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Mais Abraços // Segunda-feira 10 Julho, 2023 // #tipos de placenta, #placenta, #gravidez
Há muitas coisas fascinantes que acontecem durante a gestação. Um desses elementos certamente é a placenta, um órgão inteiramente novo criado pelo corpo que desempenha papel fundamental na nutrição e no crescimento do bebê. Embora existam diferentes tipos de placenta, é importante lembrar que a maioria das gestações ocorre sem complicações relacionadas a ela.
A placenta é um órgão temporário que se forma durante a gravidez e se conecta ao bebê através do cordão umbilical. "Dentro do útero, o feto não respira pelo pulmão e não se alimenta pelo trato digestório. Quem faz isso – a função de nutrição e de oxigenação – é a placenta", explica o ginecologista Ricardo Porto Tedesco.
"Então por aí dá para entender o quão importante é o bom funcionamento da placenta para que a gestação transcorra de uma maneira satisfatória", completa o médico, que é membro da Comissão Nacional Especializada em Assistência ao Abortamento, Parto e Puerpério da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia),
Segundo Tedesco, há fatores que podem influenciar o desenvolvimento placentário, e, em alguns casos, existe a possibilidade de comprometer suas funções. "Diante disso, existe um esforço muito grande em tentar identificar dados como a localização em que a placenta se encontra dentro do útero, a espessura, o tamanho", explica o ginecologista.
Isso é feito, normalmente, através da ultrassonografia – mas, em alguns casos, a ressonância magnética também pode ser utilizada. "Em todo exame de ultrassonografia tem que ser sempre avaliada a placenta em relação a essas características: localização, espessura, tamanho, e também a imagem da placenta", diz Tedesco.
A localização ideal da placenta é atrás do feto, para que o bebê saia antes dela durante o parto. "Obviamente, se ela nutre, se ela oxigena, não tem sentido a placenta sair e o feto permanecer dentro do útero", diz Tedesco. Ao realizar exames durante a gravidez, como ultrassonografias, é possível identificar a localização específica da placenta no útero.
As posições mais comuns são:
É importante ressaltar que a localização específica da placenta pode variar ao longo da gravidez. Algumas mulheres podem apresentar placenta baixa no início da gestação, mas à medida que o útero cresce, a placenta pode se movimentar e se posicionar corretamente. Por isso, é essencial contar com um acompanhamento médico regular e exames de imagem para monitorar qualquer mudança e garantir a segurança da gestação.
O formato esperado da placenta geralmente é oval ou circular, com bordas regulares. É importante lembrar que a maioria das gestações ocorre sem complicações relacionadas à placenta. No entanto, existem certos tipos de placenta que exigem uma atenção especial por parte dos profissionais de saúde. Conheça os principais:
A placenta prévia é uma condição em que o órgão se implanta na parte inferior do útero, cobrindo total ou parcialmente o colo do útero. "Isso é um problema muito sério, porque pode causar sangramentos muito importantes durante a gestação", explica Tedesco. O quadro não impede a evolução da gestação, mas há risco de complicação hemorrágica para a mãe e haverá necessidade de realização de cesárea, por isso serão necessários cuidados.
Além da placenta baixa, a placenta prévia é classificada em três tipos:
Embora a causa exata da placenta prévia não seja completamente compreendida, existem alguns fatores de risco associados a essa condição, tais como cicatrizes uterinas devido a cirurgias, cesáreas, gestações anteriores ou abortos, muitas gestações anteriores, e a idade da gestante. Também há uma relação entre placenta prévia e tabagismo.
O acretismo placentário é uma condição em que a placenta se adere de forma diferente à parede uterina, penetrando além da camada superficial do útero. "Pode chegar e atingir a musculatura e até estruturas vizinhas, como por exemplo a bexiga", afirma Tedesco.
Esse tipo de placenta está associado a um risco aumentado de hemorragia pós-parto, uma vez que a placenta não se desprende facilmente durante o parto. Existem três tipos:
Cicatrizes uterinas e cesáreas anteriores estão entre as causas da placenta acreta, mas a condição também pode estar associada à placenta prévia.
A chamada placenta circunvalada é outra situação que necessita de acompanhamento. Segundo Tedesco, isso ocorre "quando a placa coriônica é menor do que a placa basal". "É um detalhe extremamente técnico, mas acaba acontecendo que as margens da placenta ficam mais elevadas", explica o ginecologista.
Com isso, há uma possibilidade maior de sangramentos durante a gestação, e também uma chance maior da bolsa se romper, de o feto crescer menos do que o esperado e de parto prematuro. "Diante desses riscos, a gente institui um acompanhamento pré-natal mais cuidadoso e muitas vezes acaba antecipando o parto", conta Tedesco.
Existem outras variações menos comuns que podem ocorrer durante a gestação. Embora possam ser raros, esses tipos de placenta descritos a seguir geralmente não estão relacionados a complicações obstétricas ou a problemas clínicos graves.
Placenta Circunmaginada: é caracterizada por uma configuração em que a borda da placenta se dobra, formando uma espécie de anel ou circunferência.
Placenta em Raquete: é uma variação rara em que a placenta possui uma forma ovalada alongada, lembrando a forma de uma raquete de tênis.
Placenta Lobada: é caracterizada pela presença de lóbulos na superfície da placenta, que podem ser identificados visualmente ou por meio de exames.
Placenta Bicoriónica-Biamniótica: em uma gravidez gemelar, a placenta pode assumir diferentes configurações. A placenta bicoriónica-biamniótica é aquela em que cada feto possui sua própria placenta e bolsa amniótica separadas.
Esses tipos de placenta incomuns não são amplamente discutidos devido à sua baixa prevalência e ao fato de geralmente não causarem complicações graves.
O monitoramento da placenta é uma parte importante do processo de pré-natal, pois qualquer alteração ou complicação relacionada a esse órgão pode exigir atenção especial. "É extremamente importante a avaliação minuciosa da placenta durante o exame de ultrassom, por essas importantes funções que ela exerce na gestação", afirma Tedesco.
Além das consultas regulares com profissionais de saúde, que são essenciais, existem situações que podem indicar a necessidade de uma investigação mais aprofundada.
O principal sintoma de problemas com a placenta são sangramentos vaginais durante a gravidez, especialmente no segundo ou terceiro trimestre. Se você notar qualquer sangramento vaginal anormal, é essencial entrar em contato com seu médico imediatamente para uma avaliação adequada.
Contrações precoces ou regulares antes do termo previsto também podem ser um sintoma de uma complicação da placenta, assim como a diminuição nos movimentos do bebê, que pode ser sinal de baixa oferta de oxigênio e nutrientes pelo órgão.
Lembre-se de que o pré-natal adequado, com consultas regulares e exames de rotina, desempenha um papel crucial na detecção precoce de quaisquer problemas relacionados à placenta – seja em sua posição ou seja um descolamento de placenta – e, com os cuidados adequados, é plenamente possível seguir a gestação até o final.
Ao buscar atendimento médico prontamente e seguir as recomendações, você estará promovendo a saúde e o bem-estar tanto para você quanto para o seu bebê.
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