Tem certeza de que deseja excluir o produto Vale-presente?
Mais Abraços // Segunda-feira 11 Março, 2024 // #bebê, #gravidez, #mecônio
Se você pretende ter um filho ou está prestes a dar à luz, já deve ter ouvido falar sobre o mecônio. Resumidamente, o termo corresponde às primeiras fezes do bebê, que podem ser eliminadas na reta final da gestação, ainda no útero materno, ou após o parto.
Sua aparência é de uma massa de tom esverdeado, resultado da absorção do líquido amniótico, e o principal risco relacionado a ele é a aspiração de mecônio. Se eliminado e aspirado ainda na barriga da mãe, o mecônio pode chegar às vias aéreas do feto, causar inflamação e trazer complicações nos primeiros dias de vida.
A seguir, entenda o que é mecônio e quais riscos estão relacionados.
De acordo com a National Library Medicine, mecônio são as primeiras fezes eliminadas por um recém-nascido logo após o nascimento, antes de o bebê digerir o leite ou a fórmula.
Em alguns casos, o bebê elimina mecônio ainda dentro do útero. Isso pode acontecer quando os bebês estão “sob estresse” devido a uma eventual diminuição do suprimento de sangue e oxigênio ou mesmo por maturidade fetal. Geralmente, os bebês eliminam o mecônio nas primeiras horas e dias após o nascimento.
Segundo a Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, o mecônio começa a se formar entre a décima e a décima-sexta semanas de gestação como um líquido viscoso e esverdeado composto por secreções gastrointestinais, restos celulares, muco, sangue e outras substâncias. O mecônio é composto em aproximadamente 72 a 80% de água.
O mecônio está presente no líquido amniótico em cerca de 10 a 15% dos partos, sendo que cerca de 5% dos recém-nascidos com líquido amniótico meconial desenvolvem complicações.
Já para as mães cujos bebês eliminam mecônio ainda no útero, não há nenhuma complicação. O líquido amniótico é normalmente eliminado antes do parto sem afetar sua saúde.
A Cleveland Clinic detalha que, à medida que o bebê começa a mamar, seu corpo elimina mecônio, abrindo espaço para o processamento dos novos líquidos que está consumindo. Espera-se que o mecônio passe pelo sistema digestivo do bebê nas primeiras 24 a 48 horas após o nascimento.
Em alguns casos, o feto elimina mecônio no líquido amniótico ainda durante a gestação de forma natural, ou seja, por maturidade fetal (seus diversos órgãos e sistemas já estão plenamente desenvolvidos, o que ocorre entre 37 e 40 semanas de gestação). É por isso que fetos com idade gestacional acima de 40 semanas são considerados como grupo de risco para a aspiração.
Em outros casos, conforme pesquisa publicada pela Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, a eliminação do mecônio pelo feto ainda na cavidade uterina ocorre devido a um aumento na peristalse intestinal (contração e relaxamento) secundário ao sofrimento fetal (quando há diminuição ou perda da oxigenação e de nutrientes para o bebê).
Se o bebê fizer cocô no útero da mãe e aspirá-lo, pode desenvolver um quadro pulmonar que inspira cuidados, a chamada de Síndrome de Aspiração Meconial.
Em muitos casos, a aspiração de mecônio adequadamente tratada e observada não causa efeitos colaterais graves, de acordo com o centro de saúde Johns Hopkins. Porém, em outros, de acordo com o Ministério da Saúde, podem acontecer fenômenos obstrutivos — quando o mecônio é muito espesso, pode ocorrer obstrução de vias aéreas — ou inflamatórios — caso em que a presença de mecônio no pulmão gera uma pneumonite química.
As consequências clínicas da aspiração mecônio, segundo a Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, incluem:
Inflamação dos pulmões (pneumonite);
Obstrução das vias aéreas;
Hipertensão pulmonar;
Insuficiência respiratória.
Após o parto, por conta da aspiração de mecônio, o bebê precisará ser adequadamente cuidado com o objetivo de tratar essas possíveis consequências.
A maioria dos bebês que passa por uma aspiração meconial tem um bom prognóstico, ou seja, não leva sequelas limitantes para a vida, e o dano pulmonar geralmente não é permanente, de acordo com o centro de saúde Johns Hopkins Medicine.
Caso a aspiração seja mais severa com necessidade de suporte de ventilador mecânico, o prognóstico pode ser menos positivo, a depender de cada caso. A privação de oxigênio pode, ainda, causar danos neurológicos.
Os tratamentos para aspiração de mecônio, de acordo com o Benioff Children's Hospitals, dependem da quantidade e espessura do mecônio, do tempo que seu bebê esteve exposto a ele e da gravidade dos problemas respiratórios que o bebê está enfrentando.
Se o líquido amniótico da mãe parecer conter mecônio, uma técnica chamada amnioinfusão pode ser usada durante o trabalho de parto. Este procedimento envolve a inserção de um pequeno tubo no útero através da vagina para infundir o líquido amniótico com líquido estéril, o que pode ajudar a diluir o mecônio.
Outros tratamentos realizados no pós-parto podem incluir:
Aspiração das vias aéreas superiores do bebê;
Oferta de oxigênio suplementar;
Antibióticos e surfactante para tratar possíveis infecções secundárias e manter as vias aéreas abertas;
Pressão positiva via ventilação mecânica não-invasiva (CPAP);
Ventilação mecânica;
Circulação extracorpórea por membrana (ECMO).
Muitos bebês se recuperam da aspiração de mecônio, mas é preciso manter-se vigilante durante toda a gestação. O Ministério da Saúde recomenda a realização do pré-natal, que ajuda na prevenção e detecção precoce de complicações, tanto para a mãe, como para a criança.
Compartilhe: