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Mais Abraços // Quarta-feira 20 Dezembro, 2023 // #gravidez, #constipação
Uma pessoa que não vai ao banheiro com regularidade — e, portanto, não evacua com uma frequência adequada — costuma ficar mais estressada e incomodada. Agora, imagine quando a constipação aparece justamente na gravidez, um período já marcado por tantas mudanças físicas e na rotina.
Segundo uma revisão da literatura médica realizada por especialistas da Universidade de São Paulo (USP), a prisão de ventre chega a afetar até 37% das gestantes em algum momento durante os nove meses.
Entenda a seguir o que é esse sintoma, quais são as principais causas e, claro, como prevenir ou resolver o incômodo.
A Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG) define a constipação como o quadro em que “uma pessoa evacua menos de três vezes por semana ou tem dificuldades para evacuar”.
Para ser considerado um problema sério, essa condição tem que persistir por, pelo menos, três meses. Neste trimestre de barreiras para usar o banheiro, a alteração no funcionamento do intestino ou na qualidade das fezes (que ficam mais ressecadas) é observada com frequência.
A FBG aponta que os principais sintomas da prisão de ventre são:
Dificuldade para evacuar;
Evacuação incompleta (a pessoa fica com a sensação de que não liberou todas as fezes);
Inchaço ou dor abdominal;
Duas ou menos evacuações por semana;
Em casos mais severos — e que exigem uma avaliação médica rápida — vômitos.
A entidade aponta que o paciente deve procurar um médico especialista no assunto (gastroenterologista) para uma avaliação detalhada, a realização de exames e até a indicação de tratamentos específicos.
Como dito, a prisão de ventre afeta mais de um terço das grávidas. Mas por que isso acontece? Há uma série de fatores que ajudam a explicar essa situação, como aponta um artigo assinado por pesquisadores da USP.
Vamos começar falando sobre os hormônios. Durante os nove meses em que o bebê está se desenvolvendo na barriga, a mulher produz mais substâncias como a progesterona, o estrógeno e a relaxina.
Acontece que essas moléculas têm um efeito um tanto indesejado no intestino. Elas relaxam a musculatura dessa parte do sistema digestivo. Com isso, os movimentos peristálticos (que levam o bolo fecal até a saída) ficam mais lentos e menos vigorosos.
Esse trânsito intestinal travado faz com que o bolo fecal perca mais água e se torne ressecado — o que dificulta ainda mais a ida ao banheiro. O resultado disso tudo é uma grande dificuldade de eliminar as fezes.
Agora, vamos ao segundo fator citado pelos especialistas: a dieta. As fibras são a substância mais importante para afastar a prisão de ventre.
Presentes em abundância em frutas, legumes e verduras, parte desses compostos serve de comida para a microbiota, a colônia de bactérias e outros micro-organismos “do bem” que habitam nosso intestino e são essenciais para a digestão dos alimentos.
Já outra parcela das fibras garante a formação de um bolo fecal adequado, numa boa consistência e com capacidade de deslizar tranquilamente até ser eliminado do organismo.
Mas olha que complicado: um estudo feito na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) estimou que 50% das gestantes não consomem a quantidade de fibras necessária para um bom processo de digestão. Sim, você não leu errado: metade dessas mulheres não comem a porção necessária para formar um bolo fecal saudável.
Para fechar a lista, não podemos esquecer da atividade física. Mexer o corpo é primordial para que o intestino funcione direitinho, porém, nessa fase da vida, muitas gestantes deixam de se exercitar.
As recomendações de atividade física durante esses nove meses variam de acordo com cada caso. Por isso, converse com o profissional de saúde que te acompanha para saber qual a carga de esporte mais indicada segundo as suas condições.
Um documento assinado por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) detalha algumas das medidas que permitem lidar melhor com esse sintoma capaz de deixar qualquer pessoa de mau humor.
O primeiro passo costuma ser a mudança de alguns hábitos alimentares.
A meta aqui é justamente aumentar o consumo de fibras, essenciais para o processo de digestão e de formação do bolo fecal. Os profissionais de saúde costumam pedir que a mulher capriche na hora de comer alimentos integrais, frutas (se possível, com a casca), legumes e verduras. Alguns exemplos de alimentos ricos em fibras são o mamão e a ameixa.
Segundo um texto publicado no site da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), outra atitude fundamental é consumir bastante água.
Isso porque a boa hidratação é uma parceira das fibras na hora de formar um bolo fecal com uma boa consistência, que consegue transitar bem por todo o intestino.
Mas e se essas mudanças na dieta não surtirem efeito? Há alguma saída? A resposta é sim!
Os médicos podem prescrever produtos probióticos (que carregam bactérias boas para o intestino) ou compostos concentrados de fibras. Em algumas situações específicas, os remédios laxantes também podem virar uma alternativa interessante.
Mas é importante deixar claro que, antes de partir para essas opções, é preciso sempre buscar um profissional da saúde, evitando qualquer efeito colateral indesejado.
Com pequenos ajustes na rotina (e uma forcinha extra nos casos mais difíceis) é possível controlar a constipação na gravidez e garantir que a visita ao banheiro deixe de ser um tormento.
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