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Mais Abraços // Quarta-feira 23 Agosto, 2023 // #bebe, #cuidados, #saude
A dipirona é um analgésico e antipirético bastante utilizado quando o bebê não está bem e que pode ser de grande ajuda se há febre ou dor, mas muitos pais têm dúvidas sobre o uso desse medicamento em bebês.
Nas crianças pequenas, a dipirona pode, sim, ser utilizada para aliviar a dor causada pela dentição, cólicas intestinais e outras condições que causam desconforto, além de ser usada para controlar a febre em bebês – mas é necessário ter alguns cuidados e, claro, sempre respeitar as indicações do pediatra.
Segundo documento sobre manejo de febre aguda da SBP, a febre representa uma das queixas mais frequentes entre todos os atendimentos pediátricos, tanto em consultas ambulatoriais como em atendimentos de emergência: de 20% a 30% das consultas pediátricas têm a febre como sintoma principal.
A dipirona é um dos três antitérmicos disponíveis no Brasil, junto com o ibuprofeno e o paracetamol. Todos são considerados eficazes e seguros quando utilizados seguindo as indicações médicas. Porém, por esses remédios serem de venda livre, é comum que eles sejam administrados sem prescrição médica e de forma às vezes exagerada.
A SBP afirma que a recomendação de antitérmicos em crianças deve ser feita apenas quando a febre está associada a desconforto evidente, como choro intenso, irritabilidade, redução da atividade, redução do apetite e distúrbio do sono.
Crianças menores de 3 meses de idade ou pesando menos de 5 kg não devem ser tratadas com dipirona. Além disso, a dipirona em forma de supositório não deve ser usada em crianças menores de 4 anos. O remédio também não deve ser usado por quem tem hipersensibilidade à dipirona ou outras substâncias usadas na formulação dos medicamentos.
Quando a febre acontece em bebês com menos de 1 mês, o paracetamol é o único antitérmico recomendado, sendo sua dose ajustada segundo a idade gestacional. Vale lembrar que a febre é uma resposta natural do corpo a infecções e outras condições, mas em bebês com menos de três meses de idade pode indicar uma infecção grave e, por isso, deve ser tratada prontamente segundo orientação médica.
Por fim, a Sociedade Brasileira de Pediatria explica que a dipirona pode ser utilizada para tratamento da febre em pacientes com asma, exceto naqueles casos nos quais a asma é induzida por anti-inflamatórios não hormonais.
E é sempre bom reforçar que é recomendada supervisão médica quando se administra dipirona ou qualquer outro medicamento a crianças pequenas.
As crianças devem receber dipirona conforme seu peso. A dosagem mais recomendada é entre 10 mg/kg de 20 mg/kg, por via oral, até 4 vezes ao dia em caso de dor de leve a moderada e febre. No esquema de indicações de dose presente nas bulas de vários medicamentos com dipirona a dose é de cerca de 16 mg/kg.
No caso da dipirona em gotas, segundo uma publicação na Biblioteca Virtual do Ministério da Saúde, o uso de seringas graduadas para medir doses em mililitros do medicamento é considerada uma técnica mais eficaz do que contar as gotas, pois com o gotejamento é mais difícil garantir que a dosagem seja a prescrita.
"A relação de que 20 gotas equivalem a 1 mL de dipirona é generalizada e pode resultar em dosagens abaixo ou acima do recomendado, comprometendo o tratamento", afirma o documento do Ministério da Saúde. “Considerando que a solução oral contém 500 mg/ml, uma criança de 20 Kg deve receber 400 mg ou 0,8 ml.”
A dipirona tem ação antitérmica e analgésica, sem efeitos anti-inflamatórios. O seu início de ação é de 30 a 60 minutos e tem duração de 4 a 6 horas. Embora a dipirona seja geralmente segura quando usada corretamente, ela pode causar alguns efeitos colaterais.
É preciso estar atento ao aparecimento de erupções cutâneas e dificuldade para respirar. A hipotensão, causada principalmente pelo uso incorreto da dose farmacológica da dipirona, também é uma reação frequente. A queda na pressão arterial pode causar tonturas e desmaios.
Um estudo feito na Universidade Federal de Minas Gerais analisou a dose de dipirona utilizada pelas mães em seus filhos com febre antes de procurarem assistência médica. Na pesquisa, a dosagem considerada correta foi entre 10 mg/kg e 20 mg/kg, e o erro na utilização desse antitérmico foi comum, sendo observado em 76,8% dos casos.
Segundo a SBP, o uso tradicional de 1 gota/kg de peso leva à superdosagem do fármaco, aumentando o nível de risco e a ocorrência de hipotensão, hipotermia e sudorese excessiva. Além disso, o uso alternado ou associado de antitérmicos (dipirona e paracetamol, por exemplo) não é recomendado, pois podem confundir os familiares ou cuidadores e aumentar o risco de superdosagem, e não trazem nenhum benefício à criança.
A dipirona foi proibida nos Estados Unidos, Japão e alguns países da União Europeia na década de 70 devido a uma relação com possíveis problemas no sangue, como agranulocitose, condição que enfraquece o sistema imunológico, e a anemia aplásica, doença caracterizada por redução na produção dos constituintes do sangue.
Hoje, a proibição segue em mais de 30 países, embora estudos científicos recentes já tenham observado que a agranulocitose causada por dipirona é um evento raro que depende de altas doses ou exposição contínua, e também de fatores genéticos. Outros estudos, inclusive feitos no Brasil, não encontraram associação com anemia aplásica.
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