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Mais Abraços // Quinta-feira 16 Janeiro, 2025 // #pós-parto, #amamentação, #cuidados, #bebê
Um dos problemas enfrentados por algumas mulheres durante a amamentação é a hiperlactação, que pode gerar desconfortos e dificuldades tanto para a mãe quanto para o bebê. Saber o que é a hiperlactação, suas causas, sintomas e como manejá-la pode garantir uma experiência de amamentação saudável e tranquila.
A hiperlactação é a produção excessiva de leite materno, que supera a demanda do bebê. "Esse excesso decorre de um desequilíbrio no mecanismo de oferta e demanda que regula a lactação", explica a especialista em amamentação Fabíola Cassab.
Embora seja comum ter um excesso de leite nos primeiros dias de amamentação, o corpo, geralmente, se ajusta com o tempo, estabilizando a produção conforme as necessidades do bebê. Na hiperlactação, entretanto, esse ajuste não ocorre.
Segundo Fabíola, a hiperlactação pode trazer desconforto tanto para a mãe quanto para o bebê."Sua identificação precoce e manejo adequado são fundamentais para prevenir complicações mais graves e garantir o sucesso da amamentação", diz a especialista.
A hiperlactação pode ser causada por diversos fatores. O uso excessivo de bombas extratoras, diz Fabíola, é um dos mais frequentes, pois pode superestimular a produção de leite ao criar uma demanda artificialmente alta.
Outra causa comum é a prática de ordenha em grandes volumes regularmente, o que perpetua o ciclo de produção exagerada.
Alterações hormonais, como níveis elevados de prolactina, também podem desencadear a hiperlactação.
Além disso, a Academia de Medicina da Amamentação cita a disbiose mamária, ou alterações no microbioma das mamas, como um fator relevante.
Outras causas incluem intervalos longos entre as mamadas, técnicas inadequadas de amamentação e fatores emocionais, como a ansiedade.
Em alguns casos, características genéticas da mãe podem predispor à produção elevada de leite. "Todas essas causas, isoladas ou combinadas, podem desencadear a hiperlactação", diz a especialista.
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Para quem se pergunta "como saber se tenho hiperlactação", é importante destacar que essa condição apresenta sintomas tanto na mãe quanto no bebê.
Fabíola aponta os seguintes sinais na mãe:
Congestão mamária frequente;
Sensação de peso ou tensão nas mamas;
O peito vazando leite entre as mamadas;
Formação de nódulos ou áreas endurecidas devido à obstrução dos ductos lactíferos, muitas vezes acompanhados de dor local;
Casos avançados podem evoluir para mastite inflamatória ou bacteriana, com sinais como vermelhidão, febre e desconforto intenso.
Na hiperlactação há sinais e sintomas relativos ao bebê também:
Engasgos frequentes durante a amamentação;
Irritabilidade;
Cólicas, devido ao consumo excessivo de leite anterior, mais rico em lactose.
Dificuldade de ganho de peso.
Pelos mesmos motivos, também há uma associação entre hiperlactação e refluxo em bebê. "Reconhecer esses sintomas é essencial para adotar práticas que ajudem a equilibrar a produção de leite e evitar complicações", diz Fabíola.
Na hiperlactação, sinais e sintomas relativos ao bebê incluem engasgos, refluxo e irritabilidade, que podem ser causados pelo fluxo rápido durante a amamentação. Ou seja, o bebê mama demais e passa mal, causando uma relação entre hiperlactação e refluxo.
"Além disso, o consumo predominantemente de leite anterior (menos calórico e rico em lactose) pode resultar em cólicas e dificuldade para ganhar peso de forma adequada", explica a especialista. "Muitas vezes o bebê não consegue chegar ao leite posterior."
As mães também são afetadas pela hiperlactação, claro. Segundo Fabíola, a produção excessiva de leite aumenta o risco de obstruções ductais, mastite e até a de galactoceles, um cisto benigno que se forma pelo acúmulos de leite nos ductos.
O desconforto físico, associado à congestão mamária constante, pode ainda interferir no bem-estar emocional, levando a frustração ou ao abandono precoce da amamentação materna. "Outro impacto significativo é a necessidade de realizar ordenhas frequentes, o que pode ser exaustivo e atrapalhar a rotina diária", diz a especialista.
Para Fabíola, esses impactos reforçam a importância de um manejo cuidadoso, com orientações profissionais, para minimizar as consequências da hiperlactação.
"O manejo da hiperlactação exige uma abordagem cuidadosa, combinando práticas específicas para regular a produção de leite e aliviar o desconforto da mãe", explica Fabíola.
Amamentar sob livre demanda, sem restrição de horário, é uma prática fundamental, pois ajuda a alinhar a produção de leite às necessidades do bebê.
Iniciar a amamentação pelo seio menos cheio ou em posições que reduzam o fluxo rápido, como a posição reclinada, pode beneficiar tanto a mãe quanto o bebê.
Compressas frias podem aliviar o edema e reduzir a produção de leite.
Ordenhar pequenas quantidades antes das mamadas pode diminuir o desconforto da mãe sem estimular ainda mais a produção.
Minimizar o uso de bombas extratoras também é crucial para evitar perpetuar o ciclo de hiperlactação.
Segundo a especialista, em casos mais graves, medicamentos para redução da produção de leite podem ser prescritos por um médico.
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A hiperlactação, embora desafiadora, pode ser manejada com as orientações corretas. "Buscar orientação de consultoras de amamentação e profissionais de saúde especializados é essencial para adaptar as estratégias às necessidades individuais", diz Fabíola.
Se você está enfrentando problemas como peito vazando leite ou sente que o bebê mama demais e passa mal, saiba que há soluções. Com paciência e suporte, é possível equilibrar a produção e aproveitar os momentos únicos da amamentação.
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