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Mais Abraços // Quarta-feira 7 Outubro, 2020 // #relato, #maternidade, #amor, #emocoes
Sempre sonhei em ser mãe e como todo mundo que sonha em construir esse projeto de vida, eu sempre me perguntava quando seria o melhor momento para ter um filho.
Agora, corta para 2020.
Anos ou meses atrás se me dissessem que quando meu filho nascesse o mundo estaria passando por tudo isso, ficaríamos isolados em casa, saindo o mínimo possível, limpando as compras do mercado com álcool, sem contato com a família, sem receber visita na maternidade e que o novo normal seriam todos de máscaras nas ruas — e provavelmente nas futuras fotos de família, eu diria: não é possível. Pois é. Incontrolável como a maternidade é.
Levi, nosso primeiro filho nasceu prematuro de 33 semanas, exatos 10 dias antes do isolamento social começar. Eu estava física e emocionalmente tão envolvida com seu nascimento antecipado que lia as notícias do mundo e parecia que não as absorvia direito, era como se fosse algo muito distante.
Lembro do meu marido me falando para lavar as mãos religiosamente, passar álcool em gel, levar minha garrafa de água, não passar as mãos no rosto e aquilo tudo parecia longe demais para ser verdade.
Minha ficha caiu quando a pediatra deu alta da UTI para o Levi e nos disse, “nesse momento a casa de vocês é mais segura que aqui”. Foi quando percebi que viveríamos essa fase de uma forma completamente diferente que qualquer mãe e pai sonham.
Nossa ida para casa teve um sabor agridoce. Estávamos com nosso filho, nosso maior sonho nos braços, mas só o nosso colo para revezar. Meus pais tiraram férias, os pais do meu marido iriam vir pra São Paulo ficar alguns dias, nossos irmãos e amigos estavam planejando entregar presentes, mas nada disso pôde acontecer.
Levi veio como um divisor de águas na nossa família.
Essa jornada que já é naturalmente tão desafiadora e ao mesmo tempo apaixonante, veio para estreitar ainda mais nossos laços familiares: agora éramos nós por nós.
Era o imprevisível da vida nos convidando para nos entregarmos não só de cabeça, mas com todo nosso coração para aproveitar cada dia de vida do nosso filho. Cada dia único que não volta mais.
E mesmo passando pelo meu puerpério recheado de vazio e saudade, abri meu coração para deixar brotar a coragem. Coragem de dar ao meu filho o mundo que ele merece. E não é preciso ser experts em bebês, basta um pouquinho de curiosidade sobre os primeiros meses de vida para saber que esses pequenos seres precisam de nós, sim, só de nós. Pele a pele, afago, calor humano, o som da batida do nosso coração, colo e abraços em livre demanda. Esse é o novo mundo que meu filho merece aqui fora.
Em meio a todo esse cenário imprevisível que o mundo está, enxergamos uma chance de ressignificarmos essa fase. As conversas diárias por meio de ligações, as chamadas de vídeo imaginando e rindo como será explicar para o nosso filho que a família dele estava toda fantasiada de ninja quando ele nasceu, o suporte emocional em forma de mensagens no WhatsApp: essa é a nossa nova forma de abraçar.
Hoje, sei que o melhor momento para ter um filho é quando não nos falta entrega de corpo e alma, quando não falta colo, quando não falta vontade de improvisar junto aos imprevistos da vida. É quando não faltam abraços - e sei que tem muitos braços apostos acumulando ainda mais amor para dar.
Afinal, são essas diversas formas de abraçar que fazem a vida valer a pena. É para isso que estamos contando os dias.
Somos feitos de abraços... e Huggies Brasil.
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