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Mais Abraços // Terça-feira 13 Junho, 2023 // #gravidez, #paternidade, #pai, #companheirismo, #apoio, #afeto
Existe aquela “máxima” que diz que homem só é pai depois que o bebê nasce, depois que o pega nos braços. E o incrível é que muitos ainda acreditam nesse mito, vestem a carapuça e se anestesiam diante da verdade.
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Falo aqui da “verdade” com um significado — que deveria ser — muito simples: estar vivo. Então, a proposta que trago para reflexão é: Que tal questionar esse antigo modelo, repudiar esse blá-blá-blá de frases feitas e se manter presente para sentir a sua paternidade?
É claro que a paternidade é uma condição para toda a vida, mas quero focar aqui em um recorte que me desperta particular interesse e preocupação: o início da vida.
Minhas observações acerca desse período, compreendido desde o feto em gestação até o terceiro ano de vida, ficaram ainda mais consistentes e curiosas desde que me dei conta, assistindo a uma palestra de um médico e pai, de um movimento que já vivia, mas não sabia nomear. “A vida se dá em envoltórios”, ele dizia. “Quanto mais envolvimento, mais vida”.
Pois bem: o primeiro e tão importante envoltório de um filho é a barriga de sua mãe. Todo um corpo se arredonda para envolver de proteção a nova vida que daqui a pouco romperá esse envoltório, para, então, se desenvolver.
Do teste marcando positivo até aquela cena clássica do pai que, diante da família, segura o bebê recém-nascido por trás do vidro, o mais fácil é normatizar e se perder. Muita preocupação, pouca conexão. E é aqui que convido você, pai desse bebê, a questionar a condição que coloca você “separado” corporalmente desse evento “gestação”.
Sua intenção e sua ação podem ser maestros do pulsar tranquilo do coração da mulher que envolve esse bebê e sua paternidade. Acredite, começa aí.
Ei, pai, nesse momento — e em tantos outros que ainda virão — pare um pouquinho e observe se está andando de bicicleta ou de avião. Quando se trata de um filho, a direção é mais importante do que a velocidade. É seu esse guidão.
Perceba como é mais maravilhoso guiar com atenção e viver o percurso com todos os seus sentidos do que ser levado em alta velocidade, dopado por fones, ar-condicionado, luz fria e snacks com aromas artificiais.
Abrace essa mulher, a mãe que gera seu bebê. Ela precisa de você. Não no sentido carente, não é que “sem você ela não vai viver”. É que esse envoltório precisa estar pleno de calor e alta vibração, e essa temperatura aquecida que envolve a vida vem também do amor compartilhado, do vínculo construído, do afeto trocado, do cuidado empenhado. É melhor e mais aquecido estar em — boa e atenta — companhia.
Nessa mesma palestra, do médico/pai, ele ainda completou dizendo que, nessa dança sucessiva de envolver e desenvolver, “tirar envoltórios” traz uma responsabilidade que favorece o “tomar posse” da própria biografia.
Que tal, então, trazer para a consciência que, enquanto seu filho é gerado, você pode ir também tirando o seu próprio envoltório de filho para se desenvolver como pai?
Assim, em nove meses, não é só um bebê que vai nascer, e, sim, a luz de uma nova, unida e consciente família.
*Flávia Rubim é comunicadora de processos afetivos, terapeuta e mãe de quatro filhos.
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