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Mais Abraços // Quinta-feira 20 Abril, 2023 // #cuidados, #gravidez
A gravidez anembrionária ou gravidez anembrionada – também chamada de "ovo cego” – ocorre quando o saco gestacional se desenvolve, mas não há formação do embrião.
Ela pode acabar de forma espontânea antes mesmo de ser descoberta. Mas, em alguns casos, o saco gestacional continua crescendo, mesmo sem a possibilidade da gestação evoluir, e libera hormônios que podem fazer o teste de gravidez dar positivo.
Descobrir uma gestação e depois ter um diagnóstico de gravidez anembrionária pode ser uma experiência difícil de processar e enfrentar. Por isso, se você estiver passando por esse tipo de situação ou conhece alguém que esteja, saiba que é possível obter ajuda especializada para atravessar esse momento.
Neste artigo, vamos te mostrar mais informações sobre a gravidez anembrionária, quais são os sinais e qual é a conduta para lidar com ela. É fundamental ter acompanhamento médico em todas as etapas e somente um especialista poderá orientar sobre o que pode ser feito.
Um ponto importante é que essa condição não deixa sequelas e não impede que uma nova gestação aconteça no futuro.
Segundo a ginecologista Nadia Reis, membro da Comissão Nacional Especializada em Medicina Fetal da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), a causa está relacionada à divisão celular do embrião inicial.
Isso porque quando o óvulo é fecundado, as células que formam o saco gestacional e a placenta começam a se multiplicar. No entanto, pode acontecer de essa multiplicação não ocorrer como o esperado, levando assim a uma gravidez anembrionada.
Nadia explica, no entanto, que estes incidentes costumam ser esporádicos, sendo poucas as chances de que isto se repita. "Mas se a paciente tiver uma recorrência, até fazer um estudo genético", ela diz. Não existe, porém, uma forma de prevenir, ou saber de antemão se uma gravidez pode ser anembrionária.
Muitas pessoas costumam sentir culpa ao passarem por uma gravidez anembrionária. É fundamental dizer que esse tipo de situação pode acontecer com qualquer pessoa e não existem culpados. O corpo humano tem sua própria complexidade.
"A gravidez não evolui muito, algumas semanas só, então não chega a aumentar a barriga", explica Nadia. Mas, mesmo sem a formação do embrião, por causa do crescimento do saco gestacional, a mulher pode ter sintomas característicos do começo da gravidez, como náuseas, sono excessivo ou aumento dos seios.
Também é possível que, antes mesmo do diagnóstico, haja um aborto espontâneo, com sangramento vaginal e cólicas. Fora isso, a gravidez anembrionada não causa nenhum sintoma diferente daqueles de uma gravidez normal.
A gravidez anembrionária é uma principais das causas dos abortos espontâneos do primeiro trimestre, segundo estimativa da American Pregnancy Association, que calcula que até metade desses processos são por conta de um saco gestacional vazio. E estima-se que cerca de 10% das gestações terminam em abortos espontâneos no primeiro trimtestre.
O diagnóstico da gravidez anembrionária é feito pelo ultrassom, mas, Nadia explica, muitas vezes não é possível fazê-lo em um único exame. "Você tem que ter um acompanhamento", ela diz. Quando as primeiras imagens, logo após o atraso menstrual, mostram um saco ainda muito pequeno, o exame é repetido em um prazo de 11 a 15 dias. "Nesse tempo tem que aparecer o embrião, se não a gente faz o diagnóstico de gravidez anembrionária", diz a ginecologista.
Depois que o diagnóstico é confirmado, explica Nadia, existem duas opções. "A gente pode esperar a resolução espontânea, ou seja, a gravidez evolui e há a expulsão do saco gestacional".
Às vezes, porém, pode ser necessário realizar a aspiração do material dentro do útero ou curetagem uterina em um hospital. Nenhuma das opções deixa sequelas físicas e aí é possível engravidar normalmente depois. "Não existe uma regra, mas a gente sempre pede pra paciente esperar pelo menos 6 meses para tentar uma nova gestação", diz Nadia.
A gravidez anembrionária acontece também em tratamentos assistidos. Um óvulo fecundado por inseminação artificial pode resultar em um "ovo cego" e mesmo na fertilização in vitro pode acontecer de o embrião parar de se desenvolver ao ser transferido para o corpo da mulher, gerando um saco gestacional vazio.
Além de buscar orientação médica para cuidar da saúde física, também é preciso se atentar às necessidades emocionais de quem passa por uma gravidez anembrionária.
Isso porque passar por esse tipo de situação pode gerar diferentes tipos de sentimentos, nem sempre fáceis de lidar. Por isso, contar com ajuda especializada e uma rede de apoio pode tornar tudo mais fácil.
O Instituto Luto Parental e a ONG Amada Helena oferecem auxílio e orientação às famílias que passam por esse tipo de situação.
Não deixe de procurar ajuda sempre que precisar e tenha em mente que, após uma gravidez anembrionária, pode ser possível engravidar novamente.
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