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Mais Abraços // Terça-feira 12 Dezembro, 2023 // #tentantes, #fertilização in vitro, #fiv, #reprodução assistida
A Fertilização In Vitro (também conhecida pela sigla FIV) é realizada no Brasil há quase 40 anos — e, nesse meio tempo, tem se tornado cada vez mais comum entre casais que desejam ter filhos, mas encontram dificuldade.
Para se ter ideia da popularidade do método, dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária apontam que, só em 2021, foram realizados 45,9 mil ciclos de fertilização in vitro no país. O número supera o que foi observado em 2020, quando 34,6 mil procedimentos do tipo foram registrados pelas autoridades.
Mas, afinal, o que é FIV? E quando ela é indicada? Explicaremos tudo isso ao longo deste artigo.
A FIV é uma entre várias técnicas de reprodução assistida disponíveis para os casais que apresentam dificuldade de engravidar. A Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) explica que o procedimento é caracterizado “pela fecundação dos óvulos fora do corpo da mulher”.
“A coleta dos gametas e a estimulação à ovulação acontecem em laboratório. Após a fecundação, os embriões são transferidos ao útero da futura mamãe”, complementa o texto.
O Serviço de Saúde Pública do Reino Unido (conhecido pela sigla em inglês NHS) resume o procedimento em seis etapas principais:
Supressão do ciclo natural: com o auxílio de medicamentos específicos, o ciclo menstrual da mulher é interrompido;
Produção extra: outros remédios são utilizados para fazer com que a mulher gere e libere mais do que apenas um óvulo de cada vez;
Acompanhamento da maturação: por meio do ultrassom, o especialista analisa o desenvolvimento dos óvulos no aparelho reprodutor feminino. Se for o caso, outros fármacos são prescritos para ajudar os gametas a ficarem prontos;
A coleta: uma agulha é inserida pela vagina até chegar aos ovários, de onde são retirados os óvulos maduros;
A fertilização: os óvulos são então unidos aos espermatozoides, que foram coletados do homem. Os especialistas esperam alguns dias para que ocorra a fertilização;
A transferência: após analisar os embriões que foram formados, os profissionais selecionam aqueles que estão mais viáveis. Eles são, então, implantados no útero da mulher. Geralmente, o procedimento coloca mais de um, para aumentar as chances de sucesso.
Vale lembrar aqui que a FIV pode acontecer entre um casal que deseja ter um filho e também a partir da doação de gametas de uma pessoa desconhecida.
Existem várias situações em que a fertilização in vitro pode representar uma solução.
Mas o primeiro passo é identificar o problema de fertilidade e procurar um especialista na área, que geralmente tem formação em reprodução assistida.
Geralmente, o casal que tenta engravidar ao longo de um ano, com tentativas frequentes (algumas vezes na semana), tem a indicação clara para uma investigação mais aprofundada caso não consiga a fecundação. Esse prazo de tentativas pode ser menor, caso o casal já tenha ultrapassado os 35 anos, por exemplo.
O médico pede exames para identificar o que está provocando essa dificuldade. Pode ser um problema de saúde no homem, na mulher ou em ambos.
Outra possível indicação para a FIV ocorre quando o casal (ou um dos parceiros) tem uma doença genética hereditária ou possui histórico de uma enfermidade grave na família. Em situações assim, é possível recorrer ao método para selecionar os embriões que não carregam os genes da doença em seu DNA e assim, evitar o risco de que o bebê nasça com um problema de saúde que pode afetar a qualidade de vida ou até aumentar o risco de morte.
A Clínica Mayo, nos Estados Unidos, acrescenta algumas outras condições de saúde que podem demandar a realização da FIV:
Danos ou bloqueios nas trompas de falópio: esses são os canais que ligam os ovários ao útero. Com isso, o óvulo não consegue chegar ao local onde ocorre a fecundação;
Desordens ovarianas: se a mulher tem uma ovulação pouco frequente ou até ausente, a fertilização “natural” é dificultada;
Endometriose: quando o tecido que forma a parede interna do útero (o endométrio) cresce muito e para além do útero e afeta o funcionamento das outras partes do aparelho reprodutor;
Fibroses uterinas: tumores benignos no útero, mais comuns em mulheres com 30 ou 40 anos;
Esterilização tubária prévia: quando a mulher passou por alguma técnica para prevenir gestações no passado;
Produção inadequada ou interrompida de espermatozoides: quando os gametas masculinos saem com defeitos, ou simplesmente não são produzidos;
Infertilidade de origem desconhecida;
Preservação da fertilidade: alguns indivíduos precisam passar por tratamentos que afetam os espermatozoides e os óvulos (como é o caso de pacientes com câncer, por exemplo). Eles optam, então, por congelar essas células (ou até os embriões formados a partir da fecundação), para que sejam usadas posteriormente.
A FIV é uma técnica segura e consagrada, com praticamente quatro décadas de uso Brasil afora.
Ela representa, portanto, uma saída confiável para os casais que não conseguem ter filhos — apesar de ainda ter um preço elevado, o que dificulta o acesso para uma parcela considerável da população.
Além de representar uma esperança para muitas famílias, a fertilização in vitro também é uma saída para lá de interessante no caso de indivíduos com histórico de doenças genéticas graves.
Ao se valer da técnica, esses casais evitam que seus filhos sofram com quadros incapacitantes, que podem até abreviar o tempo de vida deles.
A Clínica Cleveland, dos Estados Unidos, resume os possíveis riscos da fertilização in vitro em alguns pontos:
Nascimentos múltiplos: como são implantados dois ou mais embriões (para aumentar as chances de sucesso), é possível que mais de dois deles deem certo e evoluam ao longo da gravidez. Com isso, a família pode ficar maior do que o previamente planejado;
Nascimento prematuro: mulheres que passam pela FIV apresentam um risco levemente aumentado de um parto antes do prazo;
Gravidez ectópica: quando o embrião é implantado fora da cavidade uterina;
Complicações durante a retirada dos óvulos: sangramento, infecções e danos à bexiga, intestino e órgãos reprodutivos já foram registrados na etapa de coleta;
Síndrome da hiperestimulação ovariana: uma condição rara que provoca dor abdominal, náusea, vômitos, ganho de peso rápido, gases, respiração encurtada e dificuldade para fazer xixi.
Por fim, o NHS acrescenta que a FIV pode representar um fardo emocional, principalmente nos casos em que a técnica não é bem-sucedida. É importante, então, contar com suporte emocional e ter em mente que a FIV não tem uma eficácia de 100% e pode sim falhar.
Conversar com o médico para ter uma avaliação personalizada também é primordial para saber se a FIV é a melhor saída e ajustar as expectativas.
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