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Mais Abraços // Terça-feira 16 Abril, 2024 // #gravidez, #tentantes, #infertilidade
O congelamento de óvulos é uma das técnicas da medicina reprodutiva que auxilia mulheres no seu planejamento reprodutivo. É indicado para as mulheres que desejam adiar a gestação ou que precisam ser submetidas a procedimentos cirúrgicos por questões de saúde.
Como o próprio nome diz, a ideia do tratamento é congelar óvulos para que haja a manutenção de suas características e preservação da qualidade desde o momento em que foi congelado. Entenda mais sobre o congelamento de óvulos a seguir!
O médico ginecologista Alexandre Lobel, especialista em reprodução humana e preservação da fertilidade, explica que as mulheres nascem com um número limitado de óvulos que são utilizados ao longo da vida, mesmo com uso de anticoncepcional ou durante uma gravidez.
"A partir dos 35 anos existe uma queda na quantidade e qualidade dos óvulos e se torna mais acentuada após os 37 anos. Após os 40 anos, a maioria das mulheres terá menos de 1% da reserva ovariana. Portanto, a melhor idade para engravidar é até os 35 anos”.
Mas como funciona a reserva ovariana? Segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), ao nascer, a mulher tem cerca de dois milhões de folículos primordiais que habitam os ovários.
Já na primeira menstruação restam apenas cerca de 400 mil. A diminuição dos folículos ovarianos acontece por volta dos 35 anos de idade e, ao fim da quarta década de vida, o número de folículos é de aproximadamente 25 mil.
Alexandre explica que a avaliação da reserva ovariana pode ser feita de três formas:
Pode-se realizar a dosagem de hormônio FSH, que deve ser colhido do 2º ao 5º dia do ciclo menstrual. Quanto maior o FSH, menor está a reserva ovariana. O problema do FSH é que ele varia muito durante o ciclo e, também, entre os ciclos menstruais, o que diminui sua confiabilidade;
A segunda forma é com a dosagem do hormônio anti-mulleriano, que por ser mais estável, não varia entre os ciclos e pode ser colhido a qualquer momento. Quanto maior o hormônio anti-mulleriano, maior a reserva ovariana;
A terceira forma é utilizando ultrassom transvaginal para contagem de folículos antrais. Os folículos são as estruturas onde os óvulos se localizam. A contagem deve ser feita também entre o 2º ao 5º dia do ciclo menstrual e quanto maior for essa contagem, maior estará a reserva.
“O congelamento de óvulos é indicado para mulheres que desejam postergar a gravidez, seja por questões pessoais ou questões médicas, como necessidade de quimioterapia, radioterapia ou cirurgia no ovário, de forma que tais procedimentos podem prejudicar o estoque de óvulos”, ressalta Alexandre.
Como contamos, a partir dos 35 anos a fertilidade da mulher começa a cair e a gestação fica cada vez mais difícil. Por isso, nesta idade, congelar os óvulos é uma forma de usá-los no futuro para que, mesmo, após os 40 anos, a mulher possa engravidar e não corra o risco de falta de óvulos ou gestação de alto risco.
De acordo com a Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), com menos de 35 anos, a mulher pode ser considerada infértil depois de um ano tentando engravidar todos os meses e sem sucesso. Se tiver mais de 35, espera-se um período de seis meses e, acima dos 40 anos, a investigação pode ser feita imediatamente.
Alexandre lembra que não existe uma idade limite estabelecida para fazer o congelamento de óvulos. Porém, quanto mais jovem a paciente for, melhor será a quantidade e a qualidade dos óvulos, ou seja, maior será a chance de sucesso.
“Em geral, até os 35 anos, conseguimos obter uma boa quantidade de óvulos. Após os 40 anos, existe um prejuízo importante na chance de sucesso. Uma avaliação com um especialista em reprodução assistida, levando em consideração a reserva ovariana e o planejamento reprodutivo, ajuda a mulher na definição da melhor idade para realizar o procedimento”, diz ele.
Para ficar mais claro, Alexandre montou uma tabela com informações coletadas pela Shady Grove Fertility Reproductive Science Center, que mostra as chances de engravidar de acordo com a idade no congelamento e o número de óvulos congelados:
30 anos
35 anos
38 anos
41 anos
5 óvulos
34%
32%
21%
12%
10 óvulos
57%
53%
37%
22%
15 óvulos
71%
68%
50%
20 óvulos
81%
78%
60%
40%
Esses dados são resultado de um estudo científico. Porém, vale lembrar que a mulher deve procurar um especialista para entender as chances do seu caso.
Se você é tentante, ouça o terceiro episódio do podcast "Huggies Brasil" que aborda a expectativa pelo resultado positivo com foco nas mulheres após os 40 anos e que podem, sim, ter uma gravidez e bem-sucedida.
Antes de mais nada, é importante lembrar que existem diferenças entre congelamento de óvulos e congelamento de embriões.
A diferença entre congelar óvulos e embriões é se a paciente deseja utilizar o espermatozoide para já realizar a fertilização. Para congelar embriões será necessária a obtenção de espermatozoides, seguida da fusão entre os gametas para formar o embrião.
Apesar do embrião ser mais resistente ao processo de congelamento e descongelamento, em geral, é indicado o congelamento dos óvulos para preservar a autonomia da mulher. “No caso de término do relacionamento, por exemplo, não é possível separar o óvulo do espermatozoide se o embrião já estiver formado”, detalha Alexandre.
