Tem certeza de que deseja excluir o produto Vale-presente?
Mais Abraços // Quarta-feira 7 Outubro, 2020 // #tentante, #maternidade, #emocoes
Oi gente, tudo bem? Hoje, vim contar um pouco sobre como foi ter minha bebê em meio a esse momento tão desafiante que estamos vivendo.
Bom, para começar eu esperei por dois anos para ter minha filha, não conseguia engravidar. Não sei o motivo ao certo, mas imagino que por conta dos hormônios do anticoncepcional. E, pensando por um lado mais espiritual, creio que não estava preparada para ter um filho, pois precisava de muito amadurecimento em diversas áreas da minha vida. Então, depois de vários acontecimentos, Deus realizou meu sonho e do meu esposo de sermos pais.
A partir disso vocês já podem entender o tamanho da nossa felicidade ao ganhar esse presente tão lindo. Descobrimos em setembro de 2019 e, de lá pra cá, nos preparamos demais pra receber nossa filha da melhor forma possível. Além de registrar cada fase, cada momento, fizemos tudo: vídeos para contar a novidade, chá revelação, montamos o quartinho, ensaios fotográficos… posso dizer que a minha gestação foi tranquila… até tudo isso começar.
Em março, eu estava de sete para oito meses de gravidez. Era a reta final. Eu não sabia, mas descobri em mim uma pessoa que gosta de planejar absolutamente tudo, para que tudo saia do meu jeito, na minha hora. Eu sonho com muitos detalhes e gosto de ter o controle das situações. Então vi em mim uma moça mimada com as próprias coisas.
Quando me vi isolada, apesar de ser otimista, comecei a me desesperar por não ter terminado muitas coisas da Manuela. Eu tinha o quarto quase completo, mas não tinha algumas coisas, como banheira, carrinho, bebê conforto, tinha poucas roupas e nem eram de frio. Ela nasceria em maio, quando começa a esfriar, e eu tinha apenas um macacão e poucas peças de frio. Outra coisa que mexeu muito comigo foi o fato de ter planejado um parto humanizado hospitalar, com doula para me auxiliar e fotógrafo para registrar e filmar cada momento, cada instante. Mas os hospitais proibiram a entrada de doula e fotógrafo. Isso era em meados de abril. Então eu orei para que a Manu viesse o mais tardar possível, que seria no final de abril ou começo de maio.
Porém, as coisas nem sempre são como queremos e a situação começou a piorar. Gestantes eram grupo de risco e eu parei de ver meus pais, minha avó, minha família e a pior notícia de todas: hospitais fechados para visitas.
Manuela não poderá receber visitas de absolutamente ninguém, somente o acompanhante de quarto que seria o pai dela. Ok, respira. Vai passar. Mas não passou… a situação piorando cada vez mais e a notícia da minha médica: sem visitas nenhuma pra Manuela por dois meses (com possibilidade de estender).
Imaginem agora a tristeza no meu coração? Sem poder ver meus pais e eles sem poderem conhecer minha filha.
Todos os planos que eu tinha feito foram por água abaixo e eu comecei a aceitar isso e ter alternativas para resolver cada questão, como a da banheira, do carrinho, bebê conforto que consegui comprar pela internet. Isso era o de menos. Comecei a entender que o que mais importava era a saúde da minha filha e não meus caprichos. Ela chegar em casa protegida de todo esse caos lá fora era o essencial e esse passou a ser o meu maior desespero: conseguir proteger minha filha.
Deu 36 semanas e ela deu indícios de que queria nascer. Calma Manu, antes da hora não pode. Então precisei fazer repouso e isso não era tão difícil, na teoria. Já estamos em casa, é só descansar. Como descansar a mente com o mundo lá fora? Eram muitos sentimentos, uma ansiedade por medo do futuro. Medo do desconhecido e do que poderia acontecer. Tédio, muito tédio, pois foram passando as semanas e eu cheguei em 40 semanas sem nenhum sinal de que ela iria nascer. E eu que escolhi esperar o momento dela, já estava agoniada entre isso e a saúde dela em primeiro lugar.
Até quando esperar? E esperei… sem minha mãe, minha avó, meu pai. Somente meu marido, um homem incrível que esteve ao meu lado me dando base de tudo.
Chegamos na reta final, muitas preocupações com o mundo e muitas preocupações com a minha filha. Porém o que conta é manter a calma e mentalizar que coisas boas acontecem. Que tudo vira aprendizado, tem um lado positivo e não foge dos planos de Deus… e há propósito para todos as coisas na terra abaixo dos céus.
Minha filha chegou no dia 5 de Maio, um parto super complicado, porém transformador. Passei pelo círculo de fogo onde me tornei mulher, mãe e mais forte para enfrentar tudo.
E hoje estamos aqui, sem visitas, sem ela poder conhecer os avós, mas com muito amor dentro de casa. Mantemos contato por foto, FaceTime, ligação, vídeos. E assim vamos levando com positividade até tudo isso passar.
Viver e aproveitar cada desafio e delícias da maternidade em meio à essa nova realidade me tornou uma mulher mais forte e pronta pra enfrentar qualquer desafio que vier pela frente. Manuela veio para me transformar. Realmente, há propósito para todas as coisas.
Seguiremos firmes. Desejo toda luz e positividade a todas as mamães e gestantes. Fica aqui meu abraço carinhoso. Vocês não estão sozinhas e tudo vai dar certo!
Compartilhe: