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Mais Abraços // Segunda-feira 9 Setembro, 2024 // #teste da orelhinha, #bebe, #recem-nascido
Todos estamos familiarizados com o teste do pezinho, mas existe um outro exame com nome parecido que também é muito importante nos primeiros dias de vida. É o teste da orelhinha, uma prática essencial que avalia a audição de recém-nascidos.
Esse exame é uma maneira simples e eficaz de identificar precocemente possíveis problemas auditivos, permitindo que medidas adequadas sejam tomadas para garantir um desenvolvimento saudável e uma melhor qualidade de vida para os pequenos.
Descubra em detalhes o que é o teste da orelhinha, como é realizado, se causa desconforto no bebê, o período adequado para realização, os problemas que pode identificar e ainda quais ações tomar em caso de resultados anormais.
O teste da orelhinha é um exame de triagem realizado em recém-nascidos para detectar uma possível perda auditiva congênita, levando em conta que a audição é um dos cinco sentidos do bebê e que deve estar em perfeito estado.
Milene Bissoli, otorrinolaringologista especialista em crianças, explica que o nome técnico do exame é “Emissões Otoacústicas” e se trata de um teste que avalia a resposta da cóclea a um estímulo sonoro.
“A cóclea é a parte da orelha interna capaz de transformar a energia mecânica do som (estímulo sonoro) em um estímulo elétrico para nosso cérebro, e o teste da orelhinha capta as emissões que a própria cóclea emite em resposta ao estímulo sonoro oferecido pelo aparelho”, explica.
De maneira simplificada, é como se a emissão otoacústica fosse o "eco" gerado pelo som na cóclea. Uma cóclea saudável consegue responder ao estímulo sonoro com outro som. Na perda auditiva congênita, essa resposta não está presente.
É importante que se faça o teste da orelhinha porque a capacidade de processar sons é um dos primeiros reflexos do bebê, sendo essencial para seu crescimento, linguagem, interação social e aprendizado ao longo da vida.
"O primeiro ano de vida é considerado de extrema importância para a aquisição de fala e linguagem, pois é neste período que ocorre o ápice do processo de maturação do sistema auditivo", explica o médico e pediatra Júlio César Pelegrini Silva Filho.
Segundo o médico, estudos mostraram que crianças com perda auditiva que receberam estimulação sonora adequada nesse período apresentaram desenvolvimento de fala e linguagem semelhante ao de crianças com audição normal. "É fundamental fortalecer todas as iniciativas capazes de antecipar o diagnóstico e a intervenção", diz.
Se você tem dúvidas de como é feito o teste da orelhinha, saiba que é bem simples! Milene conta que é realizado colocando uma pequena borracha/espuma no canal auditivo externo, que chamamos de sonda.
Essa sonda tem de dois a três canais que fornecem o estímulo sonoro e capta a resposta da cóclea. A sonda está conectada a um software que faz a leitura das respostas.
Com a sonda no canal auditivo, o examinador liga o aparelho que emite alguns tipos controlados de som e as respostas são captadas automaticamente.
No teste da orelhinha não há necessidade de aplicar pressão nas orelhas, somente o estímulo sonoro é utilizado. Portanto, se feito da maneira certa, não causa desconfortos para a criança.
“O teste da orelhinha não é doloroso. Alguns bebês podem estranhar o equipamento ou mesmo o barulho, porém, como se trata de um exame bem rápido, geralmente é bem tolerado. Após a retirada da sonda não há nenhum incômodo posterior”, diz a otorrino.
Desde 2010, é obrigatório que toda maternidade realize o teste da orelhinha em 100% dos recém-nascidos, assim como o teste do pezinho.
E até quantos meses pode fazer o teste da orelhinha? No caso de crianças que nasceram fora do ambiente hospitalar, o teste da orelhinha deve ser realizado o mais breve possível, preferencialmente nos primeiros três meses de vida do bebê.
"A triagem logo após o nascimento permite um diagnóstico precoce de deficiência auditiva e, consequentemente, tratamento ainda nas primeiras semanas de vida", afirma o pediatra. "Quanto mais precoce a intervenção, melhores serão as condições futuras do bebê.
Quando o bebê não passa no teste inicial, é preciso realizar um novo teste ainda nas primeiras semanas de vida. "A presença de vérnix ou secreções no canal auditivo do bebê logo depois do nascimento podem gerar resultados falsamente alterados", diz ele.
Bebês prematuros, com baixo peso ao nascer ou que apresentem determinadas condições de saúde também podem necessitar de uma nova avaliação, pois esses fatores podem interferir na capacidade de resposta aos estímulos sonoros.
Milene ressalta que qualquer alteração deve sempre ser levada muito a sério, uma vez que o desenvolvimento auditivo e da comunicação depende de uma boa audição e o período crítico para esse desenvolvimento acontece nos primeiros seis meses de idade.
Além do teste da orelhinha, saiba quais são os primeiros exames realizados em recém-nascidos para lhe dar mais tranquilidade e garantir a boa saúde e desenvolvimento do seu bebê.
Se houver alterações em dois testes da orelhinha diferentes, o pequeno precisa ser encaminhado para atendimento pediátrico específico e audiológico antes dos três meses.
O médico especialista será capaz de realizar avaliações mais detalhadas, além de fornecer orientações adequadas e recomendar o melhor curso de tratamento para a criança.
O acompanhamento contínuo por um profissional de saúde especializado é crucial para garantir que a criança receba o suporte necessário em relação à sua audição.
Como falamos, o teste da orelhinha é um exame auditivo que tem como objetivo fazer uma triagem de perda auditiva, indicando quais crianças precisam de maior investigação ou estão com suspeita de perda auditiva.
Segundo Júlio César, essa deficiência pode estar associada a inúmeras doenças e condições, como:
Infecções congênitas;
Prematuridade;
Asfixia perinatal;
Uso de medicações;
Síndromes genéticas;
Deformidades cranianas, ósseas ou do ouvido interno.
Ao realizar esse exame, os bebês têm a chance de receber tratamentos adequados desde cedo, garantindo um desenvolvimento saudável e uma melhor qualidade de vida.
Com a ajuda da otorrinolaringologista Milene Bissoli, montamos um panorama do desenvolvimento auditivo do bebê, que se inicia no útero materno e segue até os primeiros anos de vida.
Veja os principais marcos auditivos do bebê:
O desenvolvimento adequado da linguagem, comunicação e habilidades auditivas da criança podem incluir a prescrição de aparelhos auditivos, terapia fonoaudiológica e outras intervenções. A busca por orientação médica especializada é essencial para garantir o melhor cuidado auditivo e bem-estar do seu filho.
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