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Mais Abraços // Quinta-feira 4 Maio, 2023 // #gravidez, #corrimento
Da puberdade até a menopausa, toda mulher apresenta, naturalmente, secreção no canal vaginal. Durante a gestação, essa secreção pode aumentar, o que gera dúvida sobre o corrimento na gravidez e se ele pode indicar que há algo errado com a futura mamãe.
"A mulher, durante a fase reprodutiva, tem estrógeno, e o estrógeno faz com que ela seja molhada", diz Ana Katherine da Silveira Gonçalves, membro da Comissão Nacional Especializada em Doenças Infecto-Contagiosas da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia).
O corrimento fisiológico é uma secreção clara, sem odor e que não causa nenhum tipo de incômodo. "Na gravidez, têm mais corrimento ainda porque a mulher está com muito hormônio", continua Ana.
Entretanto, durante a gestação, justamente devido a alterações hormonais e também de imunidade, a mulher fica ainda mais vulnerável às infecções vaginais – principalmente no verão. Esse cenário favorece o aparecimento de corrimento patológico.
Entenda quando o corrimento na gravidez pode ser sinal de problema e mais detalhes sobre os diversos tipos de corrimento que podem ocorrer.
O corrimento vaginal pode estar relacionado a algumas doenças. "A vaginose bacteriana é a mais comum, depois vem a candidíase, seguida da tricomoníase. Mas na mulher grávida a candidíase vaginal costuma ser mais frequente do que os outros tipos", detalha a médica.
É comum olhar a cor do corrimento e tentar fazer uma relação com o problema que pode estar acontecendo com a mulher. Saiba mais sobre o corrimento vaginal de cada cor.
O problema mais associado à secreção esbranquiçada é a candidíase vaginal. Entretanto, essa análise pode não ser 100% correta, já que, como ressalta Ana, o corrimento dessa infecção também pode apresentar outras cores, como o amarelo.
De qualquer forma, a candidíase é algo que pode ser comum na gestação, como destacado pela ginecologista, e vale ficar alerta. "As grávidas, em especial, têm um risco mais aumentado para desenvolver ou se queixar do corrimento vaginal devido à candidíase principalmente pelo aumento do estrogênio", afirma Ana.
A candidíase vaginal é uma infecção por fungos e não causa odor desagradável. Entre os principais sintomas, além do corrimento vaginal, estão coceira, ardor e desconforto.
Ao contrário das outras infecções, ela não apresenta nenhum risco para o feto, mas ainda assim é necessário acompanhamento médico. O tratamento é feito com medicamento antifúngico – no caso das grávidas, normalmente em forma de creme vaginal.
Evitar roupas apertadas e abafadas, que não deixem o corpo respirar, principalmente no verão, é uma boa forma de prevenir candidíase – especialmente entre as grávidas. Há também outros cuidados especiais de higiene da região íntima para se ter em mente.
Já o corrimento acinzentado pode indicar a vaginose bacteriana, a mais comum das infecções em mulheres não grávidas. A doença também pode acometer gestantes e, nesse caso, cuidado redobrado, pois ela está relacionada ao aumento do risco de parto prematuro.
Também chamada de disbiose vaginal, essa infecção é causada pelo desequilíbrio da flora vaginal. "Ela ocorre quando há uma diminuição dos lactobacilos no meio vaginal – é como se fosse uma diarreia no trato gastrointestinal", explica Ana.
Mais uma vez, a cor do corrimento pode variar. Há casos em que ele fica entre o amarelado e o esverdeado. Porém, o principal sintoma da vaginose bacteriana é o mau cheiro.
"É um corrimento discreto, mas o odor é muito forte, muito desagradável", diz Ana. Segundo a especialista, como o cheiro se acentua após a relação sexual, muitas vezes são os parceiros que apontam o problema para as mulheres.
A vaginose bacteriana pode causar problemas mais sérios porque:
Depois do diagnóstico do ginecologista, o tratamento é feito com antibióticos. No caso das mulheres grávidas, normalmente em forma de creme vaginal.
A secreção amarela pode ser um sinal de candidíase, mas também de tricomoníase. Importante também ficar atenta a esse tipo de corrimento na gravidez e a essa doença.
"A tricomoníase é muito ruim durante a gravidez porque está frequentemente associada à vaginose bacteriana e pode aumentar o risco de infecções e de parto prematuro", afirma a ginecologista.
A tricomoníase é causada por um protozoário e se apresenta com um corrimento abundante, com mau cheiro e também coceira. O tratamento, assim como da vaginose bacteriana, é feito com antibióticos.
Vale ressaltar ainda que a tricomoníase é uma infecção sexualmente transmissível (IST), o que significa que, além da mulher, também o parceiro dela precisa receber atenção médica.
As cores dos diferentes tipos de corrimento vaginal podem dar um indicativo do problema, mas para se ter um diagnóstico de fato é indicado fazer um exame microbiológico. O médico colhe material do corrimento e o examina em um microscópio para analisar qual a fonte da infecção.
"O critério da cor não é muito sensível", comenta Ana. "A gente até fala que o branco é candidíase, que o amarelo é tricomoníase, que o acinzentado é vaginose, mas a gente não tem como dizer isso só baseado no aspecto do corrimento, porque assim a gente erra muito", explica a ginecologista. "Até podemos ter uma ideia do que pode ser, mas a gente só pode ter certeza mesmo olhando no microscópio", completa.
A mulher pode apresentar ainda secreções rosadas e em tom de marrom ao longo da gestação. Esses quadros também demandam atenção.
Ele pode aparecer em dois momentos. Antes mesmo da mulher ficar grávida, pode ocorrer um pequeno sangramento durante a implantação do embrião no útero e, consequentemente, a mulher apresentar esse corrimento rosado. Ele deve ter pouco volume e também durar pouco tempo.
Já um corrimento rosado na gravidez, nas primeiras semanas, pode ser sinal de aborto espontâneo e, normalmente, é companhado de dores abdominais do tipo cólica.
O corrimento marrom normalmente indica a presença de sangue. Como o útero da mulher fica mais sensível e com mais fluxo sanguíneo durante a gravidez, esse corrimento pode ser causado por pequenas lesões após a relação sexual ou outro tipo de esforço. Nesse caso ele é discreto e curto, não sendo acompanhado de outros sintomas.
Quando há também dores abdominais, porém, pode significar outros problemas, como gravidez ectópica. Mais para o fim da gravidez, pode ser também um alerta de placenta prévia.
Como vimos, além do fisiológico, aquele normal e sem odor ou incolor, há os corrimentos patológicos e outros que podem indicar problemas na gestação. Na dúvida, o melhor caminho é procurar o ginecologista, principalmente se o corrimento tiver alguma cor ou odor e se for acompanhado de outros sintomas.
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