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Mais Abraços // Terça-feira 19 Setembro, 2023 // #parto, #utero, #atonia uterina
A maternidade é um momento no qual a saúde da mãe e do bebê ocupa um lugar de destaque. No entanto, mesmo com todo cuidado, certas complicações podem surgir durante e após o parto, exigindo intervenções. Um desses desafios é a atonia uterina, uma condição que pode colocar em risco a saúde da mãe após o nascimento do bebê.
Atonia uterina é uma condição obstétrica que envolve a incapacidade do útero em contrair-se adequadamente após o parto. Essa condição, se não controlada adequadamente, pode levar a um quadro de hemorragia pós-parto.
Normalmente, nas fases finais do trabalho de parto, o útero passa por contrações rítmicas e coordenadas, que são essenciais para expelir a placenta, reduzir o tamanho do útero e constringir os vasos sanguíneos na área onde a placenta estava ligada.
"Se o útero não contrair, esses vasos ficam abertos e a paciente continua sangrando", afirma Ricardo Porto Tedesco, membro da Comissão Nacional Especializada em Assistência ao Abortamento, Parto e Puerpério da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia).
Por isso, diz o médico, é muito importante que depois do nascimento o útero contraia de uma forma vigorosa. Segundo Tedesco, as causas hemorrágicas estão entre as principais complicações que causam a morte de mulheres durante a gestação ou no pós-parto. "E das causas hemorrágicas, a atonia uterina é a mais importante", ele diz.
A atonia uterina é uma emergência médica que requer intervenção imediata e adequada. Felizmente, com tratamento adequado e medidas de prevenção, é possível minimizar os riscos, garantindo um desfecho positivo para a mãe e o bebê.
Vários fatores podem contribuir para a ocorrência da atonia uterina, uma condição que envolve a incapacidade do útero em contrair-se adequadamente após o parto. Tedesco destaca, por exemplo, condições que deixam o útero muito esticado.
"Por exemplo, a gestação gemelar, gestação quando o feto é muito grande ou quando existe uma quantidade grande de líquido amniótico", diz o ginecologista. Um trabalho de parto muito prolongado também pode ser um fator de risco. "É como se a musculatura uterina entrasse em uma situação de fadiga", afirma Tedesco.
Segundo o médico, qualquer outra alteração que possa levar a uma mudança na arquitetura do útero também é um fator que aumenta o risco. Entre essas alterações estão, por exemplo, a presença de miomas uterinos. Tratamentos como a remoção desses miomas e procedimentos como curetagem também podem deixar cicatrizes no útero a modificar essa arquitetura.
Além disso, a pré-eclâmpsia, uma complicação grave da gravidez caracterizada por pressão arterial elevada e sinais de danos em órgãos, mais frequentemente o fígado e os rins, pode ser tratada com medicamentos que diminuem a pressão sanguínea. Tais medicamentos podem afetar as contrações uterinas após o parto.
As mulheres que tiveram atonia uterina podem, sim, engravidar novamente, mas existe risco aumentado de apresentar a condição. "Ela tem mais chance de ter novamente a atonia uterina", afirma Tedesco. A chance de recorrência, inclusive, é a principal complicação para o futuro que um quadro de atonia uterina traz para a mulher.
Vale ressaltar, porém, que a recorrência não é uma certeza absoluta em todas as gestações subsequentes. Muitas mulheres que tiveram atonia uterina em uma gestação podem não vivenciar a mesma complicação em gestações subsequentes. No entanto, é fundamental que essas mulheres estejam sob cuidados médicos mais atentos.
Apesar de ser uma condição que se apresenta só no momento do parto, o tratamento da atonia uterina começa bem antes de o bebê nascer. "A primeira coisa a fazer é identificar a paciente de risco", diz Tedesco. "A segunda é tentar evitar situações que podem levar a isso, como o trabalho de parto prolongado."
Como medida preventiva de hemorragia pós-parto, a Organização Mundial da Saúde e o Ministério da Saúde recomendam administrar a ocitocina para todas as mulheres depois do parto. "É um hormônio sintético que estimula a contração uterina, justamente para prevenir a instalação da atonia uterina", explica o ginecologista.
A atonia uterina pode acontecer tanto no parto vaginal quanto em cesáreas e requer atenção médica imediata e intervenções apropriadas para evitar complicações graves. Depois da ocitocina, outros medicamentos podem ser usados para incentivar as contrações, como o misoprostol, ou aumentar a coagulação do sangue, como o ácido tranexâmico.
"Quando isso não é suficiente, a gente tem, durante a cesárea, a oportunidade de fazer o que a gente chama de suturas compressivas, que são pontos na musculatura uterina", diz Tedesco. Essa técnica não é possível no parto vaginal, que pode necessitar do uso de um balão de compressão para tentar coibir o sangramento. Em última instância, é possível realizar uma histerectomia, que é a retirada completa do útero.
Mas a atonia uterina, embora seja uma complicação desafiadora no período pós-parto, não é uma sentença inevitável. Compreender os riscos, causas e opções de tratamento é fundamental para garantir a saúde e a segurança da mãe após o nascimento do bebê.
Mulheres que estão grávidas ou que estão planejando engravidar devem priorizar exames de rotina e acompanhamento médico contínuo. Consultar profissionais de saúde especializados em obstetrícia e ginecologia é essencial para monitorar a saúde materna durante toda a jornada da gravidez e do parto.
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