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Mais Abraços // Segunda-feira 4 Setembro, 2023 // #bebe, #desenvolvimento
O desenvolvimento do bebê é uma jornada emocionante e repleta de marcos importantes que indicam seu progresso. Embora cada criança tenha seu próprio ritmo, existem períodos em que elas passam por mudanças significativas e aceleradas em seu desenvolvimento cognitivo, motor, social e emocional – os famosos saltos de desenvolvimento.
Os saltos de crescimento são períodos em que os bebês passam por uma mudança significativa em seu desenvolvimento. "São mudanças no comportamento do bebê passíveis de serem observadas pelos cuidadores e que refletem a percepção do bebê de si mesmo e do mundo e sua atuação neste cenário", explica a pediatra Maura Calixto, do Departamento de Desenvolvimento e Comportamento da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
Durante esses períodos, os bebês aprendem novas habilidades. Entre elas estão:
habilidades sensoriais (visão e audição);
habilidades pessoais-sociais e de interação;
habilidades visomotoras e neuromotoras;
habilidades cognitivas e psíquicas.
"Todas sempre permeadas pelo afeto", afirma a pediatra.
Segundo Calixto, existem diversas formas que os saltos de desenvolvimento afetam o comportamento do bebê, a depender da idade. "Genericamente, os saltos se refletem em mudanças de interação, humor, choro, sono, independência, necessidade de segurança ou até mesmo de limites, em idades maiores", explica a pediatra.
Quer dizer: é comum que os bebês se tornem mais irritáveis, chorosos e demandantes durante os saltos de desenvolvimento. "O trinômio bebê-família que estava ajustado a um comportamento do filho ou da filha se vê diante de uma mudança 'repentina', ainda que os mecanismos que embasam essas mudanças já estavam ocorrendo."
Uma das áreas mais afetadas, e que deixa muitas mães e pais preocupados e sem saber o que fazer, é o sono. "A partir da aquisição de uma nova habilidade, o bebê quer praticá-la, independente de ser dia ou noite. Isso pode fazer com que durma menos, desperte mais e possa cochilar nos intervalos", explica Calixto.
Muitas vezes, esses saltos de crescimento são acompanhados por fases popularmente chamadas de "regressão". Nelas, a criança pode ter comportamentos que os cuidadores consideram adequados para idade menores, como querer ser alimentado ou ter dificuldades para dormir. Isso é normal e faz parte do processo de crescimento e desenvolvimento.
"O desenvolvimento do bebê nos primeiros dois anos de vida se dá pelos sentidos e percepção/interação com o meio, correspondendo ao chamado estágio sensório-motor do psicólogo e estudioso do desenvolvimento infantil Jean Piaget", explica Calixto.
Segundo a pediatra, este desenvolvimento se dá "tal qual uma espiral de habilidades que vão sendo conquistadas na medida em que outras já existem, constantemente, podendo se acelerar ou estar mais lento, e gerando alguns desconfortos no bebê que podem ser percebidos pelos pais como 'regressões'".
Embora cada bebê seja único e tenha seu próprio ritmo de desenvolvimento, existem marcos de desenvolvimento que muitos bebês atingem em determinadas idades.
"Sumariamente, podemos dizer que os saltos de desenvolvimento ocorrem nos primeiros dias de vida, no fim dos 3 meses, a partir do 5º mês e depois a partir do 8º, em torno de 1 ano e entre 1 ano e meio a 3 anos, quando os pequenos ficam voluntariosos", diz Calixto.
A chamada crise dos 3 meses é um momento muito importante em que o bebê se descobre um ser separado da sua mãe. Quando recém-nascido, o bebê experimenta o mundo através dos sentidos e se expressa pelo choro", explica a pediatra. "Ao fim do primeiro trimestre, ele começa a se entender psicologicamente como um indivíduo, separado de sua mamãe, e que mamar, além de nutrir, dá segurança", completa.
"Um pouco antes de findar o primeiro semestre de vida, o bebê percebe sua família nuclear (entram os irmãos!), embora durante à noite a mãe continue sendo seu porto-seguro", diz Calixto. Nesse período, os pequenos começam a ficar mais curiosos e interessados em explorar o mundo, ficando mais tempo acordados e interagindo com as pessoas e objetos ao seu redor – ao jogá-los no chão, por exemplo.
Do oitavo mês em diante, conta Calixto, o bebê já tem mais autonomia motora, realizando inclusive mudanças de postura com agilidade. "E já tem uma noção mais clara de que ele e sua mamãe são pessoas distintas", diz a pediatra. "Entretanto, ele ainda não consegue perceber que se ela desaparece de seus olhos, ela vai voltar." É a fase da chamada “ansiedade de separação”, que pode afetar apetite e sono.
Perto do primeiro aniversário, os bebês começam a desenvolver habilidades motoras mais avançadas, como andar com ajuda ou sem ajuda e se levantar sem apoio. "Em torno de 1 ano, o bebê tem certa independência, mas tem medo", afirma a pediatra. Neste momento, ele pode querer não querer ir com outras pessoas a não ser a mãe. Os bebês também começam a desenvolver habilidades de comunicação mais avançadas.
Os saltos de crescimento podem ser um período desafiador tanto para o bebê quanto para os pais. "Primeiramente, a informação é uma grande aliada: saber que esses saltos existem, e que traduzem a aquisição de novas habilidades de seus pequenos, é reconfortante", diz Calixto. "Depois, lidar com serenidade, sem nenhuma expressão de violência, inclusive verbal, é fundamental."
Segundo a pediatra, as atitudes vão ser diferentes, dependendo de cada faixa etária e do período de desenvolvimento do bebê. "Mas sempre buscando confortar e apoiar", afirma Calixto. Assim, aos 8 meses, por exemplo, manter a rotina e brincar de esconde-esconde são boas maneiras de ajudar o bebê a passar pela ansiedade de separação.
Calixto também destaca a importância do acompanhamento pediátrico ao longo da trajetória de desenvolvimento dos pequenos. "Pois cada criança é um ser único e existem médias de idades esperadas para os saltos, mas há variações de normalidade", ela diz.
Durante os saltos de crescimento, é comum que os bebês fiquem mais irritáveis e demandantes. Isso faz parte do processo de crescimento e o bebê precisa do amor e apoio dos pais. "É importante também praticar o reforço positivo diante das novas capacidades adquiridas, ou seja, vibrar com as conquistas", afirma a pediatra.
À medida que o bebê se torna mais móvel, é importante garantir que o ambiente em que ele se encontra seja seguro e adequado. Certifique-se de que móveis perigosos, objetos pontiagudos e produtos químicos perigosos estejam fora do alcance do bebê – e confira nosso guia de prevenção de acidentes domésticos.
Durante os saltos de desenvolvimento, o bebê pode precisar de mais conforto do que o normal. "O colo não deve ser negado quando o bebê o requisita, lhe conferindo conforto e segurança", afirma Calixto. Certifique-se de oferecer o máximo de conforto possível ao bebê, como abraços e carinhos, além de manter uma rotina regular.
Durante os saltos de desenvolvimento, os bebês estão aprendendo novas habilidades e adquirindo novos conhecimentos. Ofereça brinquedos e atividades que possam estimular o desenvolvimento do bebê, como brinquedos musicais, livros com imagens coloridas e brinquedos de empilhar. É recomendado que o bebê tenha uma rotina. "Ainda que ele a queira ignorar algumas vezes", diz a pediatra.
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