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Mais Abraços // Terça-feira 12 Dezembro, 2023 // #prolapso uterino, #utero
Todos os órgãos estão posicionados em nosso corpo de tal forma que sejam resistentes aos efeitos da gravidade, ou seja, permaneçam sempre no mesmo lugar sem que qualquer deslocamento prejudique seu funcionamento. Mas há algumas situações em que eles podem, literalmente, cair, e isso acontece com os órgãos pélvicos, localizados próximos ao quadril, como é o caso da bexiga, do intestino e do útero.
O quadro não é tão raro quanto se imagina: estima-se que desordens do assoalho pélvico, como a queda do útero, afetam até um quarto das mulheres norte-americanas, a região do globo que já realizou mais estudos sobre o tema.
Entenda a seguir os detalhes sobre o prolapso do útero e as principais formas de prevenir e tratar essa condição.
O termo “prolapso” é definido como “queda ou saída de um órgão de sua posição normal”. Quando falamos do prolapso uterino especificamente, nos referimos à queda do útero, ou seja, ao deslocamento de sua posição normal em direção à vagina.
Segundo o índice de avaliação Pelvic Organ Prolapse Quantification (POP-Q), o prolapso pode ser dividido em estágios 0, 1, 2, 3 e 4. O primeiro deles, 0, é definido quando não há prolapso e o nível 1 ocorre quando a parte mais baixa do útero ainda está mais de um centímetro acima do hímen. Na quarta etapa, a mais grave de todas, o útero chega a inverter-se dois centímetros sobre o canal vaginal.
O prolapso uterino costuma ser englobado em uma lista mais ampla de acomentimentos, conhecidas como prolapsos de órgãos pélvicos (ou POP, na sigla usada pelos profissionais de saúde).
Como citado anteriormente, alguns estudos calculam que até 25% das mulheres norte-americanas sejam afetadas pelas desordens do assoalho pélvico, como POP ou pelas incontinências fecal e urinária (quando há dificuldade em segurar fezes e urina, respectivamente).
Um protocolo publicado em 2019 pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) informa que existem diversos fatores de risco associados ao desenvolvimento do prolapso uterino.
Os principais são:
Ter mais de 60 anos de idade;
Histórico de parto vaginal;
Obesidade;
Enfermidades que afetam a pressão no abdômen, como a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e a constipação;
Doenças genéticas que afetam o colágeno ou a elastina (substâncias que garantem a firmeza dos tecidos e dos músculos que dão suporte à pelve), como é o caso da síndrome de Ehlers-Danlos e da síndrome de Marfan.
Outro possível predisponente do prolapso é o histórico do quadro entre parentes próximos. “Estudos epidemiológicos mostram que indivíduos de famílias com predisposição ao prolapso têm um risco de 2,5 vezes de apresentarem essa condição”, calcula a Febrasgo.
Outro fator envolvido é a raça: há evidências de que mulheres brancas e latinas têm de 4,9 a 5,4 vezes mais risco, respectivamente, de apresentar algum tipo de POP.
A Febrasgo ainda reforça que mulheres com mais de 40 anos que fizeram algum parto vaginal anteriormente têm 9,7 vezes mais risco de prolapso em estágios mais avançados.
Geralmente, a mulher que está com prolapso se queixa de uma sensação de peso na região pélvica. Algumas relatam que sentem como se estivessem com “uma bola na vagina”.
Os sintomas ficam mais evidentes quando o quadro evolui para os estágios três ou quatro. Nas fases um ou dois, a paciente pode até sentir algum incômodo ou outro, mas muitas vezes a sensação é considerada algo passageiro ou à qual não se dá muita importância.
Outros sintomas típicos de prolapso uterino são:
Dores nas costas, especialmente na região lombar;
Dificuldade para esvaziar completamente a bexiga na hora de fazer xixi;
Incontinência urinária, ou dificuldade para segurar a urina até chegar ao banheiro;
Constipação, ou dificuldade para fazer cocô;
Ressecamento e inflamação da mucosa vaginal;
Úlceras (feridas) e sangramentos na região genital;
É importante que a mulher fique atenta a esses ou a qualquer outro incômodo na região pélvica e procure uma avaliação médica assim que possível.
Geralmente, o profissional de saúde consegue fazer o diagnóstico no próprio consultório, ao observar e examinar a vagina. É possível também realizar alguns exames de urina e de imagem para detectar as alterações.
Quando o problema é descoberto precocemente, é possível iniciar o tratamento já nos estágios iniciais, o que o torna mais efetivo e menos invasivo.
O tratamento para lidar com o prolapso uterino vai depender do estágio do problema.
O tratamento conservador inclui observar a evolução do quadro, fazer sessões de fisioterapia e realizar exercícios de fortalecimento do assoalho pélvico, que podem ser feitos, por exemplo, com o uso de pesos e cones vaginais, ou mesmo sem peso nenhum, apenas com a contração correta ensinada por um fisioterapeuta.
De acordo com a instituição de saúde norte-americana Mayo Clinic, é possível ainda usar pessários, dispositivos de silicone ou de borracha que funcionam como um suporte para os órgãos pélvicos, como a bexiga e o útero. Eles são colocados no fundo da vagina, promovendo uma certa sustentação às estruturas que antes estavam caindo.
Para os estágios mais avançados de prolapso uterino, a cirurgia se torna uma opção e há diferentes tipos de intervenções possíveis, desde aquelas que removem o útero completamente, até as que dão fixação ao útero preservando o órgão intacto, a escolha dependerá de uma conversa detalhada entre médico e paciente.
Ainda segundo a Mayo Clinic, a melhor forma de prevenir essa condição é fugir dos fatores de risco para o prolapso. Portanto, manter-se no peso ideal e controlar quadros que aumentam a pressão no abdômen, como a constipação intestinal, é fundamental.
Praticar exercícios perineais, especialmente se a mulher está grávida ou planeja uma gestação também pode ajudar. Essa prática fortalece os músculos do assoalho pélvico, que são justamente aqueles que se enfraquecem, causando a alteração da sustentação de útero, bexiga e outros órgãos da região.
Por fim, marcar consultas periódicas com o ginecologista é essencial para fazer o acompanhamento da saúde e diagnosticar esse e qualquer outro problema da forma mais precoce possível.
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