. Os pequenos podem se recusar a mamar nos horários que estavam acostumados, o que pode causar preocupação com o ganho de peso adequado.
"Essas duas alterações causam confusão na cabeça da mãe e do pai", diz o médico. Eles podem pensar que o pequeno está acordando mais porque está com fome ou sentindo alguma dor. Já a mudança de hábito nas mamadas pode ser encarada como uma questão relacionada ao leite.
Mas, no geral, não é nada disso. Esses sinais e mudanças fazem apenas parte do desenvolvimento do bebê. "Mantido os ganhos de peso e estatura, não é preocupante", afirma Ferrari, que destaca que a exclusividade do aleitamento materno é recomendado de forma unânime até os 6 meses.
O comportamento também pode ser afetado durante a crise dos três meses. Os bebês podem ficar mais irritáveis e chorões e podem se recusar a ser colocados para dormir ou a ficar com outras pessoas.
Segundo Ferrari, é nesse período que o choro passa a se associar a outras coisas, como necessidade de aconchego, e não apenas fome e dor. "É a consciência de que, quando chora, a mãe atende", diz o pediatra.
É também durante a crise dos três meses que o bebê passa a ter uma maior interação com os adultos ao seu redor. E aí a boa notícia: é o começo da fase dos sorrisos!
No plano neurossensorial, explica o médico, a criança passa a ter foco visual distante e a identificar pessoas e objetos ao seu redor. "E é quando a criança fica firme e a cabeça não cai mais".
De acordo com o médico, a crise dos três meses dura entre 15 e 20 dias, mas não há um prazo fixo, podendo variar de acordo com a condição de cada criança. "O processo de desenvolvimento é contínuo, não é súbito", diz ele. "Mas as alterações que chegam são muito visíveis", completa.
É importante que os pais saibam que, embora a crise possa ser bastante estressante – especialmente se eles já estiverem cansados devido à falta de sono e por conta das responsabilidades de cuidar de um bebê – ela passa. O pequeno vai continuar se desenvolvendo e outros momentos (e outras crises, também) estão no caminho.
Saiba mais sobre o desenvolvimento do bebê dos 19 aos 24 meses
Os pais devem se lembrem de cuidar de si mesmos durante esse período, buscando apoio de amigos e familiares e procurando ajuda se sentirem sobrecarregados.
Compartilhe: