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Mais Abraços // Segunda-feira 12 Agosto, 2024 // #plano de parto, #gravidez, #maternidade
Para as mulheres que estão na reta final da gestação, montar um plano de parto é uma importante ferramenta para listar todos os desejos e cuidados que a mamãe quer receber no momento do parto e no pós-parto ainda na maternidade.
O plano de parto é tão importante, que é a primeira recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde) para melhorar o nível de atendimento às parturientes e recém-nascidos, além de ser garantido pela legislação brasileira.
Se você nunca ouviu falar sobre o plano de parto ou tem dúvidas de como criá-lo e quais informações deve incluir no documento, vamos contar como funciona. Para que assim, no dia de dar à luz, o cuidado ocorra de acordo com a sua vontade.
Muitas gestantes ainda não sabem muito bem o que é plano de parto. Basicamente, é um documento elaborado pela gestante durante o pré-natal, no qual ela pode expressar cada uma de suas vontades a respeito de questões emocionais e físicas sobre o seu parto.
Alguns exemplos de pedidos que podem estar no plano de parto são: usar suas próprias roupas na maternidade, pedir para a equipe colocar música ambiente ou ficar em silêncio, luzes baixas, querer uma doula, o parceiro ou parente como acompanhante, etc.
“O principal objetivo do plano de parto é deixar a equipe médica (equipe particular, obstetra do convênio ou do plantão da maternidade) a par de suas vontades e, principalmente, usar o plano de parto para pontuar sobre intervenções médicas que possam ser sugeridas”, conta a doula Samantha Ribeiro.
Ela complementa: “O plano de parto é um documento que dá a certeza de que a gestante está de acordo ou não sobre qualquer intervenção discutida na sala de parto”.
E por que fazer um plano de parto? É um documento importante porque o parto (seja vaginal, natural ou cesária) é, naturalmente, um momento em que a gestante está mais sensível e suscetível a situações desconfortáveis. Com um plano de parto bem detalhado - e que deve ser seguido pela equipe de saúde -, podem ser amenizados os impactos emocionais e riscos durante e depois do parto.
“O plano de parto expressa vontades e alguns pontos, como intervenções específicas, precisam ser descritos para que não ocorra nada além do ‘combinado’. As únicas intervenções permitidas são as feitas por necessidade, evitando violência obstétrica. Assim, a gestante espera um parto humanizado”, ressalta a doula.
Quanto mais bem elaborado o plano de parto está, com a família mostrando que está aberta a algumas intervenções, desde que elas sejam informadas sobre as suas reais necessidades, maiores as chances de um plano de parto respeitado.
De acordo com Samantha, existem alguns pontos que não deveriam ser questionados como: permanência do acompanhante de parto de forma integral e não realizar a manobra de Kristeller, que é a aplicação de pressão na parte superior do útero com o objetivo de facilitar a saída do bebê (proscrita pela OMS).
Além disso, a mulher pode escolher a não realização da episiotomia (corte feito entre a vagina e o ânus quando a cabeça do bebê está saindo),
Se você tem uma equipe particular para o seu parto, é muito importante que discuta este plano de parto ainda durante o pré-natal. Inclusive, é uma ótima ferramenta para questionar a sua equipe e entender se ela está alinhada com as suas vontades.
Quando o parto for realizado durante plantões (particulares ou SUS), recomenda-se entregá-lo na admissão à maternidade e pedir para que cada profissional que atenda a família leia o plano de parto.
Samantha indica um exemplo de introdução para que você monte seu plano de parto: “Oi, profissional x. Tudo bem? Gostaria que lessem o plano de parto e discutirmos sobre algum ponto que achar necessário”.
Obviamente o acompanhante de parto pode ficar com essa função para garantir interação e entrosamento entre a família e a equipe que está atendendo o parto.
Como contamos, a lista de desejos no plano de parto é a comunicação mais clara sobre o que a gestante e seu/sua acompanhante esperam da equipe que lhes prestará assistência.
Apontamos todos os benefícios para mãe e bebê:
Contribui para o empoderamento da mulher parturiente;
Promove a autonomia das mulheres durante e após o parto;
Incentiva o processo de parto mais natural e fisiológico;
Melhora a comunicação com os profissionais de saúde;
Maior conscientização das mulheres sobre os processos envolvidos no trabalho de parto;
Melhores resultados obstétricos e neonatais e maior grau de satisfação materna.
Afinal, como fazer um plano de parto? Samantha sugere que a melhor profissional para auxiliar uma família a montar o plano de parto é a doula.
“A doula não tem nenhum vínculo com a equipe técnica e, como é a profissional que trabalha para o bem-estar da gestante, repassa informações seguras e baseadas em evidências científicas para que a família consiga elaborar seu plano de parto de forma coesa”, explica.
Importante: a profissional lembra que a doula não decide nada pela família, apenas os informa sobre cada cenário com informações atualizadas, dando autonomia para que ela decida o que é melhor para eles.
Veja alguns exemplos de informações para incluir no seu plano de parto conforme modelo utilizado pela doula Samantha Ribeiro:
Durante o trabalho de parto:
Acompanhantes: vale lembrar que o direito a um acompanhante é lei federal (Lei Federal nº 11.108, de 07 de abril de 2005) e o direito a uma doula é lei em alguns locais (na cidade de São Paulo, Lei nº 11.108/2005);
Ambiente de parto: preferências de posições e movimentações;
Analgesia e outras drogas: uso de ocitocina ou qualquer medicamento durante o trabalho de parto;
Rompimento artificial da bolsa das águas;
Exames de toque (deseja saber sobre a evolução ou não do colo uterino);
Alimentação;
Uso de recursos não farmacológicos para alívio da dor;
Posição no período de expulsão;
Uso do vácuo e fórceps;
Detalhes sobre a alta hospitalar.
Caso uma cesárea seja necessária:
Acompanhantes durante o nascimento;
Mobilidade durante a cirurgia (se gostaria que abaixasse o campo cirúrgica ao nascimento ou não, por exemplo);
Preferências no ambiente durante a cirurgia (música ou silêncio, luzes acesas ou apagadas, pouca conversa e deixar ou não o ar-condicionado ligado).
Cuidados com o bebê:
Clampeamento do cordão;
Contato pele a pele (quando o bebê não tem nenhuma questão para afastamento imediato — presença de mecônio ou desconforto respiratório, por exemplo — pode ser solicitado o contato pele a pele pela primeira hora de vida);
Aspiração das vias nasais e anais;
Amamentação (preferências);
Administração de nitrato de prata ou antibióticos oftálmicos;
Administração da vitamina K, que previne a hemorragia no período neonatal;
Exames (olhinho, pezinho, ouvidinho normais e ampliados);
Banho.
Lembrando que as maternidades devem receber o plano de parto quando a gestante faz a internação em trabalho de parto. Saiba que o nascimento do bebê ocorre em etapas progressivas, cada uma com uma série de acontecimentos previstos, conhecer as fases do trabalho de parto te ajudará a se manter calma e segura.
Agora que você já está por dentro sobre o assunto, é hora de montar um plano de parto para ter um momento tranquilo e feliz. E não se esqueça que cada mulher é única, cada processo é único, e todo plano de parto também deverá ser único. É a sua história, seu corpo e seu bebê!
A construção desse plano de parto é um exercício diário e a informação é sua melhor aliada. Afinal, só existem escolhas quando há também conhecimento. Seja a protagonista do seu parto, apodere-se dessa experiência e receba seu bebê num ambiente cercado de amor!
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