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Mais Abraços // Quarta-feira 7 Outubro, 2020 // #maternidade, #relato
O amor de mís amores, meu filho Pedro Luna, tinha uma semana de vida quando o mundo mudou.
Quando me vi mãe de primeira viagem - e que viagem! –, estava vivendo uma dupla mudança. Interna e externa. Sem saber exatamente como era respirar nessa fase frágil - em nenhuma das duas - lá estava eu, mergulhada e abraçada em um novo mundo. Hoje, dois meses depois, passei a aceitar melhor o momento delicado em que vivemos. Na vida sempre temos que ver o copo meio cheio, né?! Para ser sincera, abraçar o meu pequeno facilita ver o copo bem cheio.
É desafiador viver o puerpério? Ou seria melhor chamá-lo de POWERperio? Quais são as forças que nascem pós-parto? Quem é essa nova Giselle? É um misto de emoções, né? Sinto que é um momento de muito (re)conhecimento. Será que parir é (re)nascer? Tem um livro recém-lançado pela Maria Barreto que diz:
"... estamos lidando com o desconhecido e com nossos instintos de ser, que nos tornam mulher no sentido mais selvagem da palavra. Para muitas de nós, o que traz incômodos neste momento é que o controle sobre as coisas deixarem de ser possíveis. Vamos sendo convidadas a lidar com esta grande sombra que carregamos, que é achar que controlamos tudo, desde a nossa expressão no mundo, passando pelos nossos desejos íntimos até os planos práticos do dia a dia. Neste momento da nossa vida somos convidadas a confiar e não controlar." (trecho do livro “O Pequeno Livro sobre o Puerpério”)
Pois bem, e viver tudo isso no agora? É muito desafiador! Mas apesar de tudo isso, sempre achei estranho o antigo ditado popular que diz “ser mãe é padecer no paraíso”. Veja bem: padecer é sofrer. Nós mães não merecemos, não devemos sofrer para cuidar dos nossos filhos. É cansativo ser mãe. Sim, claro que é. Cansa! Aliás, sair da sua zona de conforto, é exaustivo. Mas não podemos nos permitir chegar a sofrer.
A maternidade é uma nova realidade, cheia de descobertas e muita entrega, mas acima de tudo repleta de amor. Nós, mães, devemos ser abraçadas. Sinto que só assim conseguimos exercer com leveza, saúde e plenitude o nosso papel de mãe. Quando somos abraçadas, conseguimos abraçar a nossa cria, verdadeiramente em paz. Neste momento, o autocuidado e a rede de apoio se fazem tão importantes. É necessário nos abraçarmos e nos cuidarmos todos os dias. Quanto mais nos abraçamos mais inteiras e melhores somos para os nossos filhos. Quanto mais permitimos que nos cuidem, mais a rede de apoio nos cuida e nos abraça com carinho. Devemos sim, pedir. Até a mulher-maravilha pede abraço!
Eu sinto que neste momento delicado que o mundo está passando, a nossa rede está mais forte do que nunca. Quem disse que não podemos nos sentir abraçados mesmo de longe? O verdadeiro abraço sempre foi e será transmitir solidariedade ao próximo e para isso não precisamos estar presentes fisicamente. Quando faço vídeo chamada com a minha família e amigos, minha alma vibra. Meu pequeno e eu nos sentimos abraçados e muito acolhidos. É uma energia que ecoa para o resto do meu dia, me sinto forte com o tamanho deste abraço coletivo. Afinal, não existem barreiras que não faça o verdadeiro amor pulsar!
Agradeço muito por estarmos na era virtual. Imagina se o nosso abraço chegasse no tempo de uma carta? Sorte a nossa! E sinto, que quando tudo isso passar o abraço físico será ainda mais valorizado, como ele verdadeiramente merece. Falando em abraço físico, agora estou escrevendo e amamentando meu filho. Estamos abraçados, como sinto que ficaremos por toda uma vida.
É muita emoção poder proteger, acolher e abraçar o meu filho.
E me vem na cabeça frase da romancista Barbara Kingsolver:
“A força da maternidade é maior que as leis da natureza”.
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