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Mais Abraços // Terça-feira 30 Janeiro, 2024 // #alimentos para anemia, #anemia na gravidez
A gestação é um momento repleto de mudanças físicas e emocionais. Entre as preocupações comuns durante a gravidez, a anemia destaca-se como uma condição recorrente. Por isso, é essencial entender a importância dos alimentos para anemia durante esse período crucial da vida de uma mulher.
A boa notícia é que a alimentação adequada pode desempenhar um papel vital na prevenção e tratamento dessa condição. Vamos explorar a relação entre alimentos e anemia na gravidez e descobrir quais escolhas alimentares podem fazer a diferença.
A anemia é caracterizada pela redução dos níveis de hemoglobina no sangue, o que pode levar à diminuição da capacidade do sangue de transportar oxigênio. Esse quadro pode ser causado por diversos fatores, como as deficiências de folato, vitamina B12 ou vitamina A, inflamação crônica, infecções parasitárias e doenças hereditárias. A causa mais comum, porém, em mais de 50% dos casos, é a deficiência de ferro.
Durante a gravidez, o corpo da mulher passa por mudanças significativas, aumentando a demanda por nutrientes essenciais, incluindo o ferro. As necessidades de ferro são tão elevadas durante a gestação que a anemia é algo comum: segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde, cerca de 37% das grávidas no mundo apresentam anemia. Porém, é importante destacar que quadros assim são tratáveis.
Por isso, como parte do cuidado pré-natal, o Ministério da Saúde recomenda que todas as grávidas tomem suplementação profilática de ferro e de ácido fólico. Mas isso não diminui o papel fundamental da alimentação em prevenir e tratar a anemia.
"É importante lembrar que os suplementos não substituem uma dieta saudável e equilibrada, mas são úteis em situações nas quais certos nutrientes podem ser difíceis de obter apenas através da dieta", afirma a ginecologista Joeline Cleto Cerqueira, membro da Comissão Nacional Especializada em Assistência Pré-Natal da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia).
O ferro é necessário desde o início da gestação e até no pós-parto, mas, como existem nutrientes essenciais para cada fase, sua importância cresce ao longo dos meses. "A necessidade de ferro aumenta no terceiro trimestre para apoiar o aumento do volume de sangue e para armazenar ferro no fígado do bebê", explica Cerqueira.
O ferro atua na síntese de células vermelhas do sangue e no transporte de oxigênio, por isso seu consumo é imprescindível para combater a anemia, condição que aumenta o risco de parto prematuro, baixo peso ao nascer e mortalidade infantil. Assim, o cardápio das grávidas deve incluir uma variedade de alimentos ricos em ferro.
Existem dois tipos de ferro: o de origem animal, chamado ferro heme, e o de origem vegetal, chamado ferro não-heme. O corpo consegue absorver melhor o ferro heme, mas também é possível ter uma alimentação equilibrada e rica em ferro sem carnes. "Consumir alimentos ricos em vitamina C (como frutas cítricas, pimentões e tomates) junto com alimentos ricos em ferro pode ajudar a melhorar a absorção", diz Cerqueira.
São alimentos fontes de ferro as carnes vermelhas, principalmente vísceras (fígado e miúdos), carnes de aves, peixes e mariscos. Entre os vegetais, destaque para as hortaliças folhosas verde-escuras e leguminosas, como o feijão e a lentilha.
A seguir, listamos algumas boas fontes de ferro, com a quantidade do nutriente para cada 100g, segundo a Tabela Brasileira de Composição de Alimentos:
Contra-filé grelhado (2,57 mg)
Frango caipira cozido (2,12 mg)
Coração de galinha na brasa (39,96 mg)
Ostra cozida (26,72 mg)
Soja moída tostada (16,77 mg)
Fígado de frango cozido (12,90 mg)
Feijão preto (9,83 mg)
Polvo cozido (9,54 mg)
Semente de chia (7,72 mg)
Feijão carioca (6,99 mg)
Semente de girassol torrada (6,81 mg)
Chocolate amargo (6,27 mg)
Fígado de boi grelhado (5,79 mg)
Castanha de caju torrada (5,76 mg)
Torrada de trigo (5,75 mg)
Anchova em óleo (4,63 mg)
Rapadura (4,43 mg)
Pão francês (4,33 mg)
Sardinha em conserva (3,96 mg)
Cabrito cozido (3,73 mg)
Lingua-de-vaca cozida (3,71 mg)
Picanha grelhada sem gordura (3,55 mg)
Charque ou carne seca cozida (3,45 mg)
Caruru cozido (3,41 mg)
Costela de boi cozida (3,36 mg)
Ovo de codorna cozido (3,35 mg)
Ervilha fresca cozinha (3,05 mg)
Gema de ovo cozida (2,92 mg)
Melado (3,70 mg)
Taioba refogada (2,88 mg)
Damasco seco (2,66 mg)
Camarão frito (2,44 mg)
Salada de alface roxa (2,38 mg)
Ovo frito (2,1 mg)
Figo seco (2,03 mg)
Cogumelo Paris cozido (1,74 mg)
Agrião cozido (1,73 mg)
Atum assado (1,46 mg)
Ao incorporar esses e outros alimentos em um cardápio diário, as gestantes podem manter níveis saudáveis de ferro, prevenindo a anemia.
Mas, embora a alimentação seja muito importante, segundo protocolos do Ministério da Saúde, apenas a correção da dieta não é suficiente para o tratamento de pacientes com anemia por deficiência de ferro, mesmo que aumentar o consumo de carnes e víscera seja recomendando. Também no caso das gestantes, quando há sintomas de anemia, pode ser necessário realizar um tratamento específico.
Para o diagnóstico de anemia causada por falta de ferro, o exame mais comum é o de ferritina sérica. Segundo o protocolo do Ministério da Saúde, todas gestantes com ferritina sérica maior ou igual a 30 g/L devem tomar a dose profilática de 60 a 100 mg de ferro elementar + 400 μg de ácido fólico por dia a partir do início do segundo trimestre e até 3 a 6 meses após o parto.
Em casos em que os níveis do nutriente estão mais baixos, o valor diário da suplementação de ferro pode aumentar para 100 a 200 mg por um período de três a seis meses, até atingir ferritina de no mínimo 30 ng/mL. Em casos mais graves, ou quando há intolerância da paciente ao ferro oral, pode ser indicada a aplicação intravenosa do nutriente.
É fundamental que as gestantes sigam as orientações médicas e nutricionais, garantindo que estejam atendendo às suas necessidades específicas durante a gravidez. A prevenção e o tratamento da anemia envolvem uma abordagem holística, e a escolha de alimentos adequados é um passo significativo na direção de uma gestação saudável – mas não só.
Em conclusão, a conexão entre alimentos e anemia na gravidez destaca a importância de fazer escolhas alimentares conscientes. Ao incorporar alimentos ricos em ferro e nutrientes essenciais em sua dieta diária, as gestantes podem não apenas prevenir a anemia, mas também garantir uma gravidez mais saudável e feliz. Lembre-se sempre de consultar um profissional de saúde para orientações personalizadas durante a gestação.
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