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Mais Abraços // Segunda-feira 7 Agosto, 2023 // #gravidez, #saco gestacional
O saco gestacional é uma estrutura que se forma nas primeiras semanas de gravidez, dentro do útero da mulher, com a função de proteger e ajudar no desenvolvimento do feto – e que será depois substituído pela placenta.
Durante um aborto espontâneo, um evento relativamente comum no primeiro trimestre da gestação, pode acontecer de o saco gestacional ser expelido para fora do corpo. Mas o que é o saco gestacional? E por que acontece esta expulsão? Entenda tudo a seguir.
O saco gestacional é composto por um tecido fino e membranoso, que envolve o embrião em desenvolvimento. Ele aparece entre a quarta e a quinta semana da gestação, exatamente quando a identificação do hormônio beta HCG, um marcador da gravidez, passa a ser possível no sangue materno. É a primeira estrutura visível na ultrassonografia transvaginal, a partir da sexta semana, e é um sinal importante de que uma gravidez está em curso.
A principal função do saco gestacional é fornecer um ambiente seguro e protegido para o embrião em desenvolvimento. Além disso, a bolsa amniótica se forma a partir dessa estrutura e a vesícula vitelínica, que fornece nutrientes e oxigênio para o embrião antes do surgimento da placenta, fica dentro do saco gestacional. O saco gestacional está presente na gestação, geralmente, até a 12ª semana.
Saco gestacional expelido é o termo usado para descrever a expulsão do saco gestacional pelo útero antes que a gravidez possa se desenvolver. Isso geralmente ocorre nas primeiras semanas de gravidez, muitas vezes antes mesmo que a mulher perceba que está grávida. Não existem causas específicas para a expulsão do saco gestacional – esta é uma condição que acontece sempre associada a um aborto espontâneo.
"Se o saco gestacional é expelido é sempre aborto", explica o médico ginecologista e obstetra Ricardo Porto Tedesco, membro da Comissão Nacional Especializada em Assistência ao Abortamento, Parto e Puerpério da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia). "O que pode acontecer ao contrário, ter aborto e não expelir", ele completa – o que é conhecido como aborto retido.
O aborto espontâneo é o nome dado a uma interrupção da gravidez antes do 5º mês. Como o saco gestacional está presente apenas no primeiro trimestre da gravidez, sua expulsão acontece apenas nos chamados abortos espontâneos precoces, aqueles que acontecem até a 12ª semana de gestação.
Segundo Tedesco, a principal causa de aborto espontâneo precoce é um problema genético do embrião. "A gente chama de má formação ovular", diz o médico. Em alguns casos, o embrião nem chega a se formar: na chamada gravidez anembrionária, o saco gestacional se desenvolve vazio e termina sendo expelido em um aborto.
A expulsão do saco gestacional pode ser acompanhada por sintomas como cólicas e sangramento vaginal, que são os principais sintomas de um aborto espontâneo. No caso de abortos precoces que ocorrem bem no começo da gravidez, o sangramento pode até ser confundido com menstruação – muitos dessas situações nem chegam a ser reportas para os médicos, o que faria crescer a incidência de 20% de abortos espontâneos.
Mas também pode acontecer de um sangramento mais volumoso, acompanhado de coágulos. O saco gestacional pode ou não ser visível, dependendo do momento da gravidez – ele pode medir de 2 milímetros na quarta semana até 69 milímetros na décima-segunda. Em outras situações, o saco gestacional pode não sair completamente, ou mesmo não sair, nos chamados aborto incompleto ou retido, casos em que intervenções médicas podem ser necessárias.
No caso de aborto espontâneo precoce, muitas vezes não é preciso fazer nada, o próprio corpo expulsa o embrião, o saco gestacional e outras estruturas necessárias para a gravidez. Caso a mulher já saiba da gravidez, claro, é necessário consultar o obstetra para confirmar o aborto – mas, como foi dito, em alguns casos a expulsão do saco gestacional ocorre quanto a estrutura é bem pequena e mulher nem sabe que está grávida.
Quando há um aborto incompleto ou retido, porém a mulher pode ter que passar por alguns procedimentos médicos. A aspiração manual intrauterina, ou AMIU, é o mais recomendado tanto pelo Ministério da Saúde, quanto por órgãos internacionais, como a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO), pois apresenta menos risco de perfuração uterina do que a curetagem.
Já o abortamento farmacológico é feito com a utilização do medicamento misoprostol, que é administrado por via vaginal. No caso de não funcionar, uma AMIU é realizada.
A expulsão do saco gestacional, principalmente quando a gravidez já havia sido descoberta, pode ser um momento bastante triste para as mulheres. O abalo psicológico pode, inclusive, ser maior do que qualquer desconforto físico gerado pela experiência, e o apoio emocional da família se faz muito importante nessa hora. Mas é importante esclarecer também que o saco gestacional expelido não deve impedir futuras gestações da mulheres.
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