Tem certeza de que deseja excluir o produto Vale-presente?
Mais Abraços // Segunda-feira 4 Março, 2024 // #gravidez, #infecção urinária
A infecção do trato urinário (ITU) é uma condição comum que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, caracterizada pela invasão e multiplicação de microrganismos capazes de causar doença no sistema urinário. Embora possa afetar qualquer pessoa, as mulheres são mais suscetíveis, e durante a gravidez, essa vulnerabilidade é ainda maior.
Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), a infecção do trato urinário é definida pela presença de agente infeccioso na urina, podendo ser sintomática ou assintomática. Isto é, uma infecção do trato urinário ocorre quando microrganismos patogênicos, como bactérias, fungos ou vírus, invadem e se multiplicam no sistema urinário.
A infecção da urina pode ser somente no trato urinário baixo, sendo chamada de “cistite”, ou afetar também o trato urinário superior, sendo chamada então de “pielonefrite”.
As mulheres são mais vulneráveis à infecção urinária por questões anatômicas, como a proximidade entre a vagina e o ânus. Além disso, durante a gravidez, o corpo da gestante passa por uma série de transformações hormonais e anatômicas que podem aumentar o risco de infecções do trato urinário – assim como acontece também com a infecção vaginal.
A infecção de urina é frequente na gestação, segundo pesquisas, sua prevalência é estimada em 20%. Entre as mudanças fisiológicas que predispõem ao quadro estão:
O aumento dos níveis de progesterona altera o funcionamento dos músculos do trato urinário, reduzindo seus movimentos, o que pode causar represamento da urina e criar um ambiente propício para o crescimento bacteriano;
O útero em crescimento exerce pressão sobre a bexiga, o que também pode dificultar o esvaziamento completo da mesma, favorecendo o acúmulo de urina e a estagnação do fluxo urinário, o que aumenta o risco de infecção;
Há também aumento da produção de urina;
A glicosúria e a aminoacidúria (excesso de açúcar e de aminoácidos na urina, respectivamente) induzidas pela gravidez fornecem um meio propício para crescimento bacteriano e infecções.
Em resumo, a infecção urinária na gravidez é uma complicação comum, resultante de uma combinação de mudanças hormonais, anatômicas e imunológicas que tornam o corpo da gestante mais suscetível à colonização bacteriana do trato urinário. É fundamental que as gestantes estejam cientes dos sintomas e busquem tratamento médico adequado.
Durante a gestação, os sintomas de uma infecção do trato urinário são semelhantes aos observados em mulheres não grávidas, e são diferentes para cada um dos principais tipos de infecção – a bacteriúria assintomática, a cistite e a pielonefrite.
A bacteriúria assintomática, como diz o nome, não produz sintomas visíveis. Ela é identificada por uma presença significativa de bactérias no trato urinário. Segundo a Fiocruz, ocorre de 2% a 15% dos casos e pode evoluir para outros tipos de infecções.
Segundo a SBN, os principais sintomas da cistite são:
Dor ao urinar;
Urgência para urinar;
Aumento da frequência do desejo de urinar;
Dor suprapúbica (na parte inferior do abdome);
Pode ocorrer alteração do odor, aspecto e cor da urina.
Já os principais sintomas da pielonefrite, condição que se inicia normalmente depois de um quadro de cistite, incluem:
Febre alta (geralmente superior a 38°C);
Calafrios;
Dor lombar de um ou de ambos os lados.
Quando não é tratada, a infecção do trato urinário durante a gravidez pode representar riscos para a saúde tanto da mãe quanto do bebê.
Segundo o Ministério da Saúde, a infecção urinária na gravidez pode estar associada a:
Rotura prematura de membranas – isto é, o vazamento do líquido amniótico antes do parto começar;
Aborto espontâneo;
Trabalho de parto prematuro;
Baixo peso ao nascer;
Infecção neonatal.
Exames de urina devem necessariamente fazer parte da atenção pré-natal: o Ministério da Saúde recomenda que sejam feitos no primeiro e no terceiro trimestre.
Além disso, as infecções do trato urinário, também segundo o Ministério da Saúde, podem se tornar infecção generalizada. Portanto, além da prevenção, o diagnóstico, o tratamento e o acompanhamento da infecção urinária, feitos com um especialista médico, são de extrema importância para evitar que o quadro se agrave.
O tratamento adequado da infecção do trato urinário durante a gravidez é crucial para evitar complicações para a mãe e o bebê. É importante ressaltar que a automedicação não é recomendada, e qualquer suspeita de infecção urinária deve ser avaliada por um médico.
Além disso, é necessário ter muita atenção para o uso de antibióticos na gravidez – e a maior parte das infecções de urina são causadas por bactérias.
No caso de cistite, são necessários exames de urina, urocultura e antibiograma para o diagnóstico – os dois últimos permitem saber qual a bactéria específica está acometendo a paciente e a qual antibiótico ela é sensível. Já para a pielonefrite, também podem ser necessários exames de hemocultura e de imagem, como ultrassonografia.
Segundo a Fiocruz, a urocultura deve guiar a escolha do médico. Em geral, utiliza-se cefalosporina (Cefalexina), penicilina (Amoxacilina, Amoxa Clavulanato) ou nitrofurantoína. Se houver resistência a estes antibióticos, deve-se avaliar outras alternativas disponíveis.
Nos casos de pielonefrite é necessária internação hospitalar. Segundo a Fiocruz, a maioria das diretrizes indica iniciar o tratamento com o antibiótico Cefalosporina de 3ª geração. Também é importante observar sinais de sepse para que se iniciem protocolos específicos.
É importante seguir rigorosamente as instruções do médico em relação à dose e à duração do tratamento, mesmo que os sintomas da infecção desapareçam antes do término do curso de antibióticos. Interrupções prematuras do tratamento podem levar a recorrências da infecção e aumentar o risco de complicações.
Prevenir infecções do trato urinário durante a gravidez é fundamental para promover a saúde tanto da mãe quanto do bebê. Existem algumas medidas simples que as gestantes podem adotar para reduzir o risco de desenvolver uma infecção urinária.
Segundo a SBN, as recomendações gerais são:
Beber bastante líquido, de preferência água;
Não demorar para urinar, caso tenha vontade;
Urinar e fazer higiene prontamente após a relação sexual;
Lavar as mãos antes e após urinar e/ou evacuar;
O órgão destaca ainda que, para mulheres gestantes, é importante redobrar a atenção. Além disso, realizar consultas pré-natais regulares é essencial durante a gravidez para monitorar a saúde da mãe e do bebê. O médico pode oferecer orientações específicas sobre prevenção de infecções urinárias e fornecer tratamento precoce se necessário.
Seguir essas dicas simples pode ajudar as gestantes a reduzir significativamente o risco de infecções urinárias, promovendo assim uma gestação mais saudável e tranquila.
Compartilhe: