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Mais Abraços // Quarta-feira 7 Outubro, 2020 // #parto, #cuidados
A gravidez é um momento especial na vida de toda família. É um momento único: a gente planeja cada detalhe, faz planos e, sim, quer dividir essa alegria com todo mundo.
Eu sempre curti minhas barrigas! Em tempos de rede social ainda, é foto quase todo dia. Mãe é bicho bobo, né? A gente quer eternizar e partilhar cada minutinho. Na gravidez dos meus quatro filhos foi assim.
Claro, cada gestação é diferente uma outra. Por que não seria? Os filhos são assim também, eu que o diga... tenho quatro! E a última gravidez, do Otto, posso dizer que foi surpreendente do início ao fim. Do susto do inesperado positivo, ao susto do cenário do nascimento. Quem diria que o mundo estaria vivendo dias como os atuais. Quem poderia imaginar?
Tenho uma família muito unida e festeira, sabe? Minha casa vivia cheia! Daquelas famílias que se encontram todos os finais de semana, juntam pratos, fazem churrasco. Crianças correndo pela casa inteira. Pais, tios, sobrinhos, netos, avós.
Ter um bebê longe deles nunca foi uma opção. Minha mãe, minha sogra, minhas tias, todas me ajudam e me acolhem nesse momento delicado do puerpério.
Nem parir, planejava fazer sozinha. Meus filhos nasceram em partos domiciliares planejados. E nesse planejamento, minha mãe sempre esteve comigo. Eu me planejei para isso de novo, mas tive que parir sem a presença dela. Tive um bebê sem o olhar amoroso e a força dela. Que parto difícil, que parto intenso, que falta ela me fez. Meu filho já tem 38 dias. Sem a presença dela, do meu pai, meu irmão, de ninguém...
Doeu? Claro que doeu! Não podemos negar que são situações totalmente novas para todos nós. E nós, mães que estamos grávidas, parimos, ou estamos prestes a partir, podemos e devemos acolher essa dor. Da não partilha presencial, do cheiro de nossa mãe que nos conforta. Do abraço quente de nossos familiares e amigos. Dos chás de bebês cancelados, dos enxovais reprogramados, das lembrancinhas que não serão entregues.
Mas em todas as situações difíceis, uma lição. São momentos que não voltam mais? Sim, são! Mas são momentos perdidos? Não, nunca serão! Andávamos olhando tanto para fora, que agora temos a oportunidade de olhar para dentro. Olhar nos olhos. Olhar sem pressa. Olhar para os nossos!
Quantas vezes estávamos perto, mas não juntos? Aprendizado. Tudo tem um lado bom.
Sempre tive esse lema: a vida é muito mais sobre como você escolhe reagir, do que sobre o que acontece com você. É como você reage que faz a diferença.
Eu escolho viver leve, o máximo que consigo. E agora não tem sido diferente. E me permito sentir a incerteza, a insegurança às vezes, mas não me demoro. Levanto. Tudo tem um lado bom e um ruim, lembra?
Eu escolho abraçar o lado bom de tudo. Porque abraços aquecem o coração.
Ele nasceu? Nasceu. Ninguém ainda o conheceu? Não, conheceu sim! Claro que conheceu! Ninguém ainda não o tocou, fisicamente. E quem disse q abraços dependem de proximidades ou distâncias? Abraços são afetivos. E essa afetividade recebeu um auxílio importante: a tecnologia. Chamadas de vídeo, mensagens faladas, olho no olho pela tela. É assim q as avós estiveram no primeiro banho transmitido ao vivo, no umbigo que caiu, no sorriso que ele aprendeu a dar. É assim q meu filho já reconhece seus avós, seus tios... senão ainda pelo cheiro, que seja pela voz.
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É assim que diminuímos distâncias, conectamos nossos corações. Aprendemos a usar as palavras. Aprendemos até o valor real de um abraço. E como ele pode acontecer nas suas mais diversas formas. Porque tem horas que nos conectamos com quem amamos em tamanha sintonia. Que os abraços são quase que poupáveis. Atravessam as telas e aquecem nossos corações.
A todas as mulheres, que vivem ou viverão algo parecido com o que vivo hoje, o meu recado: não estamos perdendo amor. Estamos apensas desenvolvendo e aprendendo novas formas de amar!!! E de abraçar! Inclusive a nós mesmas.
Nossas questões, nossas dúvidas, mas que nunca esqueçamos de abraçar nosso otimismo, nossa fé, nossa esperança. Porque nada é para sempre, é isso que estamos vivendo também vai passar.
Com certeza não sairemos dessa as mesmas, mas podemos sair maiores! Mulheres e mães melhores. Famílias mais intimamente conectadas. Outros abraços virão. De mãe pra mãe?
Vai ficar tudo bem!
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