Tem certeza de que deseja excluir o produto Vale-presente?
Mais Abraços // Segunda-feira 4 Dezembro, 2023 // #gestacao, #gravidez de risco
Durante a gestação, algumas mulheres se encaixarão em um grupo conhecido genericamente como "gravidez de risco". Embora o termo não signifique uma doença em si, ele serve de alerta para a gestante — e também para a equipe médica que faz o acompanhamento — de que esse caso em específico deve ser monitorado mais de perto.
Isso porque essas mulheres têm com mais frequência complicações ao longo dos nove meses ou durante o parto. Mas não há motivo para pânico: com consultas e exames regulares, os profissionais da saúde podem acompanhar o quadro de perto, orientar adequadamente e intervir, se acharem necessário. Esse cuidado próximo, inclusive, é a chave para prevenir complicações.
Nesse artigo, você vai entender como se define uma gravidez de risco — e quais são as ferramentas da medicina para monitorar essa condição.
De acordo com a biblioteca virtual do Ministério da Saúde, a gestação de alto risco é “aquela na qual a vida ou a saúde da mãe e/ou do feto e/ou do recém-nascido têm maiores chances de serem atingidas que as da média da população considerada”.
Em outras palavras, se os pesquisadores observam toda a população de mulheres grávidas e determinam que a probabilidade de elas desenvolverem determinada complicação é de 1X, nas gestantes de alto risco, esse número é estatisticamente maior (pode ser de 2X ou 4X, por exemplo).
A biblioteca do Ministério da Saúde ainda destaca que não existem tabelas ou fórmulas matemáticas capazes de predizer com certeza o risco de uma mulher ter uma gravidez de alto risco.
Mesmo assim, os profissionais de saúde conhecem o conjunto de sintomas e doenças que ajudam a determinar quem faz parte desse grupo ou não.
Em linhas gerais, os médicos não costumam falar em sintomas quando o assunto é uma gravidez de risco. Eles avaliam mais o quadro geral e a presença de uma série de características físicas e condições de saúde, que permitem avaliar se a mulher e o bebê precisam de um acompanhamento ainda mais criterioso.
Segundo a última edição do Manual de Gestação de Alto Risco, publicada pelo Ministério da Saúde em 2022, entre os fatores que são levados em conta para classificar a gestação como “de risco”, os profissionais da saúde prestam atenção em:
Idade: gestantes muito jovens (de 15 a 19 anos) ou mais velhas (acima dos 35 anos);
Peso: grávidas com Índice de Massa Corporal (IMC) abaixo de 20 (o que indica um quadro de subnutrição) ou acima de 25 (sobrepeso) e 30 (obesidade);
Altura: mulheres com menos de 1,5 metro de altura;
Anomalias no aparelho reprodutor feminino, como miomas uterinos;
Problemas ocorridos em gestações anteriores: partos prematuros, bebês que nascem abaixo do peso ou com doenças congênitas;
Histórico de abortos espontâneos repetidos;
Histórico de doenças anteriores à gravidez: hipertensão arterial, diabetes, doenças renais e infecciosas, insuficiência cardíaca, entre outras.
Além desses fatores prévios, os médicos também colocam na balança alguns problemas de saúde que podem aparecer ao longo dos nove meses de gestação para medir esse risco.
A mulher pode desenvolver, por exemplo, quadros de hipertensão arterial, diabetes e infecções.
Além disso, a mulher pode ser exposta a compostos que representam um risco para ela e para o bebê em desenvolvimento — como radiação, produtos químicos (como chumbo, gasolina ou mercúrio) e determinados medicamentos (como alguns antidepressivos ou antibióticos) — que podem acender um alerta.
Por fim, não custa reforçar: o aparecimento de sinais de alarme, como dor de cabeça muito forte, alterações visuais, contrações no útero, sangramento, corrimento excessivo, perda de líquido pela vagina, dor ao urinar e pernas inchadas exigem uma avaliação imediata do médico.
Durante as consultas de pré-natal, o profissional de saúde faz uma série de perguntas para acompanhar o estado de saúde da mulher e do bebê. Essas questões já servem de guia para suspeitar de algum risco específico.
Outra estratégia para determinar possíveis complicações durante a gravidez ou o parto são os exames, como exames de sangue (que medem a glicemia, capaz de sugerir um quadro de diabetes, por exemplo) ou o ultrassom (que provê imagens do útero, da placenta e do próprio bebê), além, claro, do exame físico, que é capaz de detectar sinais de alterações de saúde.
Ao juntar todas essas informações, é possível determinar com clareza a probabilidade de complicações e a necessidade de um acompanhamento mais criterioso da gestação.
A idade da mulher é um dos fatores determinantes na hora de classificar uma gestação de alto risco.
Mas, afinal, com qual idade é considerado “gravidez de risco”?
Os manuais apontam que adolescentes de 15 a 19 anos que esperam um bebê apresentam uma probabilidade maior de desenvolver pré-eclâmpsia (o aumento da pressão arterial específica da gravidez), parto prematuro e anemia. Os bebês comumente também nascem com peso mais baixo que a média.
Já entre as mulheres mais velhas, acima dos 35 anos, quadros como hipertensão e diabetes gestacional são mais frequentes. Elas também apresentam índices maiores de complicações na hora do parto ou descolamento da placenta.
A tireoide é uma glândula em formato de borboleta que todos temos na região do pescoço. Ela é responsável por produzir os hormônios que ditam o ritmo de nosso metabolismo.
Quando essa fabricação está lenta ou insuficiente, temos um quadro de hipotireoidismo. Se ela está acelerada ou excessiva, trata-se de hipertireoidismo.
Segundo o manual do Ministério da Saúde, doenças da tireoide podem sim compor um quadro que define uma gestação de risco.
Por isso, é importante que as mulheres façam exames de rotina (como a dosagem dos hormônios TSH e T4) e, se for o caso, passem por um tratamento que ajuste e controle o ritmo da tireoide.
A resposta é sim, mais uma vez. Trata-se de um quadro marcado pelo descontrole dos níveis de glicose (oi, popularmente, “açúcar”) no sangue durante os nove meses de gravidez.
Se esse fator de risco não for controlado, há o risco de aborto espontâneo, defeitos congênitos, bebês muito grandes (com mais de 4,5 kg ao nascer), pré-eclâmpsia, necessidade de parto por cesariana, entre outros.
Seguir o tratamento indicado pelo médico, no entanto, permite diminuir drasticamente o risco dessas complicações na maioria das vezes.
A possibilidade de ter um parto normal dependerá muito de cada caso e da avaliação da equipe de profissionais de saúde. Se todos os fatores de risco estiverem controlados e não houver risco à saúde da mulher ou do bebê, o parto normal pode, sim, acontecer.
Mas há casos em que os médicos optam pela cesárea, principalmente quando é necessário adiantar o parto ou há uma emergência. Por isso, converse sempre com a equipe que te acompanha e tire todas as suas dúvidas.
Mulheres que têm acesso ao INSS e que enfrentam uma gestação de alto risco podem ser afastadas do trabalho antes do início do período de licença-maternidade. A lei brasileira define que os primeiros 15 dias de afastamento devem ser pagos pela empresa onde ela trabalha. A partir daí, o benefício de auxílio-doença é custeado pelo próprio INSS.
Para ter acesso a esse valor, as gestantes com alto risco precisam apresentar um laudo médico e passar por uma perícia. Caso o pedido feito pelos canais oficiais do INSS seja negado, há a possibilidade de recorrer à Justiça para resolver a questão.
Compartilhe: