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Mais Abraços // Quarta-feira 2 Agosto, 2023 // #moleira do bebe, #bebe, #recem nascido
Para os pais de primeira viagem, a moleira pode parecer assustadora e delicada. É natural ter algumas preocupações em relação a isso, afinal, esta é uma parte mole e frágil do corpo do bebê, que está ligada diretamente ao desenvolvimento cerebral.
Pode parecer esquisito saber que a cabeça do recém-nascido é menos protegida que a do adulto. Mas, com as dicas certas e um pouco de orientação, os pais podem ficar tranquilos e cuidar da moleira do bebê sem problemas.
"A moleira é o nome popular de uma área da cabeça do bebê chamada cientificamente de fontanela", explica Brunna Milanesi, pediatra e neonatologista do Hospital da Mulher Mariska Ribeiro, gerido pelo Cejam (Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim").
Ao nascer, a criança tem duas fontanelas: a anterior, que fica na parte da frente da cabeça, e a posterior, que fica atrás. "A moleira à qual as pessoas se referem é a fontanela anterior, pois geralmente leva mais tempo para fechar", diz a pediatra. A fontanela anterior tem a forma de losango, com tamanho variando entre 1 e 3 cm.
A função das moleiras é facilitar a passagem do bebê pelo canal vaginal durante um trabalho de parto normal. "É necessário que a cabeça do bebê se 'molde' ao canal vaginal", explica Milanesi. "Além disso, as moleiras são extremamente importantes para o crescimento e desenvolvimento cerebral", ela diz.
Segundo a pediatra, o fechamento da fontanela anterior, que chamamos de moleira, é muito variável, mas ocorre normalmente entre os 8 e 18 meses de idade, com uma média de cerca de 14 meses, enquanto a fontanela posterior pode já estar fechada ao nascimento.
"Com 3 meses de idade, 1% das crianças podem estar com sua fontanela anterior fechada, sem que signifique alguma alteração óssea ou neurológica", explica Milanesi. A pediatra afirma, porém, que bebês que apresentam fechamento precoce da fontanela devem ter a medida da circunferência da cabeça monitorada para se diagnosticar alguma alteração.
"Crianças com perímetro cefálico que não evoluem de acordo com a curva normal de crescimento devem ser encaminhadas para um neuropediatra, pois isso pode representar um problema que envolva o seu desenvolvimento cerebral", afirma a médica.
Por outro lado, a pediatra explica que a persistência da fontanela anterior aberta por tempo além do esperado também pode representar doenças intracranianas, esqueléticas, endócrino-metabólicas ou exposição a drogas e toxinas que precisam ser investigadas.
A moleira do bebê é um ponto sensível e vulnerável, mas não precisa ser tratada com cuidados excessivos. É preciso, claro, evitar traumas no local, por ser uma região em que o cérebro fica menos protegido pela ausência do osso enquanto a fontanela está aberta. "Deve-se evitar pressões no local ou movimentos bruscos", afirma a pediatra.
Evite segurar a cabeça do bebê com força ou colocá-lo em posições que possam pressionar a moleira. Certifique-se de que o bebê use um capacete adequado em atividades que possam representar risco de lesão, como andar na cadeirinha da bicicleta.
Não é necessário limpar a moleira do bebê diretamente, mas é importante manter a cabeça do bebê limpa e seca. "A higiene da cabeça do bebê deve ser feita em todo banho para se evitar lesões de pele provocadas pela má higiene", diz Milanesi.
Para saber se a moleira do bebê está normal, é importante observar alguns sinais importantes. Primeiro, a moleira deve estar aberta e suave ao toque durante os primeiros meses de vida do bebê – e, como falado, se fecha em média nos primeiros meses depois do aniversário de um ano do pequeno. É normal que a moleira seja ligeiramente pulsante ao toque devido à circulação sanguínea no cérebro.
Segundo Milanesi, além dos problemas relacionados ao fechamento, podemos identificar uma preocupação maior com a chamada "moleira alta". Se ela estiver aumentada e suave ao toque, pode ser uma condição normal. Mas se estiver inchada e tensa, pode significar aumento da pressão no cérebro, causado por doenças como meningite e hidrocefalia.
O contrário, o afundamento da moleira, é chamado de "moleira baixa". Pode ser normal se a criança estiver ativa, mas se estiver acompanhada de pouca atividade do bebê, com diarreia ou vômitos, pode representar desidratação.
É importante ficar atento a qualquer mudança na moleira do bebê e procurar orientação médica se houver algum sinal de anormalidade. Além disso, destaca Milanesi, todas as crianças devem ter consultas de puericultura desde o nascimento, onde são realizadas as medidas de peso, estatura, perímetro cefálico e desenvolvimento neuropsicomotor, adequadamente registrados e comparados ao longo das consultas.
As cranioestenose são malformações congênitas nas quais ocorre fechamento precoce de uma ou mais suturas cranianas (articulações fibrosas que conectam os diferentes ossos que compõem o crânio). Elas podem ser a causa de um fechamento precoce da moleira – mas também pode haver cranioestenose sem que isso ocorra. Nesta doença, a forma do crânio se modifica devido ao impedimento do crescimento normal do cérebro.
"O fechamento precoce pode, em algumas crianças, causar deformidades na cabeça e até graves lesões neurológicas", explica a pediatra. "A doença é congênita, iniciando-se na fase de embrião ainda, podendo ser de causa hereditária, intrauterina ou infecciosa, ou pelo uso de certos medicamentos durante a gravidez, como alguns anticonvulsivantes."
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