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Mais Abraços // Quarta-feira 20 Dezembro, 2023 // #gravidez, #saude
Um artigo da Escola de Medicina Johns Hopkins e outras instituições americanas faz uma constatação que é ao mesmo tempo simples e surpreendente: a diarreia afeta negativamente a saúde física, emocional e social de mulheres que estão grávidas.
Muitas vezes, incômodos como fazer cocô mole ou líquido não recebem a devida importância, mas é preciso ficar de olho: a diarreia é sinal de algo não está bem no corpo e, quando ela acontece na gravidez então, a atenção deve ser redobrada.
A boa notícia é que esse sintoma costuma ir embora logo, principalmente quando alguns cuidados básicos são tomados — como você poderá ver ao longo deste artigo.
Para entendermos melhor esse problema, é preciso dar um passo para trás e falar um pouco sobre os nossos intestinos. Esses órgãos, que formam a porção final do sistema digestivo, são responsáveis por absorver os nutrientes e a água contida em tudo o que comemos e bebemos. Ao longo desse processo, o que sobra forma uma massa homogênea e pastosa, a qual damos o nome de fezes (ou o popular cocô).
Para que esse bolo fecal transite bem pelo intestino, ele precisa ter uma consistência adequada: nem tão duro a ponto de dificultar a passagem, nem tão mole a ponto de precisar ser liberado com toda a urgência do mundo.
E a diarreia acontece justamente quando o cocô está mole demais, pastoso ou praticamente líquido.
Por mais corriqueiro que seja, esse problema é bastante sério: a Organização Mundial da Saúde (OMS) calcula que a diarreia mata 525 mil crianças pequenas todos os anos. O grande problema nessas situações é a desidratação: a perda de líquidos pelas fezes pode fazer o organismo deixar de funcionar como deveria.
A Associação Americana de Gestação pontua que, durante os nove meses de gravidez, a diarreia é um dos muitos desconfortos que podem ocorrer. O quadro é diagnosticado quando a pessoa precisa ir ao banheiro mais de três vezes durante o dia e o cocô está numa consistência incomum (muito mole ou aquoso).
A diarreia na gravidez pode ter muitas causas. Segundo a Associação Americana de Gestação, as principais delas são:
Mudanças bruscas na dieta relacionadas à notícia de uma gravidez. A mulher pode querer ingerir mais nutrientes específicos e, com isso, tem contato com alimentos diferentes, que podem “cair mal” no sistema digestivo;
Sensibilidade aumentada a alguns ingredientes em particular. É normal que, durante a gravidez, a mulher não consiga comer certos alimentos, mesmo que eles fossem bem digeridos antes dessa fase;
Mudanças hormonais, que alteram o processo de digestão. O quadro pode aparecer no início da gravidez com mais frequência;
Infecções bacterianas ou virais, que podem acometer qualquer pessoa (inclusive as grávidas).
A diarreia é um problema muito comum no mundo todo e que está, de maneira geral, muito relacionado a um acesso insatisfatório ao saneamento básico e à água potável. Mas mesmo quem tem condições de vida consideradas adequadas desse ponto de vista pode sofrer com o quadro em diferentes momentos da vida em função de intolerâncias alimentares ou infecções gastrintestinais
Na gravidez acontece o mesmo, mas mudanças fisiológicas hormonais e de dieta podem favorecer que as fezes mudem de consistência. Nesta fase, justamente por ser um período em que a saúde da mulher está mais delicada, uma crise de diarreia precisa ser acompanhada de perto para que não haja maiores prejuízos à absorção de nutrientes e água pelo corpo.
É importante sempre conversar com o profissional de saúde que acompanha a gestação e atualizá-lo sobre todos os sintomas que você está sentindo. Uma dica é ter um diário para escrever tudo o que você sentiu nos últimos dias — essas anotações podem servir de roteiro durante as consultas periódicas, para tirar qualquer dúvida que você tenha (e não deixou passar batido).
Segundo a Associação Americana de Gestação, a diarreia costuma ser algo menos grave, que melhora depois de um tempo (geralmente, após um ou dois dias). Agora, se o sintoma se prolonga por mais de três dias, mesmo diante da linha de cuidados sobre a qual falaremos a seguir, é bom procurar um pronto-socorro ou o obstetra.
Durante a consulta, o médico poderá investigar melhor as causas do desarranjo intestinal e até indicar a realização de exames específicos, caso suspeite de algo mais grave (o que não costuma ser o quadro da vasta maioria das mulheres nessa situação).
A Associação Americana de Gestação lista algumas recomendações gerais para ajudar a mulher a superar esse incômodo com mais rapidez.
A dica número um é caprichar na hidratação, justamente para fugir dos quadros de desidratação que podem evoluir para algo mais grave. Por isso, é recomendado beber bastante água e outros líquidos que vão repor os sais minerais e nutrientes, como é o caso da água de coco, dos isotônicos e do soro caseiro (que traz uma porção de sal e açúcar).
É importante comer assim que der vontade. É importante começar com pratos mais simples e leves, com pão integral, arroz, batata cozida ou sopa. Comidas muito gordurosas ou apimentadas devem ser evitadas, para evitar irritações ao estômago e aos intestinos.
Também é importante evitar remédios nessa etapa. Antes de engolir qualquer comprimido, converse com o médico ou o farmacêutico, para evitar o risco de efeitos colaterais indesejados.
Vale, claro, fazer repouso para se recuperar de tantas idas ao banheiro.
Se os sintomas não melhorarem depois de 48 horas, ou aparecerem outros incômodos, como febre alta, é importante procurar o médico para uma avaliação mais aprofundada.
Se a diarreia vem junto de náuseas e vômitos — e acontece no finalzinho da gravidez — esse pode ser um sinal do início do trabalho de parto. Mantenha a equipe médica sempre informada!
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