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Mais Abraços // Segunda-feira 30 Outubro, 2023 // #gestacao, #perda gestacional
A perda gestacional é um dos assuntos mais complicados de abordar quando falamos da gravidez. Afinal, trata-se de um desfecho triste para uma história que estava cercada de emoções, expectativas e sonhos — reconhecer o lado doloroso desse episódio, aliás, é o primeiro passo para conseguir lidar com ele.
Há outras informações fundamentais para conseguir lidar com a perda da gestação. Uma das mais importantes delas é simples: não é culpa de ninguém. Na grande maioria das vezes, ela está relacionada a fatores que não podem ser controlados pela mulher, pelo parceiro ou sequer pela equipe médica.
Nesse artigo, vamos elencar algumas orientações de como lidar com eventos desse tipo, além de alguns cuidados básicos para cuidar da saúde do corpo e da mente nesse momento.
Segundo o Hospital Pró Matre, de São Paulo, e disponível gratuitamente online, explica que perda gestacional é a morte do feto antes de completar as 20 semanas de gestação, tem menos de 500 gramas e/ou estatura menor ou igual a 25 centímetros.
Existem ainda outros dois termos que costumam ser explicados em conjunto com a perda gestacional. A perda neonatal e a natimortalidade.
A perda neonatal, ou o óbito neonatal, ocorre quando a criança nasceu, mas faleceu nas primeiras quatro semanas (ou 28 dias) de vida. Já o conceito de “nascido morto” inclui casos em que o óbito do bebê ocorre após as 20 semanas de gestação — ou a criança em desenvolvimento na barriga da mãe tem mais de 500 gramas ou 25 centímetros de tamanho.
De acordo com uma publicação do Sistema Único de Saúde (SUS) e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a perda gestacional retida é um quadro que acontece quando o bebê morre, mas fica na barriga da grávida por um período maior que 30 dias.
A condição tem como principais sintomas a regressão de todos os sinais típicos da gravidez — como enjoos, náuseas, crescimento da barriga ou a movimentação do feto — mas mantém-se a amenorreia, que é a ausência da menstruação.
Esses casos podem ser diagnosticados por meio de exames de sangue e de imagem. Quando confirmada uma perda gestacional retida, os médicos costumam indicar a retirada do material que ainda está no útero por meio da curetagem (a raspagem), da AMIU (inserção de uma cânula que faz aspiração a vácuo) ou através de administração de medicações específicas.
Essa condição é diferente da perda gestacional, ou do abortamento sem a retenção, em que o embrião e a placenta em desenvolvimento são expelidos pelo organismo da mulher e saem pela vagina. Mesmo nesses casos, é importante passar por uma consulta médica para retirada de qualquer material gestacional que tenha ficado retido e outros tratamentos.
Geralmente, a perda gestacional é detectada pelo ginecologista ou pelo obstetra que acompanha a paciente.
Quando a mesma mulher sofre mais de um episódio do tipo, é possível recorrer a médicos que se especializaram em perdas gestacionais de repetição. Eles possuem formação específica na área e podem pedir exames para avaliar mais a fundo os problemas que possam estar por trás dessas perdas.
A partir daí, é possível corrigir as causas e iniciar tratamentos que aumentem as chances de sucesso em tentativas futuras de engravidar.
Uma das primeiras coisas a se saber é que a perda gestacional não é algo exclusivo ou raro. O Ministério da Saúde estima que ela acomete até 15% de todas as gestações.
Segundo o manual do Hospital Pró Matre, é muito improvável que a culpa seja da mulher por causa de alguma coisa que ela fez ou deixou de fazer.
As principais causas do aborto espontâneo são a genética, a ação de hormônios, os problemas de coagulação de sangue ou alguns defeitos anatômicos.
Mesmo com essas informações em mente, outra coisa fundamental está em entender que o luto faz parte desse processo: é normal que a mulher, o parceiro e toda a família se sintam tristes, chorosos, paralisados, com raiva, com inveja, culpados, com um vazio, sozinhos ou em pânico. Como pontua o manual, esses comportamentos são comuns por um certo tempo, “mas é esperado que diminuam com o passar dos dias ou das semanas”.
No entanto, não é possível definir um prazo exato para o fim do luto. Cada indivíduo tem a própria vivência, que deve ser respeitada dentro de alguns limites.
Como mencionado anteriormente, o luto da perda gestacional é algo esperado, que faz parte desse processo tão triste.
No entanto, é importante ficar atento a alguns sinais de alerta, que podem exigir uma intervenção em prol da saúde mental:
Diminuição de autocuidados e de higiene pessoal;
Impacto significativo na qualidade do sono e da alimentação;
Perda total da satisfação com a vida ou do interesse em realizar as atividades do dia a dia;
Falta de interesse geral;
Irritabilidade e impaciência constantes.
Quando esses quadros aparecem, é importante buscar ajuda. Passar pela avaliação de um psicólogo ou um psiquiatra é o primeiro passo para conseguir lidar com esses sentimentos, de modo que eles deixem de prejudicar demais a saúde e a qualidade de vida.
Além do acompanhamento com um psicólogo, que ajudará a processar o acontecido, é fundamental ter o apoio do parceiro(a), amigos e familiares mais próximos.
Conversar é fundamental nesse processo, bem como encontrar maneiras de expressar os sentimentos — vale consultar-se com um profissional, escrever em um diário pessoal e contar com as pessoas amadas.
Lembre-se: você não está sozinha e, por mais que a perda gestacional seja um episódio muito triste e marcante, existem formas de processar essas emoções e seguir a vida adiante.
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