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Mais Abraços // Segunda-feira 11 Setembro, 2023 // #colo do utero dilatado, #parto, #trabalho de parto
Quando a gravidez vai chegando ao fim, uma pergunta pode preocupar as mães que passarão por um parto vaginal: será que vou dilatar o suficiente? Estar com o colo do útero dilatado é uma parte importante do final da gravidez e, como é a primeira fase do trabalho de parto, funciona também como um indicativo de que o bebê está prestes a chegar.
O colo do útero permanece firmemente fechado durante a gravidez para proteger o feto em desenvolvimento. Mas quando a mulher entra em trabalho de parto, ele começa a se dilatar para permitir que o bebê passe pelo canal de parto e nasça.
Como acontece esse processo? E o que exatamente é a dilatação do colo do útero? Entenda a seguir.
O útero é um órgão muscular em forma de pera invertida, localizado na pelve, entre a bexiga e o reto. A extremidade superior do útero, o fundo, é voltada para cima, enquanto a extremidade inferior, o colo, se conecta com a vagina.
"Durante a gestação, o corpo do útero tem que ficar amolecido para o feto poder crescer e se desenvolver. E nesse tempo o colo do útero tem que ficar enrijecido, que é justamente para fazer com que o feto se mantenha dentro da cavidade uterina", diz o médico ginecologista e obstetra Ricardo Porto Tedesco, membro da Comissão Nacional Especializada em Assistência ao Abortamento, Parto e Puerpério da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia).
"Se o colo ficasse amolecido também durante a gestação, o colo iria se abrir e o nenê não iria conseguir se desenvolver o tempo que ele precisa”, explica.
O útero fica amolecido por ação de um hormônio chamado progesterona, explica Tedesco, e o colo do útero, que é rico em fibras colágenas, se mantém fechado, endurecido, para que o feto fique dentro do útero. "Na hora do parto, a coisa tem que se inverter: o colo fica amolecido para poder dilatar, para poder abrir, e o útero, frente às contrações uterinas, fica agora endurecido", diz o médico.
A inversão de comportamento do corpo e do colo do útero, explica Tedesco, se dá pela diminuição do nível de progesterona e o aumento do nível de substâncias que estimulam a contração uterina, como a ocitocina e a prostaglandina. "A prostaglandina quebra as fibras colágenas do colo do útero", diz o ginecologista.
Ou seja, para a chegada do parto, o útero altera suas características: o colo, que estava endurecido e fechado, passa a ficar amolecido para poder dilatar, e o útero, que era amolecido por ação hormonal, começa a ficar enrijecido por ação das contrações.
O ginecologista explica que, depois que o colo está amolecido, são essas contrações que o fazem dilatar. A dilatação aumenta quando as contrações se tornam dolorosas, regulares, com as características da contração do trabalho de parto. Mas também pode haver um pouco de dilatação dias antes do trabalho de parto propriamente dito começar.
"O trabalho de parto tem duas fases, uma chamada fase de latência, que pode levar dias, e a fase ativa", afirma Tedesco. "Isso explica por que a paciente às vezes vai no consultório, está com dois centímetros de dilatação, mas não está ainda em trabalho de parto."
Durante a fase de latência, as contrações são irregulares, suaves e de baixa intensidade. Esse primeiro momento pode durar de algumas horas a até mesmo dias, especialmente em mulheres que estão tendo o seu primeiro filho. É importante que a mulher descanse e se mantenha hidratada, mas não há ainda necessidade de ficar em ambiente hospitalar.
A fase ativa começa quando a paciente tem uma dilatação de 5 centímetros ou mais. Nesta fase, as contrações uterinas tornam-se mais intensas, frequentes e regulares, podendo ocorrer a cada 2 a 3 minutos com duração de 60 a 90 segundos. É nessa fase que ocorre a descida e encaixe do bebê na pelve materna. "A partir daí, a dilatação segue um curso bem mais rápido, de horas, até a dilatação total", diz Tedesco.
A dilatação do colo do útero é medida através do exame de toque vaginal. "É uma distância que em geral a gente mede em centímetros, mas não é precisa, é uma coisa mais subjetiva", afirma Tedesco. A dilatação de 10 centímetros é, geralmente, considerada a dilatação total.
Além dos aspectos físicos, a condição emocional da gestante também é importante para a evolução do parto. Sentimentos como estresse e ansiedade podem levar à liberação de hormônios como adrenalina e cortisol, que podem inibir as contrações uterinas. Já as emoções positivas podem liberar endorfina e ocitocina, que contribuem para a dilatação.
Portanto, é importante que a mulher se sinta segura e tranquila durante o trabalho de parto. Um ambiente acolhedor, com acompanhamento afetivo, apoio emocional e respeito às escolhas da mulher contribuem para toda a experiência do nascimento de um bebê – e também para a dilatação.
Mas é importante lembrar que cada mulher é única e pode ter necessidades emocionais e físicas específicas durante o parto. O acompanhamento de profissionais de saúde qualificados e a criação de um plano de parto individualizado podem ajudar a garantir uma experiência mais positiva e satisfatória para a mãe e o bebê.
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