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Mais Abraços // Terça-feira 17 Outubro, 2023 // #gravidez, #remedios
O ibuprofeno é um medicamento que pode ser usado para aliviar dor e inflamação – e é muito comum no tratamento de cólicas menstruais. No entanto, seu uso não é indicado durante a gravidez, principalmente no último trimestre, embora pesquisas recentes apontem possíveis complicações também no uso nos primeiros meses. Quais são os problemas causados pelo uso de ibuprofeno na gravidez? E pelo que as grávidas podem substituir o ibuprofeno? Veja a seguir.
A agência americana Food and Drug Administration (FDA), um tipo de Anvisa dos Estados Unidos que regula a indústria farmacêutica, classificou os fármacos quanto aos efeitos na gestação em cinco categorias de risco: A, B, C, D e X. Os anti-inflamatório não-esteroides, categoria da qual o ibuprofeno faz parte, estão na categoria D, de medicamentos com evidências positivas de risco fetal humano.
Como comparação, o analgésico paracetamol pertence ao grupo B, que reúne substância em que pesquisas em animais não demonstraram risco fetal, embora não existam estudos controlados em mulheres grávidas.
O ibuprofeno pode afetar negativamente o desenvolvimento do feto e aumentar o risco de complicações, incluindo problemas cardíacos e sangramento no intestino do bebê.
Segundo a médica ginecologista e obstetra Claudia Cristina Goulart Ribeiro, coordenadora da obstetrícia do Hospital da Mulher Mariska Ribeiro, gerenciado pelo Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” (CEJAM) em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde do Rio de Janeiro, a utilização de qualquer anti-inflamatório não-esteroides (AINE) no terceiro trimestre da gestação pode estar associado, no feto:
ao fechamento prematuro do ducto arterial, uma comunicação entre a artéria aorta e a artéria pulmonar que é essencial para o fluxo sanguíneo fetal, ainda na barriga da mãe, o que pode levar a problemas respiratórios e circulatórios, como hipertensão pulmonar neonatal e insuficiência cardíaca;
à diminuição do líquido da bolsa amniótica, chamado ao oligodrâmnio, o que, dependendo da gravidade, pode levar a complicações como restrição do crescimento fetal e problemas respiratórios;
à enterocolite necrotizante, uma lesão na superfície interna do intestino que geralmente afeta bebês prematuros ou com baixo peso ao nascer.
Além disso, segundo Ribeiro, o uso do medicamento na gravidez pode estar relacionado ao trabalho de parto prolongado e à hemorragia pós-parto. Alguns estudos sugerem que o uso de ibuprofeno pode diminuir a fertilidade da mulher, e por isso deve ser evitado por tentantes.
Os riscos do ibuprofeno no final da gravidez são muito claros. Pesquisas recentes, porém, mostram complicações também quando o medicamento é utilizado nos primeiros meses de gestação, principalmente no desenvolvimento sexual do feto.
Segundo um estudo escocês de 2018, o consumo da substância no primeiro trimestre poderia afetar o desenvolvimento do ovário em fetos do sexo feminino. Uma outra pesquisa publicada no periódico científico Scientific Reports, da revista Nature, relacionou o uso de ibuprofeno nos três primeiros meses da gestação com problemas na produção de testosterona dos fetos do sexo masculino.
O ibuprofeno é um ingrediente ativo presente em vários medicamentos vendidos sem receita médica e com receita médica em todo o mundo. Alguns exemplos incluem:
Advil
Motrin
Nurofen
Alivium
Brufen
Maxifen
Dorilax
Buscofem
No Brasil, vários medicamentos do grupo AINEs são encontrados facilmente em farmácias, pois não precisam de prescrição médica. Neste contexto, um estudo recente identificou que a automedicação é um dos principais problemas no uso deste tipo de substância e conclui que "se faz necessária urgentemente uma reformulação nas diretrizes nacionais para que muitos medicamentos, inclusive os anti-inflamatórios não esteroidais, sejam obrigatoriamente prescritos e comprados mediante receituário".
O ibuprofeno pode ser substituído pelo paracetamol e pela dipirona, diz a ginecologista Claudia Ribeiro, dando preferência pelo primeiro. Mesmo apresentando riscos em caso de superdosagem, o paracetamol é considerado o remédio contra dor mais seguro para grávidas e lactantes. Algumas pesquisas recentes, porém, pedem cautela para o uso de paracetamol na gestação, principalmente se o uso for prolongado. É importante lembrar que mesmo medicamentos considerados seguros devem ser usados com cautela por gestantes e apenas sob orientação médica.
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