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Mais Abraços // Quarta-feira 23 Agosto, 2023 // #gravidez, #grávida
Durante a gravidez, o corpo da mulher passa por diversas alterações físicas e hormonais para acomodar o feto e permitir seu desenvolvimento. Uma dessas mudanças pode ser o aumento da vontade de comer certas comidas específicas, o conhecido desejo de grávida.
"Existem dois fatos aqui: os desejos que aparecem por uma deficiência de algum elemento essencial para o organismo, e aquele criado socialmente", explica o ginecologista e obstetra Sérgio Hecker, membro da Comissão Nacional Especializada em Assistência Pré-Natal da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia).
"Geralmente, os desejos das gestantes estão mais ligados ao aspecto social, o que é evidenciado pela variação de desejos alimentares nos diferentes países, mesmo dentro do Brasil, pela existência de padrões alimentares regionais", explica o médico. "Logo, esses desejos devem ser interpretados como fazendo parte das alterações normais da gestação."
O desejo alimentar na gravidez, portanto, pode ser causado por diversas razões, como alterações hormonais e fatores emocionais. É possível, também, que essas vontades sejam indicativas de uma carência de nutrientes específicos no corpo da gestante, mas esses casos, segundo Hecker, são mais raros que os desejos sociais.
Algumas mulheres experimentam desejos por alimentos específicos, enquanto outras têm vontade de comer quantidades maiores de alimentos em geral. Segundo o obstetra, existe uma série de alterações funcionais que mudam todo o organismo materno e causam diferentes apetites, como por exemplo:
Durante a gravidez, os níveis de hormônios como o estrogênio e a progesterona aumentam significativamente. Essas alterações hormonais podem afetar o apetite e fazer com que a mulher sinta mais fome ou desejo por certos alimentos;
O corpo da mulher precisa de mais nutrientes para sustentar o crescimento do feto. Isso pode fazer com que a mulher sinta mais fome ou desejo por alimentos específicos que fornecem os nutrientes necessários.
A gravidez é um período emocionalmente intenso, e muitas mulheres podem experimentar mudanças de humor, estresse e ansiedade. O desejo por certos alimentos pode ser uma forma de lidar com essas emoções.
Em algumas culturas, há crenças de que certos alimentos podem ser benéficos para a mãe e o bebê durante a gravidez. Isso pode fazer com que a mulher sinta desejo por esses alimentos específicos.
"O metabolismo basal é muito acelerado em relação à não gestante, a grávida tem que formar um novo ser humano, fazer um depósito de gordura para a amamentação. Tudo isto muda a demanda sobre a alimentação", completa o médico.
O desejo alimentar na gravidez não é necessariamente um problema, desde que a mulher se alimente de forma saudável e equilibrada. No entanto, quando os desejos alimentares levam a escolhas alimentares pouco saudáveis ou excesso de consumo, pode haver consequências negativas para a saúde da mãe e do bebê, como:
Ganho de peso excessivo: isso pode aumentar o risco de complicações durante a gestação, como diabetes gestacional e pré-eclâmpsia;
Deficiências nutricionais: a falta de nutrientes necessários para uma gravidez saudável pode levar a deficiências nutricionais também no bebê;
Problemas digestivos: comer demais ou alimentos pouco saudáveis pode levar a problemas digestivos como refluxo ácido, azia e constipação.
Embora não sejam necessariamente um problema, é importante lidar com esses desejos de forma saudável para garantir uma gravidez saudável para a mãe e o bebê. "Um pré-natal bem orientado deve educar a gestante quando a ingestão alimentar", afirma o obstetra.
Além disso, existe um transtorno chamado síndrome de pica, ou picamalácia, que é o desejo de se alimentar como terra e tijolos. "Se estes elementos estiverem contaminados com bactérias, fungos e parasitas, podem causar problemas", diz Hecker.
"Primeiro, tranquilizar a grávida de que é uma coisa normal que está acontecendo", orienta o obstetra. Depois, perguntar quais alimentos são desejados, para fornecer orientação adequada. "Por exemplo, se forem alimentos ricos em açúcar e a paciente tiver um desvio no manejo glicêmico, devemos orientar que dê pouca vazão a este desejo", explica Hecker.
"Houve um trabalho americano de 1997 que recomendava não comer comida japonesa crua, mas isto, hoje em dia, apesar de muitos médicos ainda recomendarem tal conduta, não tem nenhuma justificativa", afirma o obstetra. "A gestante deve evitar comidas que possuam elementos aos quais ela tenha alergia", completa.
A orientação geral é lavar e conservar adequadamente todos os alimentos. Aqui estão algumas dicas para manter uma alimentação saudável na gravidez:
Planejar as refeições com antecedência pode ajudar a evitar escolhas alimentares pouco saudáveis. Tente incluir uma variedade de alimentos nutritivos em suas refeições, como frutas, legumes, grãos integrais, proteínas magras e laticínios.
Ignorar completamente os desejos alimentares pode fazer com que você se sinta privada e desencorajada. Em vez disso, tente encontrar maneiras de satisfazer seus desejos de forma saudável. Se você está desejando um alimento como pizza ou hambúrguer, por exemplo, tente comer uma porção menor.
Ter lanches saudáveis à mão, como frutas, nozes ou vegetais cortados, pode ajudar a evitar comer demais ou fazer escolhas alimentares pouco saudáveis.
Beber bastante água ajuda a manter-se hidratada e reduz a fome.
Se você está preocupada com seus desejos alimentares ou como eles estão afetando sua saúde, converse com seu médico ou um nutricionista.
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