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Mais Abraços // Segunda-feira 18 Dezembro, 2023 // #bebe engasgado, #saude
As crianças mal começam a explorar o mundo e já estão tentando levar todo tipo de objeto à boca – não é de se admirar que um dos maiores medos dos pais seja o engasgo. E com razão: esta situação, que costuma ser um grande susto, pode ser grave e até fatal.
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, a aspiração de corpo estranho – que é a entrada de um objeto ou parte dele na via respiratória – ocorre principalmente em bebês e crianças pequenas, já que eles “exploram o mundo, costumam levar objetos à boca, são muito ativas enquanto comem e não têm capacidade para mastigar alimentos de forma completa".
Cabe então a nós, adultos, cuidarmos para que isso não aconteça e, se acontecer, sabermos como agir.
Os objetos mais comumente aspirados, segundo a SBP, são alimentos pequenos como pipoca, nozes, amendoim, milho e feijão, além de objetos como peças de brinquedos, bolinhas, moedas, tampas de canetas, parafusos, balas e bexigas.
Uma pesquisa feita do Instituto Michelle Sales, instituição dedicada a pesquisa e educação, analisou 10 anos de dados do SUS, entre 2009 e 2019, e encontrou 2.148 mortes por engasgamento em crianças menores de 9 anos – a maior parte das mortes, mais de 84%, foi causada por engasgo com alimentos.
Os casos de aspiração de corpo estranho normalmente começam com uma tosse, que é a tentativa do organismo de expulsar o objeto da via aérea. Se há uma aspiração, mas a obstrução não é completa, a respiração fica ruidosa, com chiado e dificuldades de respirar, e os lábios podem ficar roxos, sinal de que há dificuldade do organismo em oxigenar o sangue. Não se deve tentar retirar o objeto com os dedos ou chacoalhando a criança: leve o pequeno imediatamente para o hospital. Na obstrução parcial, pode haver um período de horas, ou até semanas, sem nenhum sintoma.
Quando a respiração é bloqueada completamente – a criança não consegue emitir nenhum som, nem tossir – é preciso agir rapidamente, pois essa é uma situação de extrema urgência, com risco de morte iminente. Nesses casos, segundo recomendação do Departamento Científico Prevenção e Enfrentamento das Causas Externas na Infância e Adolescência da SBP, os próprios pais ou responsáveis devem realizar as manobras de desobstrução, conforme a idade da criança.
A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda o seguinte procedimento para as crianças com menos de 1 ano:
Apoiar o bebê no braço, com a cabeça mais baixa que o corpo;
Manter a boca do bebê aberta;
Aplicar cinco batidas nas costas do bebê, entre as escápulas, com a parte de baixo da palma da mão;
Virar o bebê com a barriga para cima e fazer cinco compressões sobre o esterno, osso localizado no centro do peito.
Deve-se repetir esse ciclo até o bebê expelir o objeto ou desmaiar.
Para os maiores de 1 ano, a recomendação da SBP é a manobra de Heimlich:
O pai ou responsável deve se posicionar atrás da criança;
Com os braços em torno da cintura, realizar compressões abaixo das costelas, para dentro e para cima;
Uma mão deve estar fechada em punho, encoberta pela outra.
A manobra deve seguir até que a criança consiga expelir o objeto ou desmaie.
Quando a criança fica inconsciente, independente da idade, deve-se, antes de tudo, acionar um serviço de emergência. Depois, realizar duas respirações boca a boca seguidas de 30 compressões no tórax. Continuar até o socorro chegar ou a criança voltar a respirar.
Os casos graves de engasgo podem ser prevenidos com dicas e cuidados simples. Alguns deles, listados pela Sociedade Brasileira de Pediatria, são:
Ensinar a criança a não colocar pequenos objetos entre os lábios ou na boca;
Comprar brinquedos adequados à idade da criança e certificados pelo Inmetro;
Oferecer alimentos bem cortados e em pequenas quantidades para evitar que as crianças coloquem muita comida na boca;
Ensinar as crianças a mastigarem bem seus alimentos. Sentar-se e comer com elas para dar o exemplo, sendo um modelo positivo;
Não dar alimentos duros e crocantes (como pipocas, doces duros, amendoins, etc.) a uma criança até que tenha pelo menos 4 anos de idade;
Ter muito cuidado com alimentos que possam se amoldar na via aérea (uvas, tomate cereja);
Certificar-se de que a criança esteja acordada e bem alerta antes de oferecer comida;
Nunca dar ou deixar que a criança ou bebê se alimente deitado;
Não oferecer nada para a criança comer ou beber enquanto estiver andando, brincando, falando, chorando, ou seja, com a atenção dividida.
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