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Mais Abraços // Quarta-feira 24 Janeiro, 2024 // #gravidez, #hipertensão gestacional
Embora a gestação da maioria das mulheres seja uma experiência tranquila, algumas gestantes enfrentam condições que podem trazer preocupações maiores. Uma delas é a hipertensão gestacional. Essa doença temporária, caracterizada por uma pressão arterial elevada durante a gravidez, requer cuidado de profissionais de saúde e compreensão para garantir a saúde tanto da mãe quanto do bebê.
A hipertensão gestacional é uma condição médica que se desenvolve após a 20ª semana de gravidez e geralmente desaparece após o parto, segundo definição do Ministério da Saúde. Ela é caracterizada por medidas elevadas de pressão arterial e geralmente não causa grandes problemas, mas pode evoluir para outros quadros mais graves.
Segundo o ginecologista Caio Lessa, membro da Comissão de Hiperglicemia e Gestação da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), a hipertensão gestacional é um dos diagnósticos das chamadas síndromes hipertensivas na gestação, que também incluem a pré-eclâmpsia.
Esta condição afeta cerca de 5 a 10% das gestantes, mas a tendência é que este número cresça. "Com menor taxa de natalidade e a gravidez acontecendo em idades mais tardias, temos a expectativa de um aumento dessa incidência", diz Lessa.
O obstetra explica que para o diagnóstico de hipertensão gestacional em pacientes que não têm histórico de hipertensão é preciso medir a pressão arterial com o componente sistólico (o maior número da medição) maior ou igual a 140 (popularmente chamado de 14) ou diastólico (o menor número) maior ou igual a 90 (popularmente chamado de 9) em duas ocasiões diferentes, com um intervalo mínimo de quatro horas. "Se mantém acima desses parâmetros, podemos dizer que a hipertensão é uma hipertensão gestacional", ele diz.
Segundo Lessa, as síndromes hipertensivas, de maneira majoritária, são assintomáticas – apenas a medição da pressão arterial pode indicar que há um problema, além de testes laboratoriais, como o de proteína na urina, principalmente para descartar a pré-eclâmpsia. A exceção é a pré-eclâmpsia, que, dependendo da gravidade da doença, pode apresentar sinais e sintomas.
Segundo o Ministério da Saúde, a pré-eclâmpsia é uma síndrome sistêmica que afeta todo o organismo da mulher. Caracteriza-se por início súbito ou piora da hipertensão, presença de proteínas na urina e prejuízo aos órgãos. Pode virar um quadro de urgência, requerendo hospitalização.
No caso da hipertensão na gravidez, que costuma ter bom prognóstico, o principal risco é que ela se torne uma pré-eclâmpsia.
"Então, mesmo nesse diagnóstico às vezes provisório de hipertensão gestacional, é preciso manter a avaliação da paciente", diz Lessa. Dessa forma, é possível prevenir esse agravamento, como veremos a seguir.
Embora a hipertensão gestacional não possa ser completamente evitada, algumas medidas podem ser tomadas para minimizar o risco. Manter um estilo de vida saudável, incluindo uma dieta equilibrada, exercícios regulares e controle do peso, é fundamental.
Lessa explica que as medidas de prevenção são feitas pensando na pré-eclâmpsia, e não na hipertensão gestacional. Nesse sentido, existem três tipos de prevenção.
A prevenção primária, que é indicada para todas as gestantes. "Ter o peso adequado, praticar atividade física, ter uma alimentação adequada, hábitos adequados. Essa é a prevenção primária", diz o obstetra.
A prevenção secundária é feita em mulheres que apresentam fatores de risco para pré-eclâmpsia, como diabetes. "A essas pacientes nós indicamos a profilaxia, que habitualmente é o uso de aspirina", conta Lessa.
A prevenção terciária é para evitar complicações em pacientes que já tiveram diagnóstico de pré-eclâmpsia. "Habitualmente essas pacientes têm indicação de internação", diz o médico.
O Ministério da Saúde não recomenda iniciar tratamento medicamentoso em hipertensão gestacional leve e não-complicada na gravidez. A abordagem recomendada geralmente é não-medicamentosa, com cuidados com a alimentação, além da monitorização de sinais de pré-eclâmpsia. Porém, medicamentos podem ser recomendados para tratamento de pacientes que têm pressão diastólica superior a 100 mmHg. O repouso também pode ser indicado em situações específicas.
Já no caso da pré-eclâmpsia, o melhor manejo da doença consiste no parto em torno de 37 semanas da gestação, para casos leves, e 34 semanas, para casos graves. A hipertensão gestacional também é curada com o nascimento do bebê, mas não é preciso adiantar o parto se não houver evolução do quadro para uma pré-eclâmpsia.
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