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Mais Abraços // Quarta-feira 29 Novembro, 2023 // #gestacao, #útero, #colo do útero
O colo do útero é pouco falado e à primeira vista pode até ser considerado uma parte menos importante do corpo feminino, mas, na realidade, ele tem uma função muito nobre: a parte mais baixa do útero opera como um verdadeiro guardião do bebê durante os nove meses de gestação, além de resguardar o sistema reprodutor feminino pela vida toda da mulher.
Quer entender como ele trabalha e por que é essencial para a gravidez? Nesse artigo, vamos explicar todos os detalhes sobre o colo do útero — e quando ele pode dar sinais de algum problema.
O colo do útero é um canal muscular localizado na parte inferior do útero. Ele marca a fronteira entre a vagina e o corpo do útero, que fica mais acima e em cuja cavidade o bebê se desenvolve durante os nove meses de gestação. Essa estrutura fica na região pélvica, atrás da bexiga e na frente do reto.
O Departamento de Cuidados em Saúde e Envelhecimento do Governo da Austrália explica que, em mulheres que não estão grávidas, o colo do útero é estreito e firme.
O formato e as camadas internas dessa parte do órgão passam por mudanças todos os meses, durante os ciclos menstruais. Essa estrutura fica mais fina ou mais grossa, a depender do momento e do estágio de fertilidade — o endométrio, por exemplo, precisa estar preparado para receber o embrião, caso a concepção aconteça.
Quando a mulher está no período fértil, suas paredes contam com um muco cervical (um tipo de secreção) que está mais elástico e claro — o que facilita o trânsito dos espermatozoides até o óvulo, para que a fecundação ocorra e tenha início uma gestação.
Já quando a mulher não está ovulando, o muco do colo do útero fica mais espesso, o que dificulta o trânsito dos gametas masculinos pela área — o que é aceitável nessa fase, já que as chances de uma concepção são mais baixas, pois há menos disponibilidade das células reprodutoras femininas nesses dias.
O colo do útero passa por uma série de alterações no início da gravidez. Isso afeta a textura e até a posição dessa estrutura. De acordo com a Clínica Mayo, instituição de saúde dos Estados Unidos, essas mudanças são esperadas e acontecem para garantir o sucesso da gestação.
Um estudo publicado por cientistas da Universidade de Leeds, no Reino Unido, detalha um pouco mais essa história. O artigo explica que o colo do útero tem um papel fundamental nesses nove meses.
Primeiro, ele forma uma barreira que “segura” o bebê no útero, para que ele não desça em direção à vagina antes da hora. Segundo, serve de bloqueio para a entrada de bactérias, vírus e outros patógenos que vivem na vagina. Assim, eles não "sobem” ao útero, onde poderiam provocar infecções e até complicações à gestação.
O colo do útero fica fechado, duro e alongado nos primeiros meses de desenvolvimento do bebê e na mulher que não está grávida ele é mais estreito. É daí que vem o termo “colo do útero fechado”, importantíssimo nessa etapa inicial da gestação.
Mas essa rigidez do colo do útero não dura para sempre. Quando o bebê fica maior e começa a chegar finalmente a hora do parto, essa estrutura passa por uma nova transformação. O colo do útero se amolece e diminui de comprimento e de espessura. Isso acontece justamente para, junto à dilatação que acontecerá em seguida, permitir a passagem do bebê pelo canal vaginal durante o parto.
É nessas situações, portanto, que o colo do útero fica aberto.
Esse processo de afinamento, que é uma espécie de “reabertura” do colo do útero e o torna mais curto e mais fino, ocorre no finalzinho do processo, após as 37 semanas de gestação, explica a Clínica Mayo, dos Estados Unidos.
Quando o colo do útero começa a diminuir antes desse prazo, há o risco de que ocorra um parto prematuro, quando o bebê vem ao mundo antes das 37 semanas.
O nascimento prematuro deve ser evitado sempre que possível, pois os diversos sistemas do organismo da criança ainda estão imaturos e, assim, se tornam mais comuns alguns problemas de saúde neonatais, como distúrbios respiratórios e anemia, por exemplo.
A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) possui uma tabela de medidas do colo uterino ao redor das 24 semanas de gravidez, que aponta o comprimento dessa estrutura e o risco de parto prematuro:
Comprimento do colo do útero (em milímetros) a partir das 24 semanas
Risco relativo de parto prematuro
40
1,98%
35
2,35%
30
3,79%
26
6,19%
22
9,49%
13
13,99%
Em linhas gerais, os estudos mostram que as gestantes apresentam um comprimento de colo de útero de 35,2 milímetros a 33,7 milímetros entre as semanas 24 e 28.
Mas atenção: esses são apenas números de referência, que podem variar consideravelmente de acordo com uma série de fatores. Portanto eles não podem ser tomados como uma regra única e apenas o médico que acompanha o caso poderá avaliar com precisão o tamanho do colo do útero e se ele condiz com o estágio da gravidez em questão.
Todo esse trabalho é feito pelo médico que acompanha a gestação, normalmente o obstetra ou o ginecologista. Por meio de exames de imagem, como o ultrassom, esse especialista consegue fazer as medidas do colo do útero e checar se está tudo bem.
A medida do comprimento do colo do útero, como explicado anteriormente, é uma das métricas utilizadas nesse acompanhamento. Ela serve para estimar justamente a abertura dessa estrutura em cada momento da gestação, o que indica se tudo está ocorrendo bem e se o bebê está pronto para nascer.
Se o colo do útero está mais aberto do que o esperado para aquela etapa da gravidez, pode ser necessário fazer alguma intervenção.
Uma primeira alternativa é realizar um acompanhamento mais frequente, com ultrassons periódicos para saber o comprimento do colo do útero (e se essa medida está estável ou diminuindo antes da hora).
Outras alternativas, que devem sempre passar pelo crivo médico, envolvem injeções de progesterona (que diminuem o risco de um parto prematuro) e intervenções cirúrgicas específicas.
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