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Mais Abraços // Segunda-feira 25 Março, 2024 // #gravidez, #citomegalovirus
Engravidar é, por si só, um processo desafiador que causa transformações no corpo da mulher. Em alguns casos, porém, fatores específicos podem complicar esse momento, gerando apreensão nas futuras mamães. É o caso, por exemplo, da infecção por citomegalovírus.
A seguir, entenda o que é citomegalovírus na gravidez, seus sintomas e os possíveis tratamentos.
O citomegalovírus é um dos agentes causadores mais comuns de infecção congênita e perinatal, segundo o Ministério da Saúde. Ele pertence à mesma família do herpesvírus, que compreende o herpes simples (aquele que atinge a boca), o herpes genital, o herpes-zóster (popularmente denominado como “cobreiro”) e o varicela-zóster, causador da catapora.
“Nós sabemos que no Brasil até 1% das gestações vão apresentar uma infecção por citomegalovírus na gravidez e, portanto, existe uma preocupação real em relação a isso e as graves sequelas que pode causar ao bebê”, afirma o ginecologista e obstetra Alexandre Pupo, mestre em ginecologia.
A transmissão do citomegalovírus, ainda segundo o Ministério da Saúde, ocorre pelo contato com sangue, saliva, urina ou por contato sexual com pessoas infectadas. Além disso, durante a gestação, há riscos de o vírus chegar à placenta, atingindo o feto. Quando isso ocorre, a gestação pode ser uma gravidez de risco.
A maior parte das pacientes com citomegalovírus na gravidez são assintomáticas ou apresentam sintomas inespecíficos de gripe.
Algumas gestantes podem sentir um pouco de febre, uma leve alteração semelhante ao quadro gripal e, muitas vezes, nada além disso. Então, a infecção, por passar despercebida, acaba sendo identificada apenas quando se faz o exame de sorologia para citomegalovírus.
“Em casos mais raros, eventualmente há o aumento dos gânglios no pescoço, nas axilas e na virilha. Principalmente pescoço e axila. Porém, os sintomas são mínimos e muitas vezes [as mulheres] não sentem absolutamente nada”, relata o médico.
Quando há citomegalovírus na gravidez, aumentam as chances de abortamento e malformações fetais. Segundo Alexandre Pupo, ainda no útero pode acontecer:
Calcificações intracranianas;
Inchaço (hidropsia fetal):
Alteração no desenvolvimento cerebral e microcefalia;
Aumento de líquido nos ventrículos, estruturas que ficam na parte central do cérebro;
Acúmulo de líquido ao redor do cérebro;
Restrição de crescimento;
Aumento ou diminuição na produção de líquido amniótico;
Aumento da placenta.
Após o nascimento, a criança pode apresentar:
Gradativa perda da audição;
Aumento do fígado e do baço;
Anemia;
Pequenas manchas na pele e icterícia;
Alteração no desenvolvimento neuropsicomotor;
Convulsões;
Alterações nos olhos.
A maioria dos casos de infecção por citomegalovírus na gravidez é assintomática, por isso a principal maneira de realizar o diagnóstico é por meio de um exame de sangue chamado sorologia. Nesse exame, são pesquisados dois anticorpos: imunoglobulina M (IgM) e imunoglobulina G (IgG).
“Existem duas imunoglobulinas, que são anticorpos feitos para atacar os vírus: a M, que ataca o vírus mais rapidamente, porém não dá tempo de o corpo criar um efeito adequado, e a G, que é mais específica contra o vírus, porém demora mais para começar agir. Com o passar do tempo, a G melhora a eficácia contra o vírus”, explica Pupo.
Assim, com a resolução da infecção, a imunoglobulina G passa a fazer parte do arsenal de anticorpos que o corpo mantém produzindo constantemente para se proteger, enquanto a imunoglobulina M progressivamente diminui até deixar de ser detectada.
A presença de IgM e IgG no exame, portanto, indicam uma infecção ativa ou pregressa, respectivamente. Mas os resultados podem ser de interpretação mais complexa.
Após a sorologia, é necessário que um médico analise os resultados. O IgM positivo indica que a infecção pelo citomegalovírus pode ter ocorrido em algum momento entre um mês e um ano atrás.
Após mais ou menos três meses de infecção, gradativamente o IgG começa a subir e esse pode ser um indicativo sobre o tempo em que a infecção se estabeleceu.
“Quando você tem um IgM positivo, não importa o IgG, você está sob infecção há um período mais curto de tempo e, conforme o IgG vai subindo e o IgM desaparece, significa que a infecção ficou para trás”.
Quando se tem IgM e IgG positivos, é necessário fazer o teste da avidez do IgG, realizado a partir da análise de amostra de sangue, para auxiliar na descoberta da fase da doença com maior precisão.
Por fim, ao detectar que o citomegalovírus está ativo no sangue materno, deve-se realizar exames no feto para descobrir se o micro-organismo chegou a ele. O primeiro exame é a amniocentese com PCR para citomegalovírus no líquido amniótico e, em seguida, se necessário, é feita uma complementação com ultrassom morfológico.
Informações do Ministério da Saúde mostram que o tratamento mais utilizado para os casos de citomegalovírus são medicamentos antivirais específicos, capazes de atravessar a barreira placentária. Uma publicação da National Library of Medicine afirma que, apesar de não eliminarem o vírus, eles podem reduzir ou atrasar sua reprodução e os riscos de problemas mais graves para o bebê.
O ginecologista e obstetra Alexandre Pupo ressalta que este tipo de tratamento para citomegalovírus na gravidez - mesmo sendo controverso porque a melhor forma de lidar com o citomegalovírus na gestação ainda é discutida na literatura científica - tem mostrado eficácia na maioria dos casos.
“Após o nascimento, a criança deve seguir em observação próxima com o pediatra, que vai avaliar como está sendo o desenvolvimento neuropsicomotor, analisando a audição, a visão, os órgãos internos, além de acompanhar seu funcionamento geral e, dessa forma, verificar quais são as sequelas e como tratá-las da melhor forma”, aconselha o obstetra.
Lembre-se sempre que, antes de realizar qualquer tratamento ou tomar qualquer medicação, é fundamental consultar seu médico, pois cada caso deve ser observado individualmente.
Cada fase da gravidez exige cuidados diferentes para garantir que mãe e bebê estejam saudáveis. Veja quais são os exames necessários no pré-natal para garantir que tudo corra com tranquilidade.
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