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Mais Abraços // Terça-feira 28 Novembro, 2023 // #labio leporino, #bebe
Quando o bebê está em formação na barriga da mãe, a região que será o lábio e o céu da boca se forma com uma separação ao meio — essas partes só se juntam em uma fase posterior do desenvolvimento fetal. Só que, em alguns indivíduos, esse fechamento não acontece como o esperado e eles ficam com uma fenda, que pode dividir os lábios e o palato (o popular “céu da boca”).
Em algumas crianças, a abertura só aparece em uma dessas estruturas. Se está no lábio, estamos falando de um caso de lábio leporino. Agora, caso ocorra no céu da boca, estamos diante de uma fenda palatina. Em um terceiro grupo, a má-formação afeta toda a região. Nesses casos, há fissura lábio-palatal. Um estudo feito no Reino Unido estima que esses problemas atinjam 1,7 a cada mil recém-nascidos.
Esse cenário faz a Organização Mundial da Saúde considerar a fissura lábio-palatal como “um problema de saúde pública” por causa do número de casos, do impacto biopsicossocial e da necessidade de um tratamento prolongado.
A seguir, contamos os detalhes sobre essa condição.
A Biblioteca Virtual em Saúde, do Ministério da Saúde, explica que o problema é “uma abertura no lábio ou no palato, que pode ser completa ou afetar apenas uma das partes.”
“Essas aberturas resultam do desenvolvimento incompleto do lábio e/ou do palato, enquanto o bebê está se formando, antes de nascer”, informa o texto.
Ainda de acordo com o Ministério, nas fissuras mais comuns, o lado esquerdo e o direito do lábio não se juntam, o que forma uma linha vertical aberta e visível. Essa mesma situação pode também acometer o céu da boca. O problema é que essa abertura pode comprometer uma série de fatores essenciais para o desenvolvimento do bebê.
É o caso, por exemplo, da alimentação: se não forem tomados os devidos cuidados, a criança com o palato fendido pode se engasgar facilmente (uma vez que há uma abertura que conecta boca e nariz) e deixar de consumir os nutrientes necessários para seu desenvolvimento.
Outro impacto está na comunicação: quem tem lábio leporino pode ter mais dificuldade para falar, justamente pela dificuldade em construir alguns fonemas, o que poderá impactar sua habilidade de comunicação nos anos seguintes.
Esse ainda é um grande mistério para a ciência.
Segundo manual publicado pelo Projeto Crânio-Face Brasil, que reúne a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e uma série de outras instituições, as fendas orais surgem por uma série de fatores, como você confere na lista a seguir:
Fatores genéticos (genes ou cromossomos alterados);
Fatores teratogênicos (por exemplo, o consumo de álcool e o uso de remédios anticonvulsivantes durante a gestação);
Combinação de genes e fatores não-genéticos (como deficiências nutricionais, tabagismo e alterações metabólicas na gravidez);
Histórico familiar, quando há casos de fissura lábio-palatina em parentes próximos.
De acordo com o site Manual MSD, que compila informações e dados de saúde de utilidade pública, o diagnóstico do lábio leporino é feito pelo médico durante o exame físico do bebê. Por ser uma característica congênita, costuma ser identificado logo ao nascimento.
Além disso, o manual orienta que “um bebê que tenha lábio leporino ou fenda palatina deve ser avaliado por um geneticista". O geneticista é um médico especialista em genética. Ele pode pedir testes que avaliam o DNA do bebê, para buscar possíveis alterações nos cromossomos ou nos genes.
Esses exames, feitos a partir de uma amostra de sangue, podem ajudar os médicos a determinar se um distúrbio genético específico está por trás do quadro, ou ao menos permitem descartar outras causas.
A principal forma de lidar com as aberturas no lábio e no céu da boca é a cirurgia.
O Ministério da Saúde destaca que “o lábio pode ser reparado nos primeiros meses de vida”. Quando a fissura atinge o céu da boca, é preciso esperar a criança crescer mais um pouco.
As datas em que essas intervenções cirúrgicas ocorrerão variam bastante, de acordo com o desenvolvimento da criança. O pediatra precisa ter certeza de que o organismo está num estágio de formação adequado para que a operação ocorra e os resultados sejam os melhores possíveis. Em linhas gerais, a cirurgia do lábio ocorre entre o terceiro e o sexto mês de vida. Já o palato pode ser operado depois que a criança alcançou entre 15 e 18 meses de idade.
Logo após os procedimentos, podem ser indicados tratamentos complementares, como o uso de aparelhos ortodônticos, sessões de fonoaudiologia e aconselhamento psicológico.
Enquanto o tratamento definitivo não acontece, há uma série de outras medidas primordiais a serem tomadas.
Todas as entidades são unânimes ao afirmar que a amamentação é fundamental e deve ser encorajada sempre, mesmo entre os bebês com lábio leporino ou fissura palatina.
Isso é importante até para que as cirurgias ocorram o mais rápido possível, uma vez que o leite materno é melhor alimento para garantir o desenvolvimento e imunidade adequados da criança, de modo que ela esteja com o organismo suficientemente formado e preparado para o procedimento.
A primeira orientação é que a mãe amamente no peito. O Projeto Crânio-Face Brasil, inclusive, possui um manual com uma série de dicas e posições para segurar o bebê de um jeito que ele não engasgue ou regurgite. Uma das posições sugeridas, por exemplo, é deixar o bebê em pé, apoiado na coxa da mãe, enquanto mama.
Caso a amamentação não esteja funcionando, é possível partir para as mamadeiras, algumas delas com bicos especiais feitos para bebês com lábio leporino ou fissura palatina.
Há também a possibilidade de usar aparelhos ortodônticos que vedam a abertura na boca durante as refeições.
Assim, o bebê consegue sugar melhor o leite e garantir os nutrientes essenciais para seu desenvolvimento.
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