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Mais Abraços // Terça-feira 10 Outubro, 2023 // #bebe, #agua, #recem-nascido
Uma das recomendações mais universais e clássicas quando a gente pensa em saúde é a famosa frase “beba bastante água”. E, de fato, essa é uma orientação das boas: estar bem hidratado é fundamental para evitar uma série de problemas de saúde (de pedras nos rins a doenças de pele).
Mas e nos primeiros meses de vida? Será que pode dar água para recém-nascido? A resposta mais curta para essa pergunta é um sonoro “não”. Existem outras formas muito melhores de garantir um bom aporte de líquidos para o bebê, como você vai entender ao longo deste artigo.
Instituições nacionais e internacionais, como o Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde, são unânimes em afirmar que a água não é necessária para bebês que acabaram de vir ao mundo. Todas essas entidades recomendam que crianças de até seis meses sejam alimentadas exclusivamente com leite materno.
Nesse primeiro semestre de vida, a amamentação é suficiente para garantir o aporte de nutrientes e líquidos que o recém-nascido precisa para se desenvolver com saúde.
E olha que curioso: a composição do leite materno se modifica conforme o bebê cresce e também de acordo com as necessidades do organismo dele. Pois é, a natureza é sábia o suficiente para garantir justamente aquilo que a criança mais necessita em cada fase. Ou seja, ao oferecer água nesses seis primeiros meses, corre-se o risco desnecessário de que o bebê consuma menos leite materno. E, com isso, ele deixa de ter acesso a outros nutrientes vitais nesse momento.
Aliás, em uma das pesquisas mais recentes sobre o tema, o epidemiologista Cesar Victora, da Universidade Federal de Pelotas, descobriu que a amamentação tem o potencial até de proteger a criança contra infecções e doenças que afetam a boca e os dentes. O professor brasileiro é destaque internacional nos estudos sobre aleitamento materno e autor de uma série de estudos sobre a importância do leite materno e seu papel na garantia de uma boa saúde não apenas na infância, mas pela vida toda.
Outros achados indicam que bebês que são amamentados têm um nível de inteligência maior e correm menos risco de desenvolver sobrepeso e diabetes ao longo da vida. Impressionante, não é?
Portanto, com um alimento tão rico à disposição, não há necessidade de oferecer água ao recém-nascido. Mamães e papais podem ficar bem tranquilos, pois os bebês estão bem hidratados através do aleitamento materno.
Quando a amamentação não é uma possibilidade, o bebê deve ser alimentado exclusivamente com as fórmulas, que trazem a quantidade de nutrientes indicada para cada estágio do desenvolvimento. Portanto, dar água ao bebê segue sendo desnecessário.
É justamente depois do primeiro semestre de vida que se inicia a fase conhecida como introdução alimentar. Nesse estágio, a criança começa a ter contato aos poucos com diferentes ingredientes, de modo a, pouco a pouco, ir suplementando os nutrientes que vêm do leite materno.
Mas vale lembrar, entidades como o Ministério da Saúde reforçam que a amamentação deve continuar até os dois anos, ou até mesmo depois disso, se a mulher continuar a produzir leite e a criança seguir aceitando.
Mas voltando à introdução alimentar, o Ministério da Saúde classifica esse período como “estimulante”. Isso porque é ali que ocorrem as descobertas de novos cheiros, texturas, sabores e cores. “A criança vive uma explosão de sensações e começa a construir hábitos que serão perpetuados até a vida adulta”, pontua o ministério.
Durante a introdução alimentar, depois dos seis meses da criança, há também a possibilidade de oferecer alguns líquidos ao bebê. A água, claro, deve ser a principal escolha nesse momento. Sucos, refrigerantes e outras bebidas são contraindicadas por trazerem uma quantidade grande de açúcar e, em alguns casos, outros ingredientes que não são benéficos para o bebê.
Segundo o Guia Alimentar para Crianças Menores de 2 anos, o ideal é oferecer frutas inteiras (em vez de sucos), para garantir um aporte de vitaminas, minerais e fibras que muitas vezes se perdem nas bebidas. Vale também ficar de olho no clima, como alerta a Associação Americana de Gestação: em dias mais quentes e secos, o bebê com mais de seis meses pode precisar de mais leite materno, fórmula e água.
O Serviço de Saúde Pública do Reino Unido (NHS, na sigla em inglês), sugere que os responsáveis ofereçam pequenos goles de água ao bebê entre uma refeição e outra. Uma boa ideia, de acordo com os especialistas ingleses, é usar um copo com tampa, desses que permitem que a criança encaixe a boca e possa ter acesso a pequenas porções de líquido.
Segundo a entidade, esse tipo de utensílio é a melhor escolha para a saúde bucal da criança. “No início, o uso pode ser um tanto confuso. Mas seja paciente. O bebê aprenderá gradualmente a beber usando esses copos”, diz o NHS. A entidade também desencoraja o uso das mamadeiras após o primeiro ano de idade.
Aliás, não custa reforçar: os copos devem ser preenchidos apenas com leite materno, fórmula ou água. Acrescentar açúcar, cereal, chocolate em pó, suco, refrigerante ou outras bebidas ali pode afetar o metabolismo do bebê e causar doenças, como as cáries.
Com esses cuidados básicos — alimentação exclusiva até o sexto mês de vida e introdução alimentar gradual depois disso —, a criança tem tudo para crescer com saúde de ferro.
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