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Mais Abraços // Terça-feira 1 Agosto, 2023 // #fototerapia neonatal, #ictericia neonatal
Uma abordagem luminosa que faz toda a diferença na vida dos nossos bebês, a fototerapia neonatal é um tratamento simples para uma condição comum, mas que pode requerer atenção especial: a icterícia neonatal. Mas o que exatamente é a fototerapia? Vamos entender como esse método funciona, explorando seus diferentes tipos.
A icterícia neonatal é uma condição que afeta muitos recém-nascidos e que se manifesta através da coloração amarelada da pele e da parte branca dos olhos do bebê. Essa coloração acontece por conta do acúmulo de bilirrubina, uma substância produzida durante o processo de quebra dos glóbulos vermelhos no sangue.
"O bebê nasce com muito sangue, e ele não precisa mais desse sangue quando começa a respirar", explica a pediatra Danielle Brandão, do Departamento de Neonatologia da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria). Então, parte dos glóbulos vermelhos do bebê é quebrada para ser removida do corpo, resultando na produção de bilirrubina.
O acúmulo da substância acontece porque o fígado, órgão responsável por processar a bilirrubina, ainda está em desenvolvimento nos bebês. Na grande maioria dos casos, a icterícia é uma condição benigna e transitória, que não causa preocupações e desaparece por conta própria dentro de alguns dias.
No entanto, em alguns casos, os níveis de bilirrubina podem se tornar muito altos, representando um risco para a saúde do bebê. É aí que entra a fototerapia neonatal, uma técnica suave e eficaz que utiliza a luz para ajudar a reduzir os níveis de bilirrubina no sangue e garantir a saúde e o desenvolvimento do recém-nascido.
Durante a fototerapia, o bebê é exposto a uma fonte de luz especial, geralmente uma luz azul ou branca. "A melhor luz é a luz azul. Essa luz azul tem o comprimento de onda ideal para tratar a hiperbilirrubinemia indireta", afirma Brandão.
Essa luz atua sobre a pele do recém-nascido e transforma a bilirrubina em uma forma mais solúvel, facilitando sua eliminação pelo organismo. "No banho de luz, como a fototerapia é conhecida popularmente, a luz bate na pele do bebê e vai degradar a bilirrubina, que vai ser eliminada pela urina e pelo fígado da criança", conta a pediatra.
A fototerapia age de duas maneiras principais: por fotoisomerização e fotooxidação. Na fotoisomerização, a luz converte a bilirrubina em uma forma mais facilmente eliminada pelo fígado. Já na fotooxidação, a luz age diretamente sobre a bilirrubina no sangue, transformando-a em substâncias que podem ser eliminadas pelos rins.
A duração total do tratamento depende dos níveis de bilirrubina medidos no sangue do recém-nascido e da resposta individual do bebê.
Brandão explica que, quanto maior a intensidade da luz – medida por um equipamento chamado radiômetro –, melhor. "E a luz tem que bater em todo o corpo do bebê: na cabeça, nos braços, no tronco", ela diz. Para garantir a eficácia do tratamento, por exemplo, é possível utilizar dois equipamentos de luz: um acima, e um abaixo do bebê.
Durante o tratamento, o bebê é colocado sob a luz, geralmente usando apenas fraldas, para maximizar a exposição da pele à luz. É importante proteger os olhos do bebê com uma máscara ou protetores especiais para evitar danos à retina. O tratamento geralmente é feito de forma contínua, mas é comum pará-lo para a amamentação.
Existem diferentes tipos de fototerapia neonatal que podem ser utilizados no tratamento da icterícia em recém-nascidos. Cada uma possui características específicas, mas todas têm como objetivo comum reduzir os níveis de bilirrubina no sangue do bebê.
A fototerapia convencional é o método mais comumente utilizado no tratamento da icterícia neonatal. O bebê é colocado sob lâmpadas fluorescentes, cerca de 7 ou 8 bulbos, que emitem luz azul ou branca. A criança deve estar posicionada a uma distância adequada da fonte de luz, cerca de 30 cm. As lâmpadas azuis têm melhor irradiância.
Neste tipo de fototerapia, são utilizadas lâmpadas de halogênio-tungstênio, que reduzem o calor que acompanha o feixe luminoso. São muito eficazes em bebês pequenos. Como podem ser colocadas a uma distância maior, criam um halo luminoso que alcança uma alta intensidade luminosa. Pode ser associado à fototerapia convencional.
Também conhecida como Biliblanket ou colchão luminoso, esse tipo de fototerapia consiste em um pequeno colchão no qual a luz se espalha através de cabos de fibra óptica. Funciona melhor em prematuros, pois as dimensões reduzidas do aparelho – 13 cm x 10 cm – são um fator limitante para bebês maiores de 2,5 kg.
Uma abordagem avançada e mais recente que utiliza lâmpadas de diodos emissores de luz (LED) especiais, com alta intensidade e baixo consumo energético. As lâmpadas de super-LED produzem uma luz de espectro estreito, concentrada nas faixas mais eficazes na redução da bilirrubina. Isso resulta em uma fototerapia mais precisa e eficiente.
A icterícia em bebês, na maioria dos casos, desaparece naturalmente após a primeira semana de vida. Porém, alguns fatores determinam a indicação do banho de luz para bebês com icterícia neonatal:
Para casos graves de icterícia, pode ser recomendada a exsanguineotransfusão do recém-nascido, que envolve a troca do sangue do bebê, mas esse tratamento é cada vez mais raro. "Quando a gente trata com fototerapia, quase nenhum bebê mais faz exsanguineotransfusão", afirma Brandão.
A fototerapia neonatal é uma opção segura e eficaz no tratamento da icterícia em recém-nascidos. A perda insensível de água (que não são de fácil mensuração, como a perdida na respiração e na transpiração) e a diarreia são alguns dos principais efeitos adversos, especialmente em prematuros, mas os profissionais de saúde estão qualificados para avaliar e acompanhar essas condições.
Sempre consulte um profissional de saúde para obter diagnóstico e orientações adequadas. O médico poderá avaliar o histórico clínico do bebê, realizar exames e determinar o tratamento mais apropriado, garantindo a segurança e o bem-estar do recém-nascido.
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