Tem certeza de que deseja excluir o produto Vale-presente?
Mais Abraços // Segunda-feira 17 Julho, 2023 // #teste do pezinho, #bebe, #cuidados
O teste do pezinho já é um clássico da maternidade brasileira – e deve ganhar ainda mais importância nos próximos anos, com o aumento das doenças identificadas –, mas embora todo mundo saiba que ele existe, há muitas dúvidas sobre para que ele serve. Entenda melhor a seguir!
Também conhecido como Triagem Neonatal Biológica, ele é utilizado para verificar se os recém-nascidos possuem "doenças metabólicas genéticas, endócrinas ou hematológicas, conhecidas como erros inatos do metabolismo", explica a enfermeira Claudia Barbosa dos Santos, do Senac São Miguel Paulista, especialista em cuidados intensivos e emergência à criança e ao adolescente. Em suma, "é uma investigação precoce de diversas doenças."
Entre as condições identificadas pelo teste tradicional estão o hipotireoidismo congênito e as hemoglobinopatias – vamos falar mais sobre algumas delas a seguir, e sobre as novas condições que devem entrar no teste agora.
"É importante considerar que essas doenças costumam ser assintomáticas na fase inicial da vida, podendo causar sequelas graves e irreversíveis quando não tratadas corretamente", completa Santos.
O teste é feito a partir de uma gota de sangue retirada da região lateral do calcanhar do bebê, e depois afixada em um papel filtro. A coleta deve ser feita entre o terceiro e o quinto dia de vida do recém-nascido. "É importante destacar que o período de coleta pode variar de acordo com a maior sensibilidade das tecnologias diagnósticas e as necessidades das doenças investigadas", diz Santos.
O teste do pezinho pode ser coletado em maternidades públicas e privadas, casas de parto, unidades básicas de saúde (UBS) – qualquer ambiente que atenda "as normas vigentes de regulamentação da Vigilância Sanitária em relação aos serviços de saúde". "É importante que esta coleta seja informada e documentada no sistema de informação", diz Santos.
Embora algumas pessoas optem por fazer o exame em ambientes particulares, é importante frisar que o teste do pezinho é obrigatório por lei no Brasil e está disponível gratuitamente para toda a população através do Sistema Único de Saúde (SUS), do qual faz parte desde 1992.
O teste do pezinho identifica, tradicionalmente, seis doenças: fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, síndromes falciformes, fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita e deficiência de biotinidase.
Com uma nova lei sancionada em 2001, o número de condições analisadas deve saltar para 50 nos próximos anos, será o chamado teste do pezinho ampliado. "Esta incorporação ocorrerá de forma escalonada", diz Santos. Serão cinco etapas, que irão anexar ao sistema desde toxoplasmose congênita até atrofia muscular espinhal, passando por distúrbios do ciclo da ureia e imunodeficiências.
A enfermeira Claudia Barbosa dos Santos explica um pouco mais sobre as causas e os tratamentos das seis doenças identificadas pelo teste:
Esta doença é genética e ocorre quando o corpo não produz a enzima fenilalanina hidroxilase, o que impede que o aminoácido essencial fenilalanina seja quebrado em moléculas menores, chamadas tirosina.
O acúmulo da fenilalanina no corpo é tóxico e pode lesionar o Sistema Nervoso Central de forma permanente, causando atraso no desenvolvimento neuromotor. Quando o tratamento — baseado em uma dieta pobre em fenilalanina — é iniciado precocemente, as lesões neurológicas são evitadas e o acometimento pode ser atenuado.
Nesta doença, há uma produção insuficiente dos hormônios da glândula tireoide (T3 e T4), que têm um papel importante no metabolismo e no desenvolvimento cerebral do bebê. O tratamento deve ser iniciado precocemente com a administração da levotiroxina – hormônio tireoidiano sintético.
Conhecida também como mucoviscidose, a fibrose cística é causada por uma mutação genética que torna as secreções corporais mais espessas, afetando principalmente os sistemas respiratório e digestivo. O tratamento visa prevenir infecções, com uma adequada vacinação e uso de medicações, fisioterapia para uma boa condição pulmonar e higiene brônquica, e suporte nutricional. O uso de enzimas pancreáticas para os casos em que há comprometimento do sistema digestivo também é indicado.
Esta doença altera as hemácias (as células vermelhas do sangue), deixando-as mais rígidas e acarretando dificuldade na circulação do sangue nos vasos mais finos, causando dor e podendo comprometer progressivamente alguns órgãos.
Trata-se de uma doença congênita que altera o funcionamento das glândulas adrenais, localizadas acima dos rins, que produzem hormônios como o cortisol. Como consequência, pode haver perda de peso ou ganho de peso abaixo do esperado e desidratação do bebê e, a longo prazo, pode haver crescimento excessivo, maturação óssea avançada ou baixa estatura. O tratamento visa suprir a deficiência hormonal.
Está é uma doença genética que causa deficiência da enzima biotinidase e impede o organismo de utilizar a biotina da dieta, o que pode gerar distúrbios neurológicos e cutâneos. O tratamento está relacionado a suplementação de biotina por via oral diariamente, durante toda a vida.
Compartilhe: