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Mais Abraços // Quarta-feira 7 Outubro, 2020 // #emocoes, #filhos, #amor
“Um relato para meu filho, ou melhor, uma carta de amor para agradecer você por me transformar, por transformar tudo a minha volta.
Meu começo de gestação não foi fácil, parecia um dia mais lento que o outro, uma angústia e um medo por não saber mais como seria o caminho das nossas vidas. A cada dia que meu filho ia tomando forma, algumas incertezas sobre como o mundo iria recebê-lo também, mas no meu mundo, ele não precisaria ter medo. O tempo foi passando e eu entendendo o propósito imenso que meu Pai tinha pra nós; passei então pra primavera da gestação, e depois para o fim. Foi quando passou voando e eu já podia sentir a falta que aquele barrigão iria fazer.
Nunca me senti tão inteira. Minha gestação realmente foi de uma potência imensurável, me encontrei.
Eu tive um parto natural e humanizado, claro que as dores são intensas, mas eu, que carreguei o peso de dois mundos, dancei com dois corações, respirei com quatro pulmões, pari sua vida a gritos, filho; jamais alguém poderia dizer que eu não seria capaz, e apesar de doloroso é uma dor com propósito, isso muda tudo.
E Caetano chegou para mudar. Caetano chegou para me abraçar e me amar.
Filho, você nasceu e nos deu paz. Alguns dias a frustração bate na porta, porque não é cuidar de um bebê que é difícil, mas sim dar conta de tudo o que você gostaria de fazer, porém sei que aos poucos nossa vida vai se encaixando nesse novo mundo, aliás, nesses dois novos mundos, porque quem entrou nesse universo da maternidade agora deu de cara com outro universo, que é a situação atual de todos, mas que mesmo assim a gente vai aprendendo outras formas de viver, de cuidar, de lembrar, de conversar e de abraçar quem amamos; de longe, mas com a mesma intensidade.
Todos os dias quando eu e Caetano acordamos pra mamada das 6h da manhã, mais ou menos, eu o pego no moisés que fica do meu lado e o abraço com um amor imensurável, e o abraço pensando no quanto os avós e seus padrinhos gostariam de estar abraçando-o, sentindo o seu cheirinho maravilhoso e tocando sua pele tão gostosa de neném Caetano.
Mas é ótimo pensar (penso eu) que tudo isso está acontecendo pra deixarmos nosso ego de lado, termos mais compaixão e aprender a olhar mais para o outro. E é ótimo pensar que é temporário e que a tecnologia é uma rede de apoio extremamente importante, que aproxima as pessoas e não deixa de transmitir o abraço virtual de quem a gente queria que estivesse pertinho.
Esses dias acordei, olhei para o sol e pensei o quanto eu gostaria de poder sair com meu filho, mostrar o mundo pra ele, ir ao parque, tomar um sol. Tenho certeza de que ele vai amar; mas logo em seguida já pensei ‘caraca, mas o que eu tenho que focar é no agora, e agora eu tô com meu filho em casa, a gente tá se conhecendo cada dia mais, aprendendo juntinhos, nos amando e nos abraçando todos os dias, toda hora’. A verdade é que a gente acorda criando expectativas que nem sempre vão ser concretizadas; então, se eu posso dar uma dica pra maternidade e pra vida, é: não crie expectativas, elas podem frustrar e não deixar ver o que está acontecendo agora na sua vida, e quão gostoso seria se você estivesse dando uma certa atenção pra isso.
A madrinha do Caetano, minha amiga Flávia, estava louca pra conhecê-lo, até que no Dia das Mães ela me liga e fala pra eu descer na porta do prédio, porque ela estava lá com uma flor pra conhecer o Caetano de longe e me parabenizar pelo meu primeiro Dia das Mães; e isso foi um misto de emoções muito doido pra mim, porque ao mesmo tempo que eu queria chorar de alegria pela surpresa incrível que ela nos fez, eu queria chorar de tristeza por ela não poder chegar mais perto da gente e nos dar o abraço que tanto queria, mas que com certeza fomos abraçados, mesmo que com metros de distância. Foi lindo, algo que me marcou muito e que com certeza me fez mais feliz neste isolamento, onde a gente já se sente em dias de neblina na maternidade, imagine em um isolamento real.
Enfim, espero sempre poder ajudar outras mães com meus relatos, e sempre me disponibilizo a conversar com cada uma delas, no nosso tempo; mas amo poder ajudar um pouquinho que seja, para mostrar que sim, é difícil, mas também tem como ver o lado leve e gostoso disso tudo.”
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