A seguir, veja todas as etapas do congelamento de óvulos.
Antes de iniciar o tratamento, é importante que a mulher seja avaliada por um especialista em reprodução assistida. Neste momento, serão realizados exames gerais a fim de avaliar se a mulher está apta ao procedimento e bem de saúde.
Além disso, será feita uma avaliação da reserva ovariana, dosagem de hormônio anti-mulleriano (produzido pelas células do ovário) e ultrassonografia transvaginal com contagem de folículos antrais (onde os óvulos se desenvolvem durante o ciclo menstrual), de forma que o médico conseguirá planejar e estimar qual será a resposta ao tratamento.
A Anvisa exige que a paciente realize sorologias para HIV, sífilis, hepatite B e C com prazo de 90 dias antes do procedimento.
Durante a indução da ovulação, o médico irá realizar exames de ultrassonografia transvaginal para acompanhamento do crescimento dos folículos e podem ser solicitados dosagens hormonais específicas:
FSH (hormônio folículo-estimulante, produzido pelo cérebro que estimula a atividade do óvario);
LH (hormônio luteinizante, responsável por amadurecer os folículos e todo o processo de ovulação);
estradiol (hormônio produzido nos tecidos ovarianos);
Progesterona (hormônio sexual feminino que prepara o organismo para a gestação).
A primeira etapa do procedimento é a estimulação ovariana. Todo mês, a mulher apresenta naturalmente o crescimento de um folículo (estrutura que abriga o óvulo), até a ovulação. O objetivo da primeira etapa é promover o crescimento de múltiplos folículos simultaneamente, para que sejam obtidos vários óvulos.
A estimulação é feita com medicações orais e subcutâneas e o controle do crescimento dos folículos é realizado com exames de ultrassonografia transvaginal seriados.
Quando os folículos atingem o tamanho ideal, é agendada a coleta dos óvulos. Esse procedimento é realizado sob sedação (uma anestesia parecida com a da endoscopia) para que a paciente não tenha nenhum desconforto durante a coleta.
Guiado por um ultrassom transvaginal, o médico fará uma punção dos ovários utilizando uma agulha fina e, assim, coletará os óvulos. O procedimento dura, em média, de 20 a 30 minutos. Após a coleta, os óvulos serão avaliados pela equipe da embriologia e aqueles que tiverem qualidade serão congelados.
E quantos óvulos são congelados por ciclo? O especialista reforça que não existe uma regra. “O objetivo é congelar o maior número de óvulos possível, pois quanto maior o número de óvulos congelados, maior será a chance de gravidez no futuro. Esse número depende da reserva ovariana da mulher e da sua resposta aos medicamentos”.
Para o congelamento, os óvulos são expostos a crioprotetores, substâncias que previnem danos às células pelas baixas temperaturas. Os óvulos são então submersos em nitrogênio líquido a uma temperatura de -196oC e mantidos assim por tempo indeterminado. Esse processo se chama vitrificação e permite ótimas taxas de sobrevivência dos óvulos.
Alexandre conta que não existe prazo limite para manter óvulos congelados. “Já existem relatos de gestação em que os óvulos ficaram mais de 10 anos congelados”.
No momento em que a mulher decidir utilizar os óvulos para engravidar, eles serão retirados do nitrogênio líquido e trazidos para a temperatura ambiente.
Após um processo delicado de reidratação da célula, os óvulos podem passar por Fertilização In Vitro (FIV) com espermatozoides para a formação dos embriões.
Os embriões serão cultivados em uma incubadora que mantém a temperatura e pH estáveis e após 3 a 7 dias de desenvolvimento, o melhor embrião será transferido para o útero.
Conheça todos os métodos de reprodução assistida que ajudam a realizar o sonho de ter um bebê, como ciclos de indução da ovulação, inseminação intrauterina e fertilização in vitro.
Assim como qualquer tratamento médico, o congelamento de óvulos pode apresentar alguns efeitos colaterais. Durante a etapa da estimulação, algumas mulheres referem sintomas relacionados ao uso dos hormônios, como cefaleia, náuseas e variações de humor. Após a coleta dos óvulos, algumas mulheres referem inchaço e/ou dor na região do abdômen.
“Em geral, esses efeitos são leves, sem prejuízo importante para as atividades diárias das pacientes”, diz o especialista.
É natural que, antes de decidir, de fato, se fará o procedimento, a mulher tenha receios sobre a prática e se ela realmente vale a pena. Neste caso, a recomendação é que você faça acompanhamento com um ginecologista para ter todas as informações necessárias e tirar as dúvidas pendentes.
De todo modo, a chance de gravidez com óvulos congelados dependerá da idade no momento do congelamento e do número de óvulos congelados. Quanto mais jovem e mais óvulos, maior a chance de sucesso.
A mulher de 35 anos que consegue congelar 20 óvulos terá aproximadamente 75% de chance de conseguir engravidar. Uma mulher de 38 anos que congela 10 óvulos conseguirá a gravidez em 40% dos casos. Já a mulher de 40 anos que possui 5 óvulos congelados terá de 10 a 20% de chance de sucesso.
“Em uma consulta, o médico poderá estimar a chance de gravidez de cada paciente”, finaliza.
E caso você já tenha decidido ter um filho, contamos quais são os passos essenciais para quem quer engravidar, desde a decisão e os exames, até algumas mudanças simples na rotina.
